Monitorização da aplicação de adubos líquidos num olival no Baixo Alentejo e o impacto na evolução de nutrientes na seiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Afonso, Débora Isabel Baião
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.12207/5401
Resumo: Com a instalação da barragem de Alqueva, houve uma grande mudança na agricultura do Baixo Alentejo, passando de culturas de sequeiro, a culturas de regadio. Devido a esta mudança de panorama, surgiram na zona abrangida pelo regadio de Alqueva, culturas arvenses (colza, milho, soja) e arbóreas (frutas de caroço, amendoal, olivais em sebe) que não se faziam até então, devido à falta de água. O Alentejo deixou de ser o “celeiro da nação”, onde praticamente apenas se semeava trigo, e passou a ser uma zona onde se pratica uma nova agricultura, mais técnica, conduzida de forma sustentável e com grande diversidade de culturas, conseguindo-se, desta forma, aumentar o potencial produtivo do Baixo Alentejo. Com este trabalho monitorizou-se/avaliou-se ao longo do ciclo produtivo na cultura do olival, a evolução dos nutrientes na seiva (azoto nítrico, potássio, cálcio, sódio), a condutividade elétrica, o pH da seiva e o grau brix com os diferentes adubos líquidos da Hubel Verde (VS e BluDiamond). Para avaliação da evolução dos nutrientes na seiva, o método utilizado baseou-se em análises de seiva efetuadas de quinze em quinze dias numa parcela da Herdade da Granja onde foi efetuada a aplicação de adubos líquidos BD e outra parcela testemunha com aplicação de adubos líquidos VS. Foram recolhidos de ambas as parcelas 40 pecíolos de vinte árvores com orientação Este-Oeste para a realização das análises de seiva. Constatou-se assim que, o azoto apresentou uma absorção superior no sector onde foi efectuada a aplicação de adubos líquidos BluDiamond, possibilitando desta forma um crescimento vegetativo superior. O potássio, sendo importante na divisão celular e durante a fase de frutificação, permaneceu ligeiramente mais elevado no sector com adubos líquidos BluDiamond, do que no sector com adubos líquidos VS com valores de 4500 ppm. O cálcio é necessário para a assimilação de nutrientes e para a divisão celular. Ao longo do período em estudo a sua observação foi reduzida, contudo, nos meses em que apresenta uma maior necessidade (Agosto e Abril) apresentou o valor mais elevado (10 ppm) no sector onde foi aplicado adubos líquidos BluDiamond devido, possivelmente, às características do adubo aplicado permitir uma absorção superior dos nutrientes necessários para a cultura. Relativamente ao sódio, em ambos os sectores, os valores mantiveram-se constantes e não se verificou grande variação permanecendo dentro do padrão normal recomendado (150-300 ppm). O grau brix, nas análises de seiva, mede a matéria seca onde estão incluídos os açúcares, aminoácidos, proteínas. Este parâmetro é influenciado por factores como o estado do tempo, temperatura exterior, temperatura da folha e hora da recolha dos pecíolos. Assim, foi possível constatar, que no sector onde foi aplicado adubos líquidos BluDiamond a actividade metabólica das plantas foi superior comparativamente ao sector onde foi aplicado adubos líquidos VS, independentemente das condições atmosféricas. Os resultados observados através das análises de seiva mostram que a aplicação de adubos líquidos BluDiamond permitem às plantas uma absorção superior dos nutrientes, incluindo nas fases em que as suas necessidades aumentam, como na fase de crescimento vegetativo, floração e frutificação. Na produção do ano de 2019, no sector onde foram aplicados adubos líquidos BluDiamond verificou-se um acréscimo de produção de 76 Kg de azeite por hectare comparativamente ao sector onde foram aplicados adubos líquidos VS. Se considerarmos que os factores de produção foram idênticos em ambas as parcelas em estudo, a utilização dos adubos líquidos BluDiamond se traduziu num acréscimo de custo de 42€ por hectare comparado com os adubos líquidos VS, concluiu-se que de acordo com os preços de mercado (2,75€/Kg) existiu um acréscimo de rentabilidade por hectare de cerca de 209€.
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