Pedagogias e trabalho social reflectindo a transversalidade e a especialização na educação em trabalho social
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/10186 |
Resumo: | Este texto baseia-se num projeto de Doutoramento em Sociologia intitulado: “Nas teias da intervenção: trabalho social, formação pós-graduada e práticas profissionais no Terceiro Setor”. Focamos o campo do trabalho social, tendo em conta, por um lado a formação superior, particularmente a pós-graduada, e por outro, os contextos organizacionais do terceiro setor (TS), enquanto lugar de redefinição das práticas profissionais (Dubar, 1989). Considerando a centralidade dos trabalhadores sociais no TS, na inovação social (IS) e empreendedorismo social (ES), associada à prossecução da mudança social com vista a uma sociedade mais justa (Amaro, 2012; Martins, 1999), analisamos os processos de identificação socioprofissional gerados nas trajetórias formativas e profissionais de trabalhadores sociais inseridos em organizações do terceiro setor. O trabalho social é, aqui, entendido como um campo profissional composto pelo conjunto de atividades exercidas em contexto organizado que visa “pessoas ou públicos com dificuldade de integração social ou profissional numa perspectiva de ajuda, de assistência ou de controlo, de mediação (...) de animação ou de coordenação” (Chopart, 2003, p. 17). As evoluções paradigmáticas neste campo oscilam, grosso modo, entre o assistencialismo e a inovação social - designação que aqui adotamos para aglutinar um conjunto de abordagens desenvolvidas no âmbito das diferentes formações de base, cujo denominador comum é a aposta na emancipação dos indivíduos e públicos envolvidos pela intervenção social - (Payne, 1996; Romans, Petrus, & Trilla, 2003). Contudo, as realidades nacionais divergem no que toca à constituição deste campo de atividade, tanto na dimensão politíco- adminstrativa, como na dimensão da formação académica, e ainda, na dupla dimensão grupal e institucional da constituição dos grupos profissionais. O terceiro setor define-se como um conjunto de organizações que partilham determinadas caraterísticas – o carácter privado, a ausência de finalidades lucrativas, o objetivo de beneficiar a comunidade ou os seus membros, o carácter autogovernado e voluntário e o grau de organização formal, assim como, um tipo de racionalidade e valores específicos. Adotamo-lo lato senso, em associação com aceção abrangente de economia social (Defourny & Develtere, 1999), dando conta da sua diversidade interna (Chaves & Monzón, 2007). Neste texto, partilhamos uma reflexão téorica em torno do impacto dos (des)equilíbrios entre a especialização e a transversalidade na estruturação de modelos curriculares em educação para o trabalho social. A relevância desta reflexão decorre dos riscos de desprofissionalização e desqualificação do campo do trabalho social, resultantes da sobreposição da lógica da regulamentação pelas qualificações pela lógica da competência que provoca a desestabilização da relação salarial, promove a proliferação de novos perfis de ocupações e motiva o apelo crescente ao voluntariado (Chopart, 2003, p. 277). Para explorar o carácter contextual do desenvolvimento de competências transversais, recorremos, por um lado ao cenário do movimento cooperativo, enquadradado na acepção lata de terceiro setor, e por outro, ao cenário histórico da institucionalização da assistência social durante o Estado Novo. Os resultados intermédios do projeto surgem como indicadores da pertinência do investimento na especialização neste campo de estudos, e consequentemente, na profissionalização deste conjunto de técnicos superiores que podem assumir papéis determinantes no desenvolvimento da intervenção social. |
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