Distribuição e ecologia alimentar da Lontra (Lutra lutra) em dois sistemas costeiros em Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1822/2828 |
Resumo: | Dissertação de mestrado em Ciências do Ambiente, especialização em Qualidade Ambiental |
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Distribuição e ecologia alimentar da Lontra (Lutra lutra) em dois sistemas costeiros em PortugalDissertação de mestrado em Ciências do Ambiente, especialização em Qualidade AmbientalO presente trabalho permitiu o estudo da distribuição da lontra nos dois sistemas costeiros de Portugal. Deste modo percebeu-se que, para o Sítio Natura 2000–Dunas de Mira, há três zonas de alta ocorrência de lontra separadas entre si por zonas com ausência de lontra devido essencialmente à pressão urbana. As variáveis vegetação ripícola, alimento e campos agrícolas estão associadas positivamente com a ocorrência de lontra. No PNRF são as variáveis estradas e pinhal que apresentam associações negativas com a ocorrência de lontra, separando as áreas onde se verifica ocorrência de lontra. A variável matos está associada positivamente à ocorrência de lontra. Foi também realizada uma avaliação da dieta da lontra em função das épocas, para o Sítio Natura 2000 – Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas e para o Parque Natural da Ria Formosa (PNRF). Avaliou-se também, a dieta em função das zonas de amostragem, nas duas áreas de estudo, na época de Verão. Verificou-se, de um modo geral, a sazonalidade da dieta para as duas áreas de estudo e também alterações da dieta consoante as zonas de amostragem. Para o Sítio Natura 2000 – Dunas de Mira, pôde-se inferir que o Procambarus clarkii, seguido de Cyprinus carpio e Lepomis gibbosus são as presas mais consumidas. Há, no entanto, pequenas oscilações na dieta ao longo do ano. No Verão, é o Procambarus clarkii que apresenta a maior frequência de ocorrência. No Inverno e na Primavera há um aumento do consumo de Cyprinus carpio. O consumo de Anguilla anguilla é aumentado para o dobro na Primavera e no Verão. Verificou-se um grande número de diferenças significativas quando se comparou o Outono com as outras épocas, devido essencialmente à escassez de água. Há um baixo consumo das presas secundárias quando comparadas com o consumo de peixes e lagostim. No Verão, a categoria de presa mais consumida é o Procambarus clarkii. Além disso, nesta estação foram detectadas diferenças na dieta consoante a zona de amostragem. Nas lagoas, de um modo geral, os peixes são a presa mais consumida, enquanto que nas valas, a presa mais consumida é o Procambarus clarkii. Nos charcos, os items mais consumidos são os passeriformes e o Dysticus sp.. No PNRF verificou-se que as presas mais consumidas são Anguilla anguilla, seguida de Liza aurata, Gobius niger e Chelon labrosus, embora o Procambarus clarkii seja também considerado importante. Verifica-se um acentuado incremento do Gobius niger na dieta de Inverno. Há um incremento do consumo de Outras presas no Verão e no Outono. Foi possível verificar que o Verão e o Inverno foram as épocas que mais diferiram, enquanto que a Primavera e o Outono não apresentaram diferenças com excepção de Outras presas. Na comparação entre zonas de amostragem no Verão, foi possível verificar que a disponibilidade de presas é mais homogénea no PNRF que nas Dunas de Mira, devido à contiguidade das zonas de amostragem. Efectuou-se a compilação de estudos realizados na Península Ibérica que incidem na dieta da lontra. Pôde-se concluir que a dieta é alterada, quer pelas condições que os diferentes habitats proporcionam, quer ao nível da disponibilidade de presas. Verificou-se de que modo a abundância ou escassez de lagostim na dieta altera as contribuições dos outros tipos de presas, na Península Ibérica. Assim, nas áreas onde há presença de lagostim na dieta, existe uma clara alternância entre o consumo de peixe e de lagostim, sendo os restantes tipos de presas consumidos de um modo aleatório. Em áreas onde o lagostim aparece em baixas proporções ou está ausente, verificou-se que as diferenças no consumo de peixe influenciam o consumo de invertebrados, anfíbios, répteis e aves.The present work refers to the study of otter distribution in these two coastal systems of Portugal. It was possible to conclude that in Dunas de Mira, the independent variable “urban pressure” is negatively associated with otter occurrence, while the variables “riparian vegetation”, “food” and “agricultural fields” are positively associated with otter occurrence. In turn, in PNRF, the variables “roads” and “pine tree plantations” present negative associations with otter occurrence, while the variable “scrublands” is positively associated with otter occurrence. There are three source areas of otter occurrence in Dunas de Mira and two source areas in PNRF. In both areas it can be seen that the source areas are isolated because of the occurrence areas with habitat conditions less suitable for otter survival. Otter seasonal diet was also assessed both in Dunas de Mira and in Ria Formosa Natural Park (PNRF). During summer, it was also possible to compare otter diets from different areas. It was verified, in generally, seasonality was verified in the diets for both study areas and differences were also detected between sampling zones. In Dunas de Mira, the most consumed prey were Procambarus clarkii followed by Cyprinus carpio and Lepomis gibbosus. However, during the year otter diet presented only small oscillations. In summer, Procambarus clarkii presents the highest frequency of occurrence. In winter and spring an increase in the consumption of Cyprinus carpio was verified. The consumption of Anguilla anguilla 2-fold higher in spring and summer. Significant differences were detected when Autumn was compared with the other seasons essentially due to water scarcity registered during this period. There is a low consumption of secondary prey when comparing with the consumption of fish and crayfish. In summer, the most consumed prey is Procambarus clarkii and differences were detected between lagoons where fish are generally the most consumed prey and water ditches where the most consumed prey is Procambarus clarkii. In ponds, the most consumed preys were passeriforms and Dysticus sp.. In PNRF the most consumed prey was Anguilla anguilla followed by Liza aurata, Gobius niger and Chelon labrosus. However, Procambarus clarkii is also an important prey in this study area. In winter, a severe increment of Gobius niger consumption was verified. There is an increase of consumption of other prey in summer and autumn. Furthermore, most differences were detected for summer and winter while only the item Other Prey presented differences for spring and autumn. When comparing sampling zones during summer, it was possible to verify that the availability of prey is more homogeneous in PNRF than in Dunas de Mira, due to the contiguity of the sampling zones. A compilation of studies in the Iberian Peninsula focusing on otter’s diet permitted to conclude that diet is modified by conditions provided by the different habitats, as well as by the level of prey availability. It was analysed in which way the abundance or scarcity of crayfish in diet modifies the contributions of other kinds of prey, in the Iberian Peninsula. In areas where crayfish is present in the diet, one can distinguish a clear alternation between the consumption of fish and crayfish. The remaining types of prey are consumed at random. In areas where crayfish appears in low ratios or is absent, it was verified that differences in the fish consumption influence the consumption of invertebrates, amphibians, reptiles and birds.Gomes, PedroUniversidade do MinhoCerqueira, L.20052005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1822/2828porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T12:04:59Zoai:repositorium.sdum.uminho.pt:1822/2828Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:55:21.844332Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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