Hipersensibilidade aos AINES na criança: aspectos clínicos e diagnóstico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, C.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Gomes, E.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.16/1119
Resumo: Objectivos e concepção do estudo: Os anti-inflamatórios não esteróides (AINES) são a segunda causa mais frequente de reacções de hipersensibilidade a fármacos tanto em adultos como em crianças. A suspeita diagnóstica baseia-se numa relação temporal próxima entre a administração do fármaco e o aparecimento de sintomatologia sugestiva, sobretudo respiratória e/ou cutânea. O esclarecimento do diagnóstico é de grande importância pois evita situações de ansiedade nos doentes e a utilização desnecessária de fármacos alternativos menos adequados e mais dispendiosos. É frequente o recurso à prova de provocação oral (PPO) com carácter diagnóstico, devido à ausência de outros meios auxiliares diagnósticos devidamente padronizados e validados. Este trabalho pretende avaliar os resultados e a importância da PPO diagnóstica no estudo de doentes pediátricos enviados a uma consulta de Imunoalergologia por suspeita de hipersensibilidade a AINES. Material e métodos: Investigámos 24 doentes referenciados à consulta durante 2005-06 por suspeita de hipersensibilidade a AINES e avaliámos os resultados das PPO realizadas e a sua importância para o esclarecimento diagnóstico. Resultados e conclusões: Os fármacos mais frequentemente implicados foram o ibuprofeno (71%) e o paracetamol (24%) sendo as reacções cutâneas as mais frequentes. Quatro doentes não realizaram PPO, um por recusa, um por história não sugestiva de hipersensibilidade e dois por comprovada tolerância posterior ao fármaco suspeito. Entre os 20 que realizaram PPO com o fármaco suspeito apenas em dois se confirmou o diagnóstico inicial de hipersensibilidade (um caso ao ibuprofeno e paracetamol e noutro ao ácido acetilsalicílico). Estes doentes realizaram posteriormente testes de provocação para pesquisa de alternativas terapêuticas. A PPO teve um papel fundamental na avaliação deste grupo de doentes com suspeita de hipersensibilidade a AINEs tendo permitido diagnosticar dois casos de hipersensibilidade (10%) e excluir a suspeita inicial nos restantes. ABSTRACT Aim and study concept: Non steroid anti-inflammatory drugs (NSAID) are the second most important cause of drug hypersensitivity reactions in adults and in children. Symptoms are mostly cutaneous and/or respiratory and a close temporal relation with drug administration is suggestive of an etiological association. An accurate diagnosis is of great importance since it avoids patient’s anxiety and unnecessary use of less suitable and more expensive drugs. An oral provocation test (OPT) is often used to establish the diagnosis since other validated and well standardized diagnostic tests are still lacking. This study aims to assess the results and importance of OPT in paediatric patients with suspected NSAID hypersensitivity referred to a specialized allergy clinic. Material and Methods: Twenty four patients referred during 2005-06 with suspected NSAID hypersensitivity reaction were investigated. OPT results and its importance in establishing a diagnosis were evaluated. Results and conclusions: The drugs most often implicated were ibuprofen (71%), and paracetamol (24%); cutaneous reactions were the most frequently found. Four patients were not submitted to OPT for the following reasons: one refused, one had a non-suggestive history, and two had already tolerated the suspected drug. From the 20 who underwent OPTs only in two we confirmed the initial suspicion of drug hypersensitivity (one to ibuprofen and paracetamol, the other to acetyl salicylic acid). These patients were submitted to further OPTs to find alternative therapeutic options. Oral provocation testing was very useful in the assessment of suspected NSAID hypersensitivity confirming the diagnosis in two cases (10%) and excluding the initial suspicion in the remaining patients.
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