Análise do Risco de Incumprimento das PME Familiares

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Filipa Vieira dos
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/4526
Resumo: A crescente exposição ao mercado mundial acarreta riscos para as organizações levando à necessidade da gestão do risco. A crise financeira de 2008 demonstrou que o que acontece num país acaba por ter repercussões a nível mundial, o que contribuiu para reforçar essa necessidade da gestão do risco, nomeadamente o risco de incumprimento. O risco de incumprimento ou rutura financeira refere-se à probabilidade de a organização não ter cash flows suficientes para conseguir satisfazer os seus compromissos perante terceiros. Uma organização pode estar em incumprimento durante longos períodos o que acarreta custos elevados. Portanto a deteção do risco de incumprimento antecipadamente é importante para que as organizações tomem medidas para que possam evitar esses custos e reverter a possibilidade de incumprimento que mais tarde poderá tornar-se numa situação de falência. O objetivo deste estudo é analisar o risco de incumprimento das PME (pequenas e médias empresas) familiares, ou seja, verificar que empresas correm risco de incumprimento e quais a variáveis que mais contribuem para aumentar a probabilidade de risco de incumprimento das empresas familiares. A escolha por esta amostra prende-se com o facto de grande parte do tecido empresarial português ser constituído por PME e empresas familiares, que são consideradas o motor da economia e que contribuem para a criação de emprego e de riqueza. Analisando 2.658 PME familiares da região de Leiria procedeu-se à classificação em empresas cumpridoras e incumpridoras tendo como base os critérios definidos pelo SIREVE (Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial). Os resultados evidenciam que existem mais empresas cumpridoras do que incumpridoras e que o número das empresas deste último grupo tem diminuído durante o período da amostra, talvez em resultado da recuperação económica sentida no país. De seguida foi construído um modelo que permite às empresas prever o risco de incumprimento, de forma a que tomem decisões antecipadas e evitem situações mais graves como a falência. O modelo inclui variáveis de rendibilidade, endividamento, atividade, fluxos de caixa e idade. Recorrendo a dados em painel e ao método estatístico da regressão logística, pode-se concluir que as empresas incumpridoras são empresas mais novas que as empresas cumpridoras, têm dificuldades em ser rentáveis e a gerir recursos o que as pode levar a recorrer a financiamentos externos, pelo que são empresas com um nível de endividamento superior. Foi ainda encontrada uma relação em formato de U na variável idade, ou seja, nos primeiros anos de vida a probabilidade de risco de incumprimento das empresas é elevada, mas vai diminuindo até determinado nível, uma vez que as empresas mais velhas apresentam novamente risco de incumprimento elevado, pode estar relacionado com o facto de estas empresas terem alguma dificuldade em romper com hábitos e tradições de longa data. Por último foi testado o modelo Z’-Score, como teste de robustez dos resultados, e concluiu-se que os coeficientes do modelo original estão desadequados aos dias de hoje e à amostra em questão, pelo que foram estimados novos coeficientes para este modelo com intuito de aumentar a eficácia do modelo. Tanto o modelo proposto como o Z’-Score modificado demonstraram ter capacidades preditivas elevadas, 88,74% e 85,49% respetivamente, o que revela a aptidão de ambos os modelos de detetar situações de incumprimento.
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