Ansiedade e Depressão em Cuidados Paliativos: A Realidade de uma Equipa Intra-Hospitalar da Região Centro do País
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/12913 |
Resumo: | Introdução: A sintomatologia ansiosa e depressiva é frequente em doentes com patologia médica, em especial nos Cuidados Paliativos. Tal influencia negativamente o processo de ajustamento da doença, reduz a qualidade de vida e a adesão ao tratamento, provocando enorme sofrimento ao paciente e ao seu cuidador. Assim, é fulcral diagnosticar e tratar a ansiedade e a depressão a fim de estruturar o correto suporte dos cuidados ao utente. Objetivos: Estudo delineado com o objetivo de avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos utentes seguidos pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. Materiais e Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. Recolha de dados efetuada entre agosto de 2021 e março de 2022, através de um questionário anónimo fornecido aos utentes acompanhados pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. O questionário foi composto pelas seguintes partes: Dados Sociodemográficos, Dados Clínicos e Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Esta escala foi utilizada como instrumento de triagem de ansiedade e depressão. Resultados: A investigação contou com 81 participantes, 31 do sexo feminino (38,27%) e 50 do sexo masculino (61,73%), com uma média de idades de 71,22 anos, maioritariamente casados/união de facto (67,90%), com 1º ciclo do ensino básico (59,26%) e com bom apoio familiar (95,06%). A doença oncológica verificou-se em 93,83% dos indivíduos, com prevalência do cancro do intestino (15,79%), cancro da próstata (14,47%) e cancro do pâncreas/vias biliares (13,16%). Constatou-se que 41,98% dos utentes referia ter apoio psicológico. Usando a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar, verificou-se uma pontuação média de 11,25 (±3,10) para a subescala de ansiedade e 9,31 (±2,56) para a subescala de depressão. No que se refere à ansiedade, a maior parte dos utentes apresentou sintomatologia moderada (49,38%), seguindo-se a sintomatologia leve (27,16%). A sintomatologia depressiva foi maioritariamente leve (45,68%), seguindo-se a moderada (32,10%). Sintomatologia ansiosa e depressiva severa observou-se em 12,35% e 1,23% dos indivíduos, respetivamente. O sexo masculino apresentou um maior valor de ansiedade (M=12,20±2,96) relativamente ao feminino (M=9,71±2,73), com uma diferença estatisticamente muitíssimo significativa (p<0,001). Os utentes de maior idade, não casados/união facto, com baixa escolaridade e com bom apoio familiar, apresentaram maior ansiedade, não sendo este resultado significativamente estatístico. Quanto ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica), os utentes apresentaram valores de ansiedade semelhantes, não se observando diferença significativamente estatística em relação com o tipo de tumor. Os indivíduos que não possuíam apoio psicológico exibiram maiores níveis de ansiedade (M=11,74±2,77) comparativamente aos que possuíam (M=10,56±3,44), não se verificando, porém, diferença estatisticamente significativa. Na avaliação da subescala de depressão, esta foi mais elevada no sexo masculino, no grupo etário dos 50-75 anos, não casados/união facto, com baixa escolaridade e sem apoio familiar. Não se observou diferença no que diz respeito ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica) e tipo de tumor. Estes resultados não apresentaram significância estatística. Em relação à existência ou não de apoio psicológico, os utentes expressaram valores médios de depressão semelhantes, não se verificando diferença estatística. Por fim, ao analisar a relação entre a ansiedade e a depressão, observou-se uma correlação negativa, muito fraca, estatisticamente não significativa. Conclusão: A sintomatologia ansiosa e depressiva é um problema psicossocial frequente. Neste estudo observou-se sintomatologia ansiosa moderada/severa em 61,73% dos utentes e sintomatologia depressiva moderada/severa em 33,33%. Perante estes resultados, tornase imperativo definir novas políticas e estratégias de rastreio aos utentes seguidos em Cuidados Paliativos, de modo a identificar precocemente aqueles que necessitam de avaliação e tratamento adicionais. |
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Ansiedade e Depressão em Cuidados Paliativos: A Realidade de uma Equipa Intra-Hospitalar da Região Centro do PaísAnsiedadeCuidados PaliativosDepressãoDoença OncológicaHadsDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A sintomatologia ansiosa e depressiva é frequente em doentes com patologia médica, em especial nos Cuidados Paliativos. Tal influencia negativamente o processo de ajustamento da doença, reduz a qualidade de vida e a adesão ao tratamento, provocando enorme sofrimento ao paciente e ao seu cuidador. Assim, é fulcral diagnosticar e tratar a ansiedade e a depressão a fim de estruturar o correto suporte dos cuidados ao utente. Objetivos: Estudo delineado com o objetivo de avaliar a sintomatologia ansiosa e depressiva nos utentes seguidos pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. Materiais e Métodos: Estudo observacional, descritivo e transversal. Recolha de dados efetuada entre agosto de 2021 e março de 2022, através de um questionário anónimo fornecido aos utentes acompanhados pela Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde da Guarda. O questionário foi composto pelas seguintes partes: Dados Sociodemográficos, Dados Clínicos e Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar. Esta escala foi utilizada como instrumento de triagem de ansiedade e depressão. Resultados: A investigação contou com 81 participantes, 31 do sexo feminino (38,27%) e 50 do sexo masculino (61,73%), com uma média de idades de 71,22 anos, maioritariamente casados/união de facto (67,90%), com 1º ciclo do ensino básico (59,26%) e com bom apoio familiar (95,06%). A doença oncológica verificou-se em 93,83% dos indivíduos, com prevalência do cancro do intestino (15,79%), cancro da próstata (14,47%) e cancro do pâncreas/vias biliares (13,16%). Constatou-se que 41,98% dos utentes referia ter apoio psicológico. Usando a Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar, verificou-se uma pontuação média de 11,25 (±3,10) para a subescala de ansiedade e 9,31 (±2,56) para a subescala de depressão. No que se refere à ansiedade, a maior parte dos utentes apresentou sintomatologia moderada (49,38%), seguindo-se a sintomatologia leve (27,16%). A sintomatologia depressiva foi maioritariamente leve (45,68%), seguindo-se a moderada (32,10%). Sintomatologia ansiosa e depressiva severa observou-se em 12,35% e 1,23% dos indivíduos, respetivamente. O sexo masculino apresentou um maior valor de ansiedade (M=12,20±2,96) relativamente ao feminino (M=9,71±2,73), com uma diferença estatisticamente muitíssimo significativa (p<0,001). Os utentes de maior idade, não casados/união facto, com baixa escolaridade e com bom apoio familiar, apresentaram maior ansiedade, não sendo este resultado significativamente estatístico. Quanto ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica), os utentes apresentaram valores de ansiedade semelhantes, não se observando diferença significativamente estatística em relação com o tipo de tumor. Os indivíduos que não possuíam apoio psicológico exibiram maiores níveis de ansiedade (M=11,74±2,77) comparativamente aos que possuíam (M=10,56±3,44), não se verificando, porém, diferença estatisticamente significativa. Na avaliação da subescala de depressão, esta foi mais elevada no sexo masculino, no grupo etário dos 50-75 anos, não casados/união facto, com baixa escolaridade e sem apoio familiar. Não se observou diferença no que diz respeito ao diagnóstico de doença (oncológica vs não oncológica) e tipo de tumor. Estes resultados não apresentaram significância estatística. Em relação à existência ou não de apoio psicológico, os utentes expressaram valores médios de depressão semelhantes, não se verificando diferença estatística. Por fim, ao analisar a relação entre a ansiedade e a depressão, observou-se uma correlação negativa, muito fraca, estatisticamente não significativa. Conclusão: A sintomatologia ansiosa e depressiva é um problema psicossocial frequente. Neste estudo observou-se sintomatologia ansiosa moderada/severa em 61,73% dos utentes e sintomatologia depressiva moderada/severa em 33,33%. Perante estes resultados, tornase imperativo definir novas políticas e estratégias de rastreio aos utentes seguidos em Cuidados Paliativos, de modo a identificar precocemente aqueles que necessitam de avaliação e tratamento adicionais.Introduction: Anxious and depressive symptoms are frequent in patients with medical pathology, especially in Palliative Care. This negatively influences the disease adjustment process, reduces the quality of life and treatment adherence, causing enormous suffering to the patient and the caregivers. Thus, it’s essential to diagnose and treat anxiety and depression in order to structure the correct support of patient care. Objectives: The study was designed with the objective of evaluating anxious and depressive symptoms in patients of the Intra-Hospital Support Team in Palliative Care of the Local Health Unit of Guarda. Materials and Methods: Observational, descriptive and cross-sectional study. The data collection was carried out between August 2021 and March 2022, through an anonymous questionnaire provided to patients of Intra-Hospital Support Team in Palliative Care of the Local Health Unit of Guarda. The questionnaire included the Sociodemographic and Clinical Data, and the Hospital Anxiety and Depression Scale. This scale was used as a screening tool for anxiety and depression. Results: 81 patients participated, 31 female (38.27%) and 50 male (61.73%), with an average age of 71.22 years old, mostly were married or common-law (67.90 %), with just elementary education (59.26%), and with good family support (95.06%). 93.83% of the individuals had oncological disease, higher prevalence of the bowel cancer (15.79%), prostate cancer (14.47%) and pancreas/bile duct cancer (13.16%). A total of 41.98% of patients reported having psychological support. Using the Hospital Anxiety and Depression Scale, there was a mean score of 11.25 (±3.10) points for the anxiety subscale and 9.31 (±2.56) points for the depression subscale. With regards to anxiety, most users had moderate symptoms (49.38%), followed by mild symptoms (27.16%). Depressive symptoms were mostly mild (45.68%), followed by moderate (32.10%). Severe anxious and depressive symptomatology were observed in 12.35% and 1.23% of patients, respectively. Males had the higher anxiety value (M=12.20±2.96) compared to females (M=9.71±2.73), with a statistically significant result (p<0.001). The groups of older patients, single, widowed, low education level, and with good family support showed greater anxiety however the results weren’t statistically significant. The patients showed similar anxiety values independently of the diagnosis (oncological vs non-oncological) and cancer type, without being statistically significant. The patients who did not have psychological support exhibited higher levels of anxiety (M=11.74±2.77) compared to those who did (M=10.56±3.44), without being statistically significant. In the evaluation of the depression subscale, it was found that the groups of 50-75 years old patients, males, single, widowed, low education level, and with low family support showed greater depression symptoms, no significant difference was observed with regard to the diagnosis (oncological vs non-oncological) and cancer type. These results did not show statistical significance. Regarding the existence or not of psychological support, patients expressed similar mean values of depression, with no statistic difference. Finally, when analysing the relationship between anxiety and depression, a negative and very weak correlation was observed, without being statistically. Conclusion: Anxiety and depressive symptoms are a frequent psychosocial problem. In this study, moderate/severe anxious symptoms were observed in 61.73% of the patients and moderate/severe depressive symptoms in 33.33% of the patients. In view of these results, we recommend to define new screening policies and strategies for the Palliative Care patients, in order to identify early results of those who need additional assessment and treatment.Santos, Carina Alexandra Martins dosuBibliorumMatias, Joana Rita Grilo2022-06-132022-04-292025-04-28T00:00:00Z2022-06-13T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12913TID:203182871porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:17Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12913Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:24.870038Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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