Etiologia da gastrenterite aguda infantil em Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Amil Dias, Jorge
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2013.3332
Resumo: A presente edição da Acta Pediátrica Portuguesa inclui dois artigos correspondentes a investigações paralelas e independentes sobre a etiologia da gastrenterite aguda infantil em duas regiões do país. Há diferenças nos métodos usados e na pesquisa de alguns agentes parasitológicos de responsabilidade duvidosa nos casos de gastrenterite aguda, mas os resultados têm perfis semelhantes. Em ambos os estudos se revela predomínio de agente vírico, ainda com prevalência de rotavirus mas com frequência crescente de norovirus. Estes resultados não surpreendem; como os autores salientam, seguem a tendência que se tem verificado noutros estudos internacionais. A introdução da vacina contra rotavirus fez diminuir a sua prevalência e o número absoluto de episódios de gastrenterite aguda infantil, mas começam a emergir outros agentes víricos, como norovirus. Os autores dos estudos apresentam explicações aparentemente contraditórias relativamente a estes casos (pequenos surtos por contágio ou casos esporádicos?). Certamente a interpretação dos resultados encontrados em cada um dos estudos decorre do número relativamente pequeno dessas infeções. Ambos os trabalhos concordam na elevada prevalência de vómitos nesta infeção. O conhecimento da dimensão da sua epidemiologia ajudará certamente a analisar a utilidade e impacto da futura vacina anti-norovirus, atualmente em investigação. Convém ter presente a limitação epidemiológica destes dois trabalhos: ambos são realizados no âmbito de serviços de urgência hospitalar. É tentador concluir que os doentes investigados corresponderiam aos casos mais severos após tratamento inicial no médico de família ou pediatra assistente, mas o padrão irregular do recurso à urgência hospitalar pela nossa população não permite tirar conclusões fiáveis e os autores não mencionam se houve cuidados pré-hospitalares.
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