Consensos na Gestão da Via Aérea em Anestesiologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Órfão, Jorge Matos
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Aguiar, José Gonçalves
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25751/rspa.8344
Resumo: A abordagem da via aérea dos doentes é uma competência nuclear da nossa especialidade e como tal tem sido objeto de uma preocupação na formação e no treino fundamentais para uma adequada prática clinica, sustentada em documentos que ajudam a criar padrão na prática clinica adequado e segura.   É propósito da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia - SPA, o apoio a iniciativas que se relacionem com o estudo, reflexão, formação e criação de documentos orientadores na organização ou regulação da nossa prática clínica, nomeadamente no que se refere à abordagem da via aérea. Nesse sentido tem incentivado e apoiado diversas iniciativas como cursos ou workshops, associados aos cursos anuais do Centro Português do Comité Europeu para a Educação em Anestesiologia (CEEA) e atividades peri-congresso anual da SPA, entre outras. Em 2008 foi criado o Grupo de Trabalho de Via Aérea Difícil da SPA que tem sido responsável pela realização de cursos de abordagem e manuseio da via aérea de que são exemplo o Curso Via Aérea Difícil ou o de Fibroscopia da Via Aérea.   Em agosto de 2014 por iniciativa do Grupo de Trabalho de Via Aérea Difícil e com o apoio da Direção da SPA, foi lançado o desafio de elaborar os primeiros consensos em via aérea difícil para Portugal. Estes consensos pretendem ser mais do que uma simples importação e tradução de diferentes algoritmos de sociedades científicas mundiais de reconhecido valor e mérito. Tendo como base o estado da arte acerca da abordagem da via aérea e os consistentes documentos existentes de sociedades científicas como a Difficult Airway Society (DAS), American Society of Anesthesiologists (ASA), European Airway Management Society (EAMS), etc. bem como importante bibliografia acerca do tema, procurou-se elaborar um documento que possa refletir uma adaptação às realidades e prática da anestesia portuguesa. Em paralelo foi realizado um esforço para criar um registo único de via aérea difícil, para adultos e crianças, que ao incluir informação considerada imprescindível acerca da abordagem da via aérea, permita construir uma base de dados que possa constituir um apoio sólido à reflexão acerca da nossa prática anestésica, no que respeita à abordagem da via aérea. Estudos recentes, nomeadamente os realizados no Reino Unido (4th National Audit Project of the Royal College of Anaesthetists and the Difficult Airway Society - NAP4) demonstram que a ocorrência de problemas na abordagem da via aérea se relaciona com os operadores envolvidos e o seu nível de performance, bem como com as linhas de atuação previstas e os materiais que nelas se incluem para cumprir o objetivo definido. Nos últimos anos tem-se verificado um desenvolvimento de dispositivos que ajudam a uma mais segura, consistente e adequada abordagem da via aérea de que são exemplo os dispositivos supraglóticos, laringoscópios, videolaringoscópios, fibroscópios, etc. sendo a elaboração de recomendações e guidelines na abordagem de via aérea como noutras áreas, uma tentativa de uniformizar e integrar práticas de atuação, materiais disponíveis e níveis de formação e experiência, com o objetivo de melhorar as condições em que essa abordagem é realizada e, com isso, melhorar o “outcome” dos doentes. Os consensos são recomendações práticas que agrupam informação científica publicada, opinião de peritos ou dados clínicos e destinam-se aos colegas, com o objetivo de os ajudar na tomada de decisões no que à abordagem da via aérea diz respeito, tendo presente que a aplicação destas recomendações não são garante de resultados específicos e podem ser adaptadas ou modificadas atendendo a limitações ou situações fundamentadas. Devem ficar sujeitas a revisões periódicas, tendo em atenção a evolução da medicina e da anestesia e a avaliação dos resultados obtidos da sua própria aplicação ou aplicabilidade. A existência de recomendações possibilita a uniformização de linguagem, objetivos, prática clínica e materiais a utilizar perante determinados cenários de abordagem da via aérea. Os registos serão memória e partilha de experiências, sempre importante para a evolução dos cuidados prestados Com a publicação destes consensos pretende-se dar um contributo para uma evolução, conscientes de que é apenas um passo significativo na segurança e na qualidade dos cuidados de anestesia prestados aos nossos doentes.   Conscientes do muito que ainda há a fazer, existe também a satisfação pela possibilidade de se ter mobilizado um vasto grupo de colegas para este contributo de criação de um documento, em português, que faça a síntese do que pode ser uma abordagem estruturada da via aérea.
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Em 2008 foi criado o Grupo de Trabalho de Via Aérea Difícil da SPA que tem sido responsável pela realização de cursos de abordagem e manuseio da via aérea de que são exemplo o Curso Via Aérea Difícil ou o de Fibroscopia da Via Aérea.   Em agosto de 2014 por iniciativa do Grupo de Trabalho de Via Aérea Difícil e com o apoio da Direção da SPA, foi lançado o desafio de elaborar os primeiros consensos em via aérea difícil para Portugal. Estes consensos pretendem ser mais do que uma simples importação e tradução de diferentes algoritmos de sociedades científicas mundiais de reconhecido valor e mérito. Tendo como base o estado da arte acerca da abordagem da via aérea e os consistentes documentos existentes de sociedades científicas como a Difficult Airway Society (DAS), American Society of Anesthesiologists (ASA), European Airway Management Society (EAMS), etc. bem como importante bibliografia acerca do tema, procurou-se elaborar um documento que possa refletir uma adaptação às realidades e prática da anestesia portuguesa. Em paralelo foi realizado um esforço para criar um registo único de via aérea difícil, para adultos e crianças, que ao incluir informação considerada imprescindível acerca da abordagem da via aérea, permita construir uma base de dados que possa constituir um apoio sólido à reflexão acerca da nossa prática anestésica, no que respeita à abordagem da via aérea. 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Nos últimos anos tem-se verificado um desenvolvimento de dispositivos que ajudam a uma mais segura, consistente e adequada abordagem da via aérea de que são exemplo os dispositivos supraglóticos, laringoscópios, videolaringoscópios, fibroscópios, etc. sendo a elaboração de recomendações e guidelines na abordagem de via aérea como noutras áreas, uma tentativa de uniformizar e integrar práticas de atuação, materiais disponíveis e níveis de formação e experiência, com o objetivo de melhorar as condições em que essa abordagem é realizada e, com isso, melhorar o “outcome” dos doentes. Os consensos são recomendações práticas que agrupam informação científica publicada, opinião de peritos ou dados clínicos e destinam-se aos colegas, com o objetivo de os ajudar na tomada de decisões no que à abordagem da via aérea diz respeito, tendo presente que a aplicação destas recomendações não são garante de resultados específicos e podem ser adaptadas ou modificadas atendendo a limitações ou situações fundamentadas. Devem ficar sujeitas a revisões periódicas, tendo em atenção a evolução da medicina e da anestesia e a avaliação dos resultados obtidos da sua própria aplicação ou aplicabilidade. A existência de recomendações possibilita a uniformização de linguagem, objetivos, prática clínica e materiais a utilizar perante determinados cenários de abordagem da via aérea. Os registos serão memória e partilha de experiências, sempre importante para a evolução dos cuidados prestados Com a publicação destes consensos pretende-se dar um contributo para uma evolução, conscientes de que é apenas um passo significativo na segurança e na qualidade dos cuidados de anestesia prestados aos nossos doentes.   Conscientes do muito que ainda há a fazer, existe também a satisfação pela possibilidade de se ter mobilizado um vasto grupo de colegas para este contributo de criação de um documento, em português, que faça a síntese do que pode ser uma abordagem estruturada da via aérea.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2016-03-10T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.8344por0871-6099Órfão, Jorge MatosAguiar, José Gonçalvesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:40Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8344Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:09.747009Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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