As paisagens do desenho: características formais do desenho de paisagens

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Meireles, António
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/6333
Resumo: O desenho de paisagem partilha com outras expressões bidimensionais, como a pintura ou a gravura, a exploração de um género que assume o espaço natural como motivo privilegiado. A identidade comum destas expressões consubstanciada em características partilhadas, bem como a prevalência da pintura sobre as demais expressões, têm condicionado a consideração do desenho de paisagem nas suas especificidades próprias. É objectivo da presente dissertação, identificar as características formais maioritárias do desenho de paisagem europeu dos séculos XVII, XVIII e XIX, permitindo definir o que lhe é próprio e enquadrar o desenho no corpo global da paisagem. É adoptada a metodologia da análise de conteúdo, categorizando a análise de uma amostra representativa de desenhos de paisagem, sendo desenvolvidos três níveis de análise: geral, intermédia e pormenorizada. A análise geral é relativa aos modos de exploração e interacção entre a mancha gráfica e o suporte. A análise intermédia refere-se aos modos de sugestão e articulação de espaços. A análise pormenorizada é relativa às formas representadas. As conclusões desta investigação incidem sobre a função do desenho no corpo global da paisagem e nas características formais do desenho de paisagem. O desenho desempenha duas acções no corpo global da paisagem: o registo de espaços naturais em locais específicos, fornecendo os modelos formais iniciais da paisagem e a função processual que desempenha no desenvolvimento de obras finalizadas. As características formais do desenho de paisagens, materializadas em modelos formais específicos de uso recorrente, mostram estarem todos os seus recursos direccionados para a eficácia das obras, através da maximização do seu potencial perceptivo. Esta eficácia traduz-se na construção verosímil de espaços e formas susceptíveis de serem percepcionados através da visão média de um observador, em que dois extremos se encontram abrangidos e não se opõem - a pormenorização de formas e a sugestão de espaços extensos.
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