Acufenos, qualidade de vida, ansiedade e depressão: proposta de um programa de intervenção em doentes oncológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Ana Filipa Gonçalves de
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/37531
Resumo: Introdução. O acufeno é um sintoma com grande prevalência na população mundial, que pode estar associado a outras patologias e cuja presença pode induzir stresse e desencadear sintomatologia ansiosa e depressiva e, consequentemente, afetar o bem-estar e a qualidade de vida do doente. Objetivos. Primeiro, estudar as características dos acufenos e fatores associados, avaliar de que modo afetam a vida diária dos doentes oncológicos e avaliar os níveis de ansiedade, depressão e qualidade de vida dos doentes oncológicos. Seguidamente, analisar as relações entre o acufeno e a sintomatologia ansiosa e depressiva do doente oncológico, bem como, as relações entre o acufeno e a sua qualidade de vida. Por último, elaborar um programa de intervenção passível de se aplicar a estes doentes. Metodologia: O estudo é do tipo observacional, analítico e transversal, contou com uma amostra de 48 doentes oncológicos com acufenos (60,4% do sexo masculino), com média de idades de 57 anos (DP = 8,5), aos quais foi efetuada uma avaliação auditiva, acufenometria e a aplicação das escalas Mini-TQ-PV, para avaliar o impacto do acufeno, HADS, para avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva e WHOQOL-Bref, para avaliar a qualidade de vida. Resultados. Os resultados mostraram que a maioria dos doentes efetuou algum tratamento oncológico que poderá provocar ou intensificar o acufeno, e que este é classificado, por 59,8% doentes, como severamente e extremamente angustiante. A maior parte dos doentes (54,2%) apresenta acufenos há 2-5 anos. Os valores médios obtidos relativamente à qualidade de vida são baixos e os níveis médios de sintomatologia ansiosa são elevados. Os resultados obtidos na análise correlacional sugerem que quanto maior o impacto do acufeno, mais elevada a sintomatologia ansiosa (r=0,635; p=0,00) e menor a qualidade de vida geral (r=-0,544; p=0,000), bem como os seus domínios, o físico (r=- 0,689; p=0,000) e o do ambiente (r=-0,503; p=0,000). Conclusão. Este estudo demonstra a necessidade de se implementarem protocolos que permitam controlar o impacto de sequelas resultantes dos tratamentos oncológicos, como é o caso do acufeno, de forma a permitir uma melhor qualidade de vida nestes doentes.
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Metodologia: O estudo é do tipo observacional, analítico e transversal, contou com uma amostra de 48 doentes oncológicos com acufenos (60,4% do sexo masculino), com média de idades de 57 anos (DP = 8,5), aos quais foi efetuada uma avaliação auditiva, acufenometria e a aplicação das escalas Mini-TQ-PV, para avaliar o impacto do acufeno, HADS, para avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva e WHOQOL-Bref, para avaliar a qualidade de vida. Resultados. Os resultados mostraram que a maioria dos doentes efetuou algum tratamento oncológico que poderá provocar ou intensificar o acufeno, e que este é classificado, por 59,8% doentes, como severamente e extremamente angustiante. A maior parte dos doentes (54,2%) apresenta acufenos há 2-5 anos. Os valores médios obtidos relativamente à qualidade de vida são baixos e os níveis médios de sintomatologia ansiosa são elevados. Os resultados obtidos na análise correlacional sugerem que quanto maior o impacto do acufeno, mais elevada a sintomatologia ansiosa (r=0,635; p=0,00) e menor a qualidade de vida geral (r=-0,544; p=0,000), bem como os seus domínios, o físico (r=- 0,689; p=0,000) e o do ambiente (r=-0,503; p=0,000). Conclusão. Este estudo demonstra a necessidade de se implementarem protocolos que permitam controlar o impacto de sequelas resultantes dos tratamentos oncológicos, como é o caso do acufeno, de forma a permitir uma melhor qualidade de vida nestes doentes.Introduction. Tinnitus is a symptom with a large prevalence in the world population, which can be associated with other pathologies and whose presence can induce stress and trigger anxious and depressive symptoms and, consequently, affect the patient's well-being and quality of life. Objectives. First, study the characteristics of tinnitus and associated factors, assess how they affect the daily life of cancer patients and assess the levels of anxiety, depression and quality of life of cancer patients. Then, analyze the relationship between tinnitus and the anxious and depressive symptoms of cancer patients, as well as the relationship between tinnitus and their quality of life. Finally, develop an intervention program that can be applied to these patients. Methodology. The study is observational, analytical and cross-sectional, with a sample of 48 cancer patients with tinnitus (60.4% male), with a mean age of 57 (SD = 8,5), who were given a hearing evaluation, acuphenometry and the application of Mini-TQ-PV scales, to assess the impact of tinnitus, HADS, to assess anxious and depressive symptoms and WHOQOL-Bref, assess quality of life. Results. The results showed that the majority of patients underwent some cancer treatment that may cause or intensify tinnitus, and that it is classified, by 59.8% of patients, as severely and extremely distressing. Most patients (54.2%) have tinnitus for 2-5 years. The average values obtained in relation to quality of life are low and the average levels of anxiety symptoms are high. The results obtained in the correlational analysis suggest that the greater the impact of tinnitus, the higher the anxious symptoms (r = 0.635; p = 0.00) and the lower the general quality of life (r= -0.544; p = 0.000), as well as its domains, the physical (r = -0.689; p = 0.000) and the environment (r = -0.503; p = 0.000). Conclusion. This study demonstrates the need to implement protocols to control the impact of sequels resulting from cancer treatments, such as tinnitus, in order to allow a better quality of life in these patients.Amaral, Ana PaulaRepositório ComumCarvalho, Ana Filipa Gonçalves de2021-09-21T11:40:00Z2021-02-01T00:00:00Z2021-02-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/37531202768120porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T15:41:27Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/37531Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:17:10.941656Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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