Interações gene-ambiente na perturbação do espetro do autismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, João Xavier
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Rasga, Célia, Marques, Ana Rita, Asif, Muhammad, Vicente, Astrid M.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/4764
Resumo: A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) tem uma heritabilidade estimada de 50%, indicativa de uma componente genética que pode ser modulada por fatores ambientais. A evidência de associação com autismo de alguns compostos potencialmente tóxicos levou-nos a colocar a hipótese de que genes envolvidos em processos de destoxificação e regulação da permeabilidade de barreiras fisiológicas (p. ex. placenta, hematoencefálica) são candidatos para a PEA. Neste trabalho definimos uma lista de 519 genes de destoxificação e das barreiras de permeabilidade, e comparamos a frequência de Copy Number Variants (CNVs) nestes genes em 2446 crianças com PEA, recrutadas através do Autism Genome Project (AGP), com 10355 controlos sem patologia neuropsiquiátrica da Database of Genomic Variants. Como validação, foram avaliados indivíduos com PEA da Simons Foundation Autism Research Initiative (SFARI) (N=1124). Verificouse que 555 (22,7%) indivíduos com PEA apresentavam CNVs contendo 173 dos 519 genes de interesse, 31 dos quais foram encontrados exclusivamente em pacientes com PEA, enquanto 23 genes eram significativamente mais frequentes em CNVs de indivíduos com PEA do que em controlos. Múltiplos dos genes identificados estão envolvidos no transporte através de barreiras fisiológicas ou na destoxificação de toxinas relevantes para a PEA. Este estudo reforça a hipótese de que, em indivíduos geneticamente suscetíveis, a exposição a fatores ambientais potencialmente tóxicos pode contribuir para a PEA.
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