A morte na USF Espinho em 2012 : vivências pessoais e familiares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Beça, Helena Paula
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/19677
Resumo: Introdução Os estudos demonstram que a maioria das pessoas preferiria morrer no seu domicílio. Contudo, nos países ocidentais as mortes em instituições têm aumentado, de forma quase generalizada, nas últimas décadas, estando descritos vários fatores determinantes do local de morte. Do mesmo modo, morrer no local de escolha tem-se constituído como um indicador de qualidade porque poderá significar manter a dignidade e a autodeterminação e, consequentemente, maior satisfação dos doentes em fase terminal. Objetivos Descrever os óbitos ocorridos na Unidade de Saúde Familiar (USF) Espinho, durante o ano de 2012, quanto às características demográficas e socioeconómicas e causa de morte, e verificar a sua associação com o local de morte. Material e Métodos Estudo retrospetivo, quantitativo e descritivo-correlacional, A população estudada foi constituída por todos os doentes inscritos na referida USF que faleceram durante o ano 2012. Os dados foram obtidos a partir da consulta de diversas bases de registos clínicos. Foram aplicados métodos de estatística descritiva e regressão logística multivariada para o estudo da associação entre as variáveis independentes e o local de morte. Resultados Em 2012 faleceram 123 pessoas inscritas na USF Espinho. A maioria (92,2%) morreu de doenças crónicas. Cerca de 39% das pessoas morreram no seu domicílio e 57% no hospital. Verificou-se associação entre o local de morte e a idade, estado civil, tipo de família, nível socioeconómico, estado funcional e tipo de doença. A regressão logística multivariada determinou que pertencer a uma família alargada ou a outros tipos de família e às classes média, média-alta e alta eram fatores preditores para a morte em casa enquanto sofrer de doença oncológica era um fator preditor de morte no hospital. Discussão/Conclusão A consciência de como morreram as pessoas estudadas levanta questões de natureza organizacional, social, cultural, deontológica e ética. O investimento nos Cuidados Paliativos, sobretudo ao nível da formação dos profissionais de saúde, da educação de políticos e público em geral e da disponibilização de fármacos, tal como recomendado pela Organização Mundial de Saúde, é fundamental para a melhoria da prestação de cuidados de fim de vida a toda a população que deles necessita.
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Material e Métodos Estudo retrospetivo, quantitativo e descritivo-correlacional, A população estudada foi constituída por todos os doentes inscritos na referida USF que faleceram durante o ano 2012. Os dados foram obtidos a partir da consulta de diversas bases de registos clínicos. Foram aplicados métodos de estatística descritiva e regressão logística multivariada para o estudo da associação entre as variáveis independentes e o local de morte. Resultados Em 2012 faleceram 123 pessoas inscritas na USF Espinho. A maioria (92,2%) morreu de doenças crónicas. Cerca de 39% das pessoas morreram no seu domicílio e 57% no hospital. Verificou-se associação entre o local de morte e a idade, estado civil, tipo de família, nível socioeconómico, estado funcional e tipo de doença. A regressão logística multivariada determinou que pertencer a uma família alargada ou a outros tipos de família e às classes média, média-alta e alta eram fatores preditores para a morte em casa enquanto sofrer de doença oncológica era um fator preditor de morte no hospital. Discussão/Conclusão A consciência de como morreram as pessoas estudadas levanta questões de natureza organizacional, social, cultural, deontológica e ética. O investimento nos Cuidados Paliativos, sobretudo ao nível da formação dos profissionais de saúde, da educação de políticos e público em geral e da disponibilização de fármacos, tal como recomendado pela Organização Mundial de Saúde, é fundamental para a melhoria da prestação de cuidados de fim de vida a toda a população que deles necessita.Introduction Studies show that most people would rather die in their homes. However, in Western countries, deaths in institutions have increased almost across the board, in recent decades, and several factors determining the place of death have been described. Similarly, die in the place of choice has been constituted as an indicator of quality because it may mean keeping the dignity and self-determination and, consequently, greater satisfaction of the terminally ill. Goals Describe the deaths occurred in Espinho Family Health Unit (FHU), during the year 2012, according to demographic and socioeconomic characteristics and causes of death, and verify its association with the place of death. Material and Methods Retrospective, quantitative and descriptive-correlational study. The population consisted of all patients enrolled in that FHU who died during the year 2012. The data were obtained through consultation of diverse bases of medical records. Methods of descriptive statistics and multivariate logistic regression were applied to study the association between the independent variables and the place of death. Results In 2012 died 123 people enrolled in Espinho FHU. The majority (92.2%) died of chronic diseases. About 39% of people died in their homes and 57% in the hospital. There was an association between the place of death and age, marital status, family type, socioeconomic status, functional status and type of disease. Multivariate logistic regression determined that belong to an extended family or other types of families and middle, upper-middle and high classes were predictors for death at home while suffering from oncological disease was a predictor of death at the hospital. Discussion / Conclusion The awareness of how the studied people died raises issues of organizational, social, cultural, ethical and ethics nature. Investment in Palliative Care, particularly at the level of training health professionals, education of politicians and general public and the provision of drugs, as recommended by the World Health Organization, is critical to improve the delivery of care at end of life to all citizens who need them.Vieira, MargaridaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaBeça, Helena Paula2016-04-13T14:34:35Z2015-07-072015-07-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/19677TID:201491648porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-06T01:35:50Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/19677Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:16:26.670826Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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