O papel da vitamina D na resposta imune ao SARS-CoV-2

• Autor(a) principal: Rolo, Ana Filipa da Cruz
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/11874
• topic: Vitamina D; COVID-19; Resposta imune; Padrões de dispensa; Portugal; Vitamin D; Immune response; Dispensing patterns; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina Básica

A importância da vitamina D para o organismo humano é sobejamente conhecida pela comunidade científica, estando a sua deficiência associada ao raquitismo. No entanto, o seu papel fisiológico tem sido amplamente estudado, evidenciando outras funções além do seu papel na regulação do metabolismo ósseo. Entre estas, a sua capacidade imunomoduladora tem despoletado um crescente interesse científico e clínico. A descoberta do SARS-CoV-2 e o alarme social por este provocado, fez com que surgisse interesse no potencial da suplementação com vitamina D para a prevenção e/ou tratamento da COVID-19. Neste contexto, a presente dissertação teve como objetivo analisar o possível benefício desta vitamina na modulação da resposta imune ao SARS- CoV-2 e avaliar a sua dispensa em Portugal em anos pré-pandémicos (2018 e 2019) e pandémicos (2020 e 2021). Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed, Science Direct, B-on e Google Académico, utilizando as palavras-chave “vitamin D”, “imune response”, “SARS-CoV-2”, “COVID-19”. Para avaliar os padrões de consumo desta vitamina em Portugal, foi ainda realizado um estudo retrospetivo utilizando os dados da Health Market Research (HMR) relativos a medicamentos contendo colecalciferol dispensados em farmácias comunitárias portuguesas nos anos de 2018 a 2021. O sistema imune representa um fator determinante no combate à infeção pelo SARS-CoV-2. Os estudos mostraram que as propriedades imunomoduladoras da vitamina D podem estar associadas a um efeito benéfico na infeção por SARS-CoV-2, incluindo a estimulação da produção de peptídeos antimicrobianos, tais como as catelicidinas e as β-defensinas, a modulação das respostas pelos linfócitos Th para induzir uma mudança no perfil imunológico, favorecendo o fenótipo Th2 e a prevenção da tempestade de citocinas através da diminuição de citocinas pró-inflamatórias. Em Portugal, verificou-se um aumento do consumo de medicamentos contendo vitamina D em cerca de 85,4% nos anos da pandemia quando comparados com os anos pré- pandémicos. No entanto, apesar dos resultados promissores obtidos nos estudos clínicos, são ainda necessários estudos controlados de larga escala que sustentem a eficácia da suplementação com vitamina D no tratamento adjuvante da COVID-19.