[Recensão a] Cintra Torres, Eduardo (2006), A tragédia televisiva: um género dramático da informação audiovisual, Lisboa: ICS.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Felisbela
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1822/59983
Resumo: [Excerto] Se o autor desta obra quisesse selar promessas de leitura com aquele que percorre as páginas do seu livro, as propostas poderiam ser diversas. O leitor poderia procurar elementos que o ajudassem a perceber, por um lado, a ligação que a TV mantém com o real e, por outro, a relação que o espectador constrói com a realidade mediatizada pelo pequeno ecrã; poderia igualmente ir em busca das novas configurações que o jornalismo televisivo tem vindo a adquirir e de renovadas posturas que os jornalistas vêm exibindo no trabalho que desenvolvem; poderia também entrar pelo meio de uma teoria dos géneros e indagar aí as razões que fundamentam a “tragédia televisiva” como um género autónomo; ou poderia, simplesmente, percorrer as três centenas de páginas desta obra acompanhando uma original e pertinente análise à mediatização audiovisual de dois acontecimentos que, às escalas nacional e internacional, marcaram o nosso passado recente: a queda da Ponte Hintze Ribeiro sobre o Douro em Março de 2001 e o ataque às Torres Gémeas e ao Pentágono que ocorreu a 11 de Setembro. Saliente-se ainda que este trabalho, escrito com grande apuramento de linguagem, está carregado de um grande número de referências bibliográficas que cruzam áreas disciplinares diversas e atravessam tempos díspares, expostas de forma tão fluida que se pensa ser o mais natural possível falar da televisão contemporânea à luz dos escritos de Aristóteles, de Goethe ou de Almeida Garrett. “Ir à procura da tragédia no fundo dos tempos. E no fundo do ecrã. E no espectador”, escreve-se logo na segunda página. Percorrida toda a obra, poder-se-á assegurar que o autor trilhou, laboriosamente, todo o percurso que prometera fazer.
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