Tradição e inovação na pena de John Ruskin e Alexandre Herculano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Melão, Dulce
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/618
Resumo: Alexandre Herculano (1810-1877) e John Ruskin (1819-1900) conferiram uma nova vitalidade ao passado, entretecendo-o de ficções e realidades que cativaram os leitores do seu tempo e lhes abriram novos horizontes. Se é certo que não foram os únicos a lançar mão do passado para sanar os males do seu século, o modo como exploraram tal filão, metamorfoseando épocas passadas numa amálgama rica em tradições inovadas, merece um olhar atento. Ruskin foi muitas vezes guiado por Walter Scott quer em termos pessoais, quer em termos da obra que produziu, considerando a Idade Média a época que mais riquezas trouxe à humanidade. Herculano, como é sabido, inspirou-se em Scott para criar o seu romance histórico e nunca escondeu a sua admiração pelo escritor Escocês. Tal como Ruskin, Herculano não poupou elogios à Idade Média demonstrando, quer nos seus romances históricos, quer em diferentes momentos da sua vida nas reflexões que deu a lume, ser essa a época onde urgia buscar antídoto para combater os males da sociedade sua contemporânea. O passado funcionou para Ruskin e Herculano como alternativa não passiva ao presente corrupto e degradado que denunciaram sem temor. Não sendo possível, nem sequer desejável, demonstrar de forma absoluta o modo com Herculano e Ruskin (re)interpretaram o passado em Portugal e Inglaterra, respectivamente, optámos por reflectir sobre a forma como ambos encararam o passado nacional e lançar um olhar interessado ao modo como Ruskin equaciona o seu passado individual. Em primeiro lugar, teremos em consideração as estratégias que ambos adoptaram para (re)ver o passado e o modo como os dois escritores apresentaram propostas válidas de mudança à sociedade do seu tempo. Em segundo lugar, acompanharemos de perto a forma como na sua autobiografia Ruskin estabelece pactos com passados reais e imaginados no intuito de se descobrir a si próprio.
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