Paralisia facial periférica: impacto na qualidade de vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/749 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A paralisia facial periférica geralmente apresenta um prognóstico benigno, mas não deve ser subvalorizada, pois pode provocar sequelas graves de ordem psicológica e social. As escalas de classificação da disfunção do nervo facial avaliam apenas as manifestações físicas da PFP. Contudo, o mesmo grau de paralisia pode ter impactos diferentes na qualidade de vida de cada doente, uma vez que esta engloba uma valorização pessoal. A nível mundial, praticamente não se conhecem estudos sobre o impacto da PFP na qualidade de vida, para além dalguns estudos pós-cirúrgicos. OBJECTIVO: Avaliar, na altura da realização do estudo, a função facial dos doentes atendidos no Hospital Sousa Martins no período de 2006 a 2008 assim como o impacto das sequelas na sua qualidade de vida. Procurar factores preditivos da função social. MÉTODOS: Realizou-se um estudo retrospectivo e prospectivo. O questionário Facial Clinimetric Evaluation (FaCE) foi aplicado por entrevista telefónica a todos os participantes no estudo. Elegemos o score da função social (SFS) como o mais relevante para o trabalho. Os pacientes foram categorizados em recuperados (R) e não recuperados (NR) e os dois grupos foram comparados. Dentro dos NR foi realizada análise comparativa de subgrupos, quanto à idade, sexo e tempo de recuperação. O SFS foi relacionado com a idade e com os outros scores avaliados pelo questionário FaCE.RESULTADOS/DISCUSSÃO: Um total de 70 questionários foram respondidos (taxa de resposta de 77,8%). Trinta e oito participantes (54%) consideravam-se completamente recuperados (R) e 32 (46%) consideravam que não (NR). O grupo NR tinha uma função social significativamente inferior ao grupo R (p<0,05). Dentro dos subgrupos dos NR, não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à idade, sexo e tempo de recuperação (p<0,05). A idade não estava relacionada significativamente com o SFS (p<0,05). Exceptuando o score de controlo lacrimal, todos os scores estavam relacionados significativamente com o SFS (p<0,05) contudo nenhum apresentou uma forte correlação. CONCLUSÃO: É importante que os aspectos que dizem respeito à qualidade de vida sejam abordados na consulta médica para assim proporcionar uma melhoria do bem-estar do doente e consequentemente a hipótese de recuperação. Cada vez mais estudos apontam para o facto do impacto na qualidade de vida dos doentes não ser proporcional à severidade da PF e não poder ser previsível pelo sexo, idade e tempo de recuperação dos participantes. Todos os doentes com PFP estão em risco psico-social e portanto este deve ser sempre avaliado, para que possam ser tomadas medidas para minimizar as suas consequências e com isso maximizar a recuperação clínica e funcional. |
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Paralisia facial periférica: impacto na qualidade de vidaParalisia facialParalisia facial periféricaParalisia facial periférica - DiagnósticoParalisia facial periférica - TratamentoParalisia facial periférica - Qualidade de vidaINTRODUÇÃO: A paralisia facial periférica geralmente apresenta um prognóstico benigno, mas não deve ser subvalorizada, pois pode provocar sequelas graves de ordem psicológica e social. As escalas de classificação da disfunção do nervo facial avaliam apenas as manifestações físicas da PFP. Contudo, o mesmo grau de paralisia pode ter impactos diferentes na qualidade de vida de cada doente, uma vez que esta engloba uma valorização pessoal. A nível mundial, praticamente não se conhecem estudos sobre o impacto da PFP na qualidade de vida, para além dalguns estudos pós-cirúrgicos. OBJECTIVO: Avaliar, na altura da realização do estudo, a função facial dos doentes atendidos no Hospital Sousa Martins no período de 2006 a 2008 assim como o impacto das sequelas na sua qualidade de vida. Procurar factores preditivos da função social. MÉTODOS: Realizou-se um estudo retrospectivo e prospectivo. O questionário Facial Clinimetric Evaluation (FaCE) foi aplicado por entrevista telefónica a todos os participantes no estudo. Elegemos o score da função social (SFS) como o mais relevante para o trabalho. Os pacientes foram categorizados em recuperados (R) e não recuperados (NR) e os dois grupos foram comparados. Dentro dos NR foi realizada análise comparativa de subgrupos, quanto à idade, sexo e tempo de recuperação. O SFS foi relacionado com a idade e com os outros scores avaliados pelo questionário FaCE.RESULTADOS/DISCUSSÃO: Um total de 70 questionários foram respondidos (taxa de resposta de 77,8%). Trinta e oito participantes (54%) consideravam-se completamente recuperados (R) e 32 (46%) consideravam que não (NR). O grupo NR tinha uma função social significativamente inferior ao grupo R (p<0,05). Dentro dos subgrupos dos NR, não houve diferenças estatisticamente significativas quanto à idade, sexo e tempo de recuperação (p<0,05). A idade não estava relacionada significativamente com o SFS (p<0,05). Exceptuando o score de controlo lacrimal, todos os scores estavam relacionados significativamente com o SFS (p<0,05) contudo nenhum apresentou uma forte correlação. CONCLUSÃO: É importante que os aspectos que dizem respeito à qualidade de vida sejam abordados na consulta médica para assim proporcionar uma melhoria do bem-estar do doente e consequentemente a hipótese de recuperação. Cada vez mais estudos apontam para o facto do impacto na qualidade de vida dos doentes não ser proporcional à severidade da PF e não poder ser previsível pelo sexo, idade e tempo de recuperação dos participantes. Todos os doentes com PFP estão em risco psico-social e portanto este deve ser sempre avaliado, para que possam ser tomadas medidas para minimizar as suas consequências e com isso maximizar a recuperação clínica e funcional.INTRODUCTION The peripheral facial paralysis (PFP), generally presents a benign prognosis, but should not be undervalued, because it can cause serious psychological and social sequelae. Facial nerve dysfunction classification scales only assess the physical manifestations of the PFP. However, the same degree of paralysis can have different impacts on the quality of life of each patient, since this involves a personal valorization. Worldwide, almost no studies on the impact of PFP on quality of life are known, in addition to some post-surgical studies. OBJECTIVE Assess at the time of conducting the study, the facial function of patients treated at the Hospital Sousa Martins between 2006 to 2008 as well as the impact of sequelae on quality of life. Try to find predictors for social function. METHODS We conducted a retrospective and prospective study. The Facial Clinimetric Evaluation (FaCE) questionnaire was administered by telephone interview to all participants in the study. We chose the social function score (SFS) as the most relevant for our work. Patients were categorized as recovered (R) and not recovered (NR) and the two groups were compared. Within the NR comparative analysis of subgroups was performed according to age, sex, and recovery time. The SFS was related to age and to other questionnaire scores evaluated by the FaCE questionnaire. RESULTS/DISCUSSION A total of 70 questionnaires were returned (response rate 77.8%). Thirty-eight participants (54%) considered themselves completely recovered (R) and 32 (46%) believed that were not (NR). The NR group had a significantly lower social function compared to the R group (p <0.05). Within the NR subgroups, no statistically significant differences in age, sex and length of recovery was found (p <0.05). The age was not significantly related to the SFS (p <0.05). Except for the lacrimal control score, all scores were significantly related to the SFS (p <0.05) but none showed a strong correlation. CONCLUSION It is important that the issues that concern the quality of life are addressed in medical consultation to facilitate a greater well-being of the patient and hence the chance of recovery. Studies increasingly point out the fact that patients impact on quality of life is not proportional to the severity of their PF and cannot be predicted by gender, age and time of recovery. All patients with PFP are in psycho-social risk and therefore it should always be evaluated, so measures may be taken to minimize its consequences and thus maximize the clinical and functional recovery.Universidade da Beira InteriorMacedo, Susana AbreuuBibliorumBarreira, João Albuquerque Coelho Seabra2012-11-23T10:20:29Z2010-062010-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/749porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:05Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/749Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:45.753843Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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