Avaliação da Dor Crónica Pós-Operatória: Metodologia e Importância

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques Coelho Costa e Silva, André
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Pereira Alves Abelha, Fernando José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25751/rspa.14815
Resumo: Introdução: A dor crónica afeta até 20% da população nos países desenvolvidos e o ato cirúrgico é uma das suas causas principais. Doentes com dor crónica pós-operatória necessitam de terapêuticas multidisciplinares prolongadas refletindo-se em gastos económicos avultados. O controlo eficaz da dor ajuda a diminuir a morbimortalidade nestes doentes, melhorando ao mesmo tempo funções relacionadas com a saúde. Uma avaliação adequada da dor está na base da sua gestão. Apesar de numerosos avanços cientificos alcançados na compreensão da dor e da sua neurofisiologia, não existem ainda orientações bem definidas para uma avaliação precisa da mesma. Dado o elevado impato económico e clínico da dor pós-operatória, os métodos que a avaliam assumem particular relevo para a equipa médica no contexto pós-cirúrgico. Objectivo: Neste estudo pretendemos rever a literatura mais recente relativamente à dor crónica pós-operatória, destancando as diferentes metologias de avaliação da dor crónica e quais os alvos de avaliação desta. Métodos: Esta revisão foi efetuada com recurso à base de dados PubMed, focando-se na literatura dos últimos 13 anos acerca deste tema. Foi efetuada uma seleção utilizando as seguintes palavra-chave: “postoperative pain”, “chronic pain”, “persistent postsurgical pain”, “pain scales”, “McGill Pain questionnaire”, “brief pain inventory”, “questionnaire”, “guidelines”, “pain experience”, “measurement”, “assessement”, “verbal rating scales”, “numeric rating scales”, “pain satisfaction” and “outcome measures”. A escolha, avaliação da qualidade metodológica e a seleção final foram feitas pelos autores. Resultados: Existem várias escalas de dor usadas para avaliar e estudar a dor crónica pós-operatória. Estas variam desde escalas rápidas de intensidade da dor até questionários extensos que cobrem as múltiplas dimensões da experiência da dor e funcionamento global do doente. Para além da avaliação da intensidade, qualidade e temporalidade da dor, outros items devem ser estudados. O bem-estar emocional, problemas relacionados com o sono, a fadiga e o gozo da vida foram identificados como os aspetos mais afetados para o doente. Existem métodos que se focam quer no bem-estar emocional quer na qualidade de vida associada à saúde. Alguns estudos sugerem que avaliar a sensibilidade à dor recorrendo a medidas de Quantitative Sensory Testing pode ser relevante na avaliação e tratamento de doentes com dor crónica. Conclusão: Existem várias ferramentas certificadas na avaliação de aspetos associados à dor. Os resultados da pesquisa sugerem e realçam a importância de avaliar o doente com dor crónica e não apenas a dor. O bem-estar físico, emocional, social e a interferência da dor na qualidade de vida devem ser estudados nestes doentes.
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spelling Avaliação da Dor Crónica Pós-Operatória: Metodologia e ImportânciaAvaliação da Dor Crónica Pós-Operatória: Metodologia e ImportânciaArtigo de RevisãoIntrodução: A dor crónica afeta até 20% da população nos países desenvolvidos e o ato cirúrgico é uma das suas causas principais. Doentes com dor crónica pós-operatória necessitam de terapêuticas multidisciplinares prolongadas refletindo-se em gastos económicos avultados. O controlo eficaz da dor ajuda a diminuir a morbimortalidade nestes doentes, melhorando ao mesmo tempo funções relacionadas com a saúde. Uma avaliação adequada da dor está na base da sua gestão. Apesar de numerosos avanços cientificos alcançados na compreensão da dor e da sua neurofisiologia, não existem ainda orientações bem definidas para uma avaliação precisa da mesma. Dado o elevado impato económico e clínico da dor pós-operatória, os métodos que a avaliam assumem particular relevo para a equipa médica no contexto pós-cirúrgico. Objectivo: Neste estudo pretendemos rever a literatura mais recente relativamente à dor crónica pós-operatória, destancando as diferentes metologias de avaliação da dor crónica e quais os alvos de avaliação desta. Métodos: Esta revisão foi efetuada com recurso à base de dados PubMed, focando-se na literatura dos últimos 13 anos acerca deste tema. Foi efetuada uma seleção utilizando as seguintes palavra-chave: “postoperative pain”, “chronic pain”, “persistent postsurgical pain”, “pain scales”, “McGill Pain questionnaire”, “brief pain inventory”, “questionnaire”, “guidelines”, “pain experience”, “measurement”, “assessement”, “verbal rating scales”, “numeric rating scales”, “pain satisfaction” and “outcome measures”. A escolha, avaliação da qualidade metodológica e a seleção final foram feitas pelos autores. Resultados: Existem várias escalas de dor usadas para avaliar e estudar a dor crónica pós-operatória. Estas variam desde escalas rápidas de intensidade da dor até questionários extensos que cobrem as múltiplas dimensões da experiência da dor e funcionamento global do doente. Para além da avaliação da intensidade, qualidade e temporalidade da dor, outros items devem ser estudados. O bem-estar emocional, problemas relacionados com o sono, a fadiga e o gozo da vida foram identificados como os aspetos mais afetados para o doente. Existem métodos que se focam quer no bem-estar emocional quer na qualidade de vida associada à saúde. Alguns estudos sugerem que avaliar a sensibilidade à dor recorrendo a medidas de Quantitative Sensory Testing pode ser relevante na avaliação e tratamento de doentes com dor crónica. Conclusão: Existem várias ferramentas certificadas na avaliação de aspetos associados à dor. Os resultados da pesquisa sugerem e realçam a importância de avaliar o doente com dor crónica e não apenas a dor. O bem-estar físico, emocional, social e a interferência da dor na qualidade de vida devem ser estudados nestes doentes.Introduction: Chronic pain affects up to 20% of the population in western industrialized countries, and surgery is one major cause. Patients with persistent postsurgical pain are in need for long-term rehabilitation and multidisciplinary treatments that acount with billions of dollars in anual medical expeditures. Efective pain management helps decreasing morbimortality in these patients, improving at the same time health related functions. Optimal pain assessement is the foundation for its management. Despite many scientific breakthroughs in the understanding of pain and its neurophysiology, precisely assessing and diagnosing a patient’s chronic pain problem is not yet straightforward or well-defined. Given the high clinical and economical impact of postoperative pain, methods of assessing chronic pain are of great deal of importance for the health care team in postsurgical context.  Objective: In this study, we aim to review the most recent literature about postoperative chronic pain, focusing on the different pain assessment tools and outcomes measures that should be evaluated. Methods: This review was performed using the PubMed database, focusing on the literature of the last 13 years. A selection was performed using the following keywords: “postoperative pain”, “chronic pain”, “persistent postsurgical pain”, “pain scales”, “McGill Pain questionnaire”, “brief pain inventory”, “questionnaire”, “guidelines”, “pain experience”, “measurement”, “assessement”, “verbal rating scales”, “numeric rating scales”, “pain satisfaction” and “outcome measures”. Screening, assessment of methodological quality and final selection were undertaken by the authors. Results: There are several scales used to evaluate and study chronic pain that can be used in postoperative context. These instruments range from quick, one-item assessments of pain intensity, to long surveys that tap into multiple dimensions of the pain experience and overall functioning. In addition to evaluate pain intensity, quality and temporal aspects of pain, other outcomes should be assessed. Emotional weel-being, sleep-related problems, fatigue and enjoyment of life were identified as the most affected outcomes for the patient. There are assessment tools targeting health related quality of life and emotional well-being. Also, some studies suggest the assessement of pain sensitivity by the means of Quantitative Sensory Testing as it may be relevant in evaluating and treating chronic pain patients. Conclusion: There are several accepted tools for tracking pain-related treatment outcomes. These results suggest the importance of assessing the patient with chronic pain and not just the pain. Emotional and social well being, physical function and pain interference with quality of life should be studied in these patients.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2018-03-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.14815por0871-6099Marques Coelho Costa e Silva, AndréPereira Alves Abelha, Fernando Joséinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:45Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/14815Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:13.694154Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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