A vegetação e a actividade dos movimentos de vertente na região a norte de Lisboa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cardigos, Patrícia Afonso Fernandes
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/17831
Resumo: A Região a Norte de Lisboa, devido às suas características geomorfológicas, é marcada pela ocorrência de deslizamentos, nomeadamente nos anos mais chuvosos. Após a ocorrência de um deslizamento, as suas marcas morfológicas vão-se tornando menos visíveis ao longo do tempo, podendo ser totalmente obliteradas da paisagem. Neste contexto, esta dissertação apresenta resultados de um estudo desenvolvido em terrenos carbonatados, utilizando um marco de instabilidade mais duradouro, como é o caso da sucessão vegetal que ocorre após a manifestação da instabilidade. O trabalho realizado é baseado em inventários de campo efetuados através de amostragem estratificada no interior de oito deslizamentos, assim como na área envolvente. O objetivo do trabalho consiste na análise, dentro dos deslizamentos, de um mosaico de comunidades vegetais em diferentes estados sucessionais associadas aos diferentes sectores das áreas instabilizadas. Assim, os deslizamentos foram divididos em três sectores (cicatriz, corpo e pé), nos quais foram realizados os inventários e cálculos da cobertura vegetal, taxa de cobertura e cobertura relativa. Por último, verificou-se a existência de bioindicadores de deslizamentos, associados aos diferentes sectores: espécies primocolonizadoras de meios fortemente perturbados na cicatriz, dominância de leguminosas e de orquidáceas no corpo; elevada dominância de trepadeiras, nomeadamente da silva, no pé. Os resultados obtidos mostram que o pé apresenta sempre um estádio mais avançado na sucessão. Aqui, a existência de propágulos transportados em conjunto com os materiais deslizados permite um rápido desenvolvimento de arbustos colocando este sector, em pouco tempo, num nível elevado do processo sucessional. Pelo contrário, a cicatriz tem uma evolução lenta e os primeiros vegetais que aí se desenvolvem são primocolonizadores de um biótopo com características extremas. O corpo encontra-se numa situação intermédia. Assim, as maiores taxas de cobertura vegetal estão sempre associadas ao pé e às áreas envolventes ao deslizamento, enquanto os valores mais baixos ocorrem na cicatriz.
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O trabalho realizado é baseado em inventários de campo efetuados através de amostragem estratificada no interior de oito deslizamentos, assim como na área envolvente. O objetivo do trabalho consiste na análise, dentro dos deslizamentos, de um mosaico de comunidades vegetais em diferentes estados sucessionais associadas aos diferentes sectores das áreas instabilizadas. Assim, os deslizamentos foram divididos em três sectores (cicatriz, corpo e pé), nos quais foram realizados os inventários e cálculos da cobertura vegetal, taxa de cobertura e cobertura relativa. Por último, verificou-se a existência de bioindicadores de deslizamentos, associados aos diferentes sectores: espécies primocolonizadoras de meios fortemente perturbados na cicatriz, dominância de leguminosas e de orquidáceas no corpo; elevada dominância de trepadeiras, nomeadamente da silva, no pé. Os resultados obtidos mostram que o pé apresenta sempre um estádio mais avançado na sucessão. Aqui, a existência de propágulos transportados em conjunto com os materiais deslizados permite um rápido desenvolvimento de arbustos colocando este sector, em pouco tempo, num nível elevado do processo sucessional. Pelo contrário, a cicatriz tem uma evolução lenta e os primeiros vegetais que aí se desenvolvem são primocolonizadores de um biótopo com características extremas. O corpo encontra-se numa situação intermédia. Assim, as maiores taxas de cobertura vegetal estão sempre associadas ao pé e às áreas envolventes ao deslizamento, enquanto os valores mais baixos ocorrem na cicatriz.ABSTRACT: The region north of Lisbon, due to its geomorphological characteristics, is marked by the occurrence of landslides, particularly in the wettest years. Upon the occurrence of a landslide, its morphological tags become less visible over time, being completely obliterated in the landscape. In this context, this thesis presents the results of a study developed in carbonate terrains, using a framework of long-lasting instability, as is the case of plant succession that occurs after the onset of slope instability. The work is based on field inventories conducted by stratified sampling within eight landslides, as well as the surrounding areas. The goal is to analyze, within the landslides, a mosaic of plant communities in different successional stages associated with different sectors. Thus, the landslips were divided into three sectors scar, body and foot slip on which inventories, vegetation coverage, coverage rate and relative cover were determined. Finally, it was found that there are landslide bioindicators, associated with different landslide sectors: dominance pioneer species in the scar, dominance leguminous and orchids in the body, high dominance of climbing, Rubus particularly, in the foot. Primary results indicate that the landslide foot always have a more advanced stage in succession. Here, the existence of propagules transported together with the materials slid down allows a rapid development of this sector by placing shrubs in a short time, a high level of the successional process. On the other hand, the scar evolves slowly and the first plants that develop are pioneering colonizers typical of a biotope with extreme characteristics. Thus, the highest rates of vegetation are always associated with the foot and the surrounding areas of the slip (above 68 %), while the lowest values occur in the scar.Zêzere, José LuísNeto, CarlosRepositório da Universidade de LisboaCardigos, Patrícia Afonso Fernandes2015-03-31T15:01:19Z201320132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/17831TID:201131749porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:03:42Zoai:repositorio.ul.pt:10451/17831Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:37:34.575655Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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