Evidências arqueobotânicas e de armazenagem de cereais no povoado da Idade do Ferro do Crastoeiro (Mondim de Basto, Norte de Portugal)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seabra, Luís
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Tereso, João Pedro, Bettencourt, Ana M. S., Dinis, António
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/66463
Resumo: As campanhas arqueológicas realizadas no povoado da Idade do Ferro do Crastoeiro (Mondim de Basto, Vila Real), colocaram a descoberto um conjunto de fossas abertas no substrato rochoso. Estas revelaram quantidades muito elevadas de elementos carpológicos, cujo estudo permitiu compreender melhor a diversidade de cultivos existentes e como se armazenavam. Através do estudo de dezanove amostras provenientes de quatro fossas, os resultados demonstraram que estas estruturas foram usadas, principalmente, para armazenar trigo espelta.Do seu interior foram recuperados os grãos e as espiguetas, o que indicia que os grãos foram armazenados parcialmente processados - uma estratégia, provavelmente, relacionada com a intenção de estabelecer um armazenamento a longo prazo. Para além do trigo espelta (Triticum spelta), outros cereais foram recuperados, nomeadamente Triticum dicoccum, milho-miúdo (Panicum miliaceum), cevada de grão vestido (Hordeum vulgare), centeio (Secale cereale) e milho-painço (Setaria italica). As datações por radiocarbono, realizadas sobre grãos de centeio, demonstraram que estes correspondem aos grãos mais antigos encontrados na Península Ibérica (I a.C.), o que evidencia que o centeio foi introduzido na região numa fase inicial dos contactos com os romanos. Os resultados provenientes deste estudo sugerem o uso de cultivos bem adaptados a condições ambientais adversas, como climas frios e solos pobres.
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