A Comunicação com a pessoa em situação crítica submetida a ventilação mecânica invasiva: perspetiva do enfermeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Ana Paula Lima
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/1199
Resumo: A comunicação permite relacionarmo-nos com os outros, tornando-nos um ser social e constitui um pilar importante onde assenta a humanização dos cuidados de saúde. A pessoa com falência de funções vitais que necessita de ventilação artificial não emite sons, devido à presença de um tubo endotraqueal, limitando a capacidade de comunicar, justamente em momentos de maior fragilidade, quando corre risco de vida. É neste contexto que surge este estudo, cujo interesse foi despoletado durante um estágio numa unidade de cuidados intensivos, onde tive a oportunidade de cuidar de doentes críticos ventilados e, por isso, impedidos de comunicar verbalmente. Neste sentido, desenvolvemos um estudo qualitativo de caráter exploratório descritivo, cujo objetivo foi compreender o processo de comunicação entre o enfermeiro e a pessoa em situação crítica submetida a ventilação mecânica invasiva, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de cuidados. Como estratégia de recolha de dados optámos pela entrevista semiestruturada e pela observação participante a um grupo de dez enfermeiros de uma unidade de cuidados intensivos de um hospital da zona Norte de Portugal.Após a análise dos dados obtidos através da técnica de análise de conteúdo, os resultados foram organizados em torno de cinco áreas temáticas: modos de comunicar; finalidades da comunicação enfermeiro/doente; fatores que interferem no processo de comunicação; estratégias mobilizadas pelo enfermeiro no processo de comunicação e sugestões para otimizar a comunicação. Emergiram as seguintes conclusões: Na interação enfermeiro/doente são mobilizados os modos de comunicar-verbal e nãoverbal. Enquanto os enfermeiros utilizam preferencialmente a palavra falada para comunicar com o doente, associada grande parte das vezes a formas de comunicação não-verbal, o doente comunica com o enfermeiro principalmente através de formas de comunicação não-verbal, estando estas dependentes da descodificação da mensagem por parte do enfermeiro. Das finalidades da comunicação enfermeiro/doente evidencia-se o explicar dos procedimentos que vão executar e avaliar as necessidades do doente. Dos diversos fatores que interferem na comunicação enfermeiro/doente destacamos o estado de consciência/nível de sedação do doente, a experiência profissional do enfermeiro em UCI e o ambiente da própria unidade. Emergiram sugestões que atribuem particular importância ao desenvolvimento de competências comunicacionais do enfermeiro e à partilha de relatos das experiências dos doentes submetidos a ventilação mecânica invasiva. Neste sentido perspetivamos mudanças que impliquem um maior investimento na formação dos profissionais neste domínio e um maior envolvimento da família nos cuidados fomentando espaços de reflexão que ajudem a aproximar o cuidador da pessoa cuidada.
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Neste sentido, desenvolvemos um estudo qualitativo de caráter exploratório descritivo, cujo objetivo foi compreender o processo de comunicação entre o enfermeiro e a pessoa em situação crítica submetida a ventilação mecânica invasiva, de modo a contribuir para a melhoria da qualidade de cuidados. Como estratégia de recolha de dados optámos pela entrevista semiestruturada e pela observação participante a um grupo de dez enfermeiros de uma unidade de cuidados intensivos de um hospital da zona Norte de Portugal.Após a análise dos dados obtidos através da técnica de análise de conteúdo, os resultados foram organizados em torno de cinco áreas temáticas: modos de comunicar; finalidades da comunicação enfermeiro/doente; fatores que interferem no processo de comunicação; estratégias mobilizadas pelo enfermeiro no processo de comunicação e sugestões para otimizar a comunicação. Emergiram as seguintes conclusões: Na interação enfermeiro/doente são mobilizados os modos de comunicar-verbal e nãoverbal. Enquanto os enfermeiros utilizam preferencialmente a palavra falada para comunicar com o doente, associada grande parte das vezes a formas de comunicação não-verbal, o doente comunica com o enfermeiro principalmente através de formas de comunicação não-verbal, estando estas dependentes da descodificação da mensagem por parte do enfermeiro. Das finalidades da comunicação enfermeiro/doente evidencia-se o explicar dos procedimentos que vão executar e avaliar as necessidades do doente. Dos diversos fatores que interferem na comunicação enfermeiro/doente destacamos o estado de consciência/nível de sedação do doente, a experiência profissional do enfermeiro em UCI e o ambiente da própria unidade. Emergiram sugestões que atribuem particular importância ao desenvolvimento de competências comunicacionais do enfermeiro e à partilha de relatos das experiências dos doentes submetidos a ventilação mecânica invasiva. Neste sentido perspetivamos mudanças que impliquem um maior investimento na formação dos profissionais neste domínio e um maior envolvimento da família nos cuidados fomentando espaços de reflexão que ajudem a aproximar o cuidador da pessoa cuidada.Communication allows us to relate with each other, making us social beings, and it is an important pillar in which the humanization of health care lies. The person suffering with vital functions failure requiring artificial ventilation emits no sounds, due to the presence of an endotracheal tube, limiting the ability to communicate precisely in moments of weakness, when life is at risk. It is in this framework that this study was made, it`s interest having been sparked during an internship in an intensive care unit, where we had the opportunity to provide nursing care to critically ill ventilated patients, therefore, unable to communicate verbally. Thus, we have developed a descriptive exploratory qualitative study, whose purpose was to understand the process of communication between the nurse and the person in critical condition, submitted to invasive mechanical ventilation, in order to contribute to the improvement of the quality of nursing care. As data collection strategies, we chose a semi directed interview, and a participant observation of a group of ten nurses was carried out in an intensive care unit of a hospital in the North of Portugal.After analyzing the collected data through the technique of content analysis, the results were organized around five themes: ways of communicating; purposes of communication between nurse and patient; aspects that interfere with the communication process; strategies used by the nurse in the process of communicating, and suggestions to improve communication. We obtained the following conclusions: In the interaction between nurse and patient are used verbal and non-verbal modes of communication. While nurses use preferably verbal modes with the patient, often associated with non verbal modes, the patient communicates with the nurse mainly through non verbal modes of communication, which rely on the nurses decoding the message. Among the purposes of communication between nurse and patient, stand out explaining the procedures that will be performed and evaluating the patients needs. Amid the various factors that interfere with communication between nurse and patient are noticeable the state of consciousness and the sedation level, the experience of the nurses in ICU and the environment in the unit itself. Some suggestions were made that attribute particular importance to the development of the nurses communication skills and the sharing of stories of the experiences of patients undergoing mechanical ventilation.In this sense, we predict changes that would lead to greater investment in the training of professionals in this field and more family involvement in care by fostering opportunities for reflection that help bring the caregiver closer to the person.2014-12-11T19:49:01Z2014-04-22T00:00:00Z2014-04-22info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/20.500.11960/1199TID:201142090porAlves, Ana Paula Limainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-21T14:36:00Zoai:repositorio.ipvc.pt:20.500.11960/1199Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:43:28.026115Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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