Factores de neuroprotecção do nervo óptico no glaucoma
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/895 |
Resumo: | Glaucoma é a designação genérica de um grupo de doenças que atingem o nervo óptico e envolvem a escavação da cabeça do mesmo, bem como a perda de células ganglionares da retina num padrão característico de neuropatia óptica (10). Segundo dados estatísticos da Organização Mundial de Saúde é a segunda causa de cegueira no Mundo, sendo responsável por 5,2 milhões de cegos, ou seja, corresponde a 15% dos casos de cegueira mundial (12,17). Prevendo-se que em 2010 hajam 60,5 milhões de pessoas com glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado, aumentando em 2020 para 79,6 milhões (13). Actualmente, o glaucoma primário de ângulo aberto é o tipo de glaucoma mais frequente, ocorrendo em aproximadamente 90% de todos os doentes glaucomatosos (66). Esta é uma doença silenciosa, principalmente nas fases iniciais, sendo difícil a sua detecção, pelo que a diminuição da acuidade visual, só é evidenciada quando a doença se encontra num estádio avançado e geralmente irreversível (15). Actualmente, sabe-se que o glaucoma é uma doença do nervo óptico, em que o aumento da pressão intra-ocular é o principal factor de risco (11). Durante mais de um século, o tratamento do glaucoma era inteiramente dirigido a baixar a pressão, no entanto, a progressão da doença ocorria, mesmo em doentes onde esta era normal ou mesmo reduzida (11). Assim, surge a necessidade de melhor compreender o processo de degeneração do nervo óptico, permitindo alargar os horizontes terapêuticos desta patologia. A degeneração neuronal parece ocorrer por um mecanismo primário e secundário. No primeiro, ocorre uma lesão directa, por aumento da pressão intra-ocular, actuando a nível mecânico, axoplasmático e vascular. No segundo, as células ganglionares da retina e as fibras nervosas, previamente lesionadas, libertam inúmeras substâncias tóxicas, que danificam as células da vizinhança, através de mecanismos de apoptose e excitotoxicidade. É neste contexto que surge o conceito de neuroprotecção, que pode ser adquirida por vias farmacológias e imunológicas. Esta evita o mecanismo de degeneração, nas células ganglionares da retina, que foram inicialmente poupadas pela lesão primária, neutralizando ou inibindo os vários elementos extracelulares implicados na lesão secundária (46), mantendo-as assim vivas, estrutural e funcionalmente (47). Embora em inúmeros estudos experimentais tenha sido demonstrada a eficácia desta terapia, faltam ainda algumas evidências que permitam a sua aprovação em humanos (29). Apesar das controvérsias e ainda vastas pesquisas necessárias nesta área, é certo que, futuramente, o tratamento da doença glaucomatosa passa pela neuroprotecção. |
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Factores de neuroprotecção do nervo óptico no glaucomaGlaucomaGlaucoma - Factores de riscoPressão intra-ocularApoptoseExitotoxicidadeNeuroprotecção - GlaucomaGlaucoma é a designação genérica de um grupo de doenças que atingem o nervo óptico e envolvem a escavação da cabeça do mesmo, bem como a perda de células ganglionares da retina num padrão característico de neuropatia óptica (10). Segundo dados estatísticos da Organização Mundial de Saúde é a segunda causa de cegueira no Mundo, sendo responsável por 5,2 milhões de cegos, ou seja, corresponde a 15% dos casos de cegueira mundial (12,17). Prevendo-se que em 2010 hajam 60,5 milhões de pessoas com glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado, aumentando em 2020 para 79,6 milhões (13). Actualmente, o glaucoma primário de ângulo aberto é o tipo de glaucoma mais frequente, ocorrendo em aproximadamente 90% de todos os doentes glaucomatosos (66). Esta é uma doença silenciosa, principalmente nas fases iniciais, sendo difícil a sua detecção, pelo que a diminuição da acuidade visual, só é evidenciada quando a doença se encontra num estádio avançado e geralmente irreversível (15). Actualmente, sabe-se que o glaucoma é uma doença do nervo óptico, em que o aumento da pressão intra-ocular é o principal factor de risco (11). Durante mais de um século, o tratamento do glaucoma era inteiramente dirigido a baixar a pressão, no entanto, a progressão da doença ocorria, mesmo em doentes onde esta era normal ou mesmo reduzida (11). Assim, surge a necessidade de melhor compreender o processo de degeneração do nervo óptico, permitindo alargar os horizontes terapêuticos desta patologia. A degeneração neuronal parece ocorrer por um mecanismo primário e secundário. No primeiro, ocorre uma lesão directa, por aumento da pressão intra-ocular, actuando a nível mecânico, axoplasmático e vascular. No segundo, as células ganglionares da retina e as fibras nervosas, previamente lesionadas, libertam inúmeras substâncias tóxicas, que danificam as células da vizinhança, através de mecanismos de apoptose e excitotoxicidade. É neste contexto que surge o conceito de neuroprotecção, que pode ser adquirida por vias farmacológias e imunológicas. Esta evita o mecanismo de degeneração, nas células ganglionares da retina, que foram inicialmente poupadas pela lesão primária, neutralizando ou inibindo os vários elementos extracelulares implicados na lesão secundária (46), mantendo-as assim vivas, estrutural e funcionalmente (47). Embora em inúmeros estudos experimentais tenha sido demonstrada a eficácia desta terapia, faltam ainda algumas evidências que permitam a sua aprovação em humanos (29). Apesar das controvérsias e ainda vastas pesquisas necessárias nesta área, é certo que, futuramente, o tratamento da doença glaucomatosa passa pela neuroprotecção.Glaucoma is the generic name of a group of diseases that affect the optic nerve and involve the excavation of it´s head, as well as the loss of retinal ganglion cells in a characteristic pattern of optic neuropathy (10) . New statistics gathered by the World Health Organization show that glaucoma is the second leading cause of blindness globally, accounting for 5.2 million blinds, which corresponds to 15% of cases of blindness worldwide (12, 17) .It is expected that in 2010 there will be 60.5 million people with open angle glaucoma and closer angle glaucoma, increasing in 2020 to 79.6 million(13) . Currently, the primary open-angle glaucoma is the most common type of glaucoma, occurring in approximately 90% of all glaucoma patients (66) . This is a silent disease, especially in the early stages, of difficult detection, and the decreased visual acuity is only noticed when the disease is at an advanced stage and usually irreversible (15) . Currently, it is known that glaucoma is a disease of the optic nerve, in which the increase of intraocular pressure is the main risk factor (11). For over a century, the treatment of glaucoma was entirely directed towards lowering the pressure, however, the progression of the disease occurred even in patients where pressure was normal or even reduced (11) . Thus, arises the need to better understand the process of degeneration of the optic nerve, allowing extended the therapeutic horizons for this pathology. The neuronal degeneration seems to occur by a primary and secondary mechanism. In the first case, there is a direct injury caused by increased intraocular pressure, acting at a mechanical, vascular and axoplasmatic level. In the second case, the retinal ganglion cells and nerve fibers, previously injured, release numerous toxic substances that damage the neighborhood, through mechanisms of apoptosis and excitotoxicity. It is in this context that the concept of neuroprotection arises, which may be acquired through pharmacological and immunological means. This prevents the degeneration mechanism within the retinal ganglion cells, which were initially spared by the primary injury neutralizing or inhibiting the various extracellular factors involved in secondary injury (46) and keeping them structurally and functionally alive (47) . In spite of the efficacy demonstrated in numerous experimental studies, in humans are missing some evidences for this therapy is approved (29) . Despite the controversy and extensive research needed in this area, it is true that, in future, the treatment of glaucomatous disease will be related to neuroprotectors.Universidade da Beira InteriorSousa, João Paulo Castro deuBibliorumAnahory, Barbara Bettencourt2013-01-10T14:45:26Z2009-032009-03-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/895porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:17Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/895Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:52.318711Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Glaucoma é a designação genérica de um grupo de doenças que atingem o nervo óptico e envolvem a escavação da cabeça do mesmo, bem como a perda de células ganglionares da retina num padrão característico de neuropatia óptica (10). Segundo dados estatísticos da Organização Mundial de Saúde é a segunda causa de cegueira no Mundo, sendo responsável por 5,2 milhões de cegos, ou seja, corresponde a 15% dos casos de cegueira mundial (12,17). Prevendo-se que em 2010 hajam 60,5 milhões de pessoas com glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado, aumentando em 2020 para 79,6 milhões (13). Actualmente, o glaucoma primário de ângulo aberto é o tipo de glaucoma mais frequente, ocorrendo em aproximadamente 90% de todos os doentes glaucomatosos (66). Esta é uma doença silenciosa, principalmente nas fases iniciais, sendo difícil a sua detecção, pelo que a diminuição da acuidade visual, só é evidenciada quando a doença se encontra num estádio avançado e geralmente irreversível (15). Actualmente, sabe-se que o glaucoma é uma doença do nervo óptico, em que o aumento da pressão intra-ocular é o principal factor de risco (11). Durante mais de um século, o tratamento do glaucoma era inteiramente dirigido a baixar a pressão, no entanto, a progressão da doença ocorria, mesmo em doentes onde esta era normal ou mesmo reduzida (11). Assim, surge a necessidade de melhor compreender o processo de degeneração do nervo óptico, permitindo alargar os horizontes terapêuticos desta patologia. A degeneração neuronal parece ocorrer por um mecanismo primário e secundário. No primeiro, ocorre uma lesão directa, por aumento da pressão intra-ocular, actuando a nível mecânico, axoplasmático e vascular. No segundo, as células ganglionares da retina e as fibras nervosas, previamente lesionadas, libertam inúmeras substâncias tóxicas, que danificam as células da vizinhança, através de mecanismos de apoptose e excitotoxicidade. É neste contexto que surge o conceito de neuroprotecção, que pode ser adquirida por vias farmacológias e imunológicas. Esta evita o mecanismo de degeneração, nas células ganglionares da retina, que foram inicialmente poupadas pela lesão primária, neutralizando ou inibindo os vários elementos extracelulares implicados na lesão secundária (46), mantendo-as assim vivas, estrutural e funcionalmente (47). Embora em inúmeros estudos experimentais tenha sido demonstrada a eficácia desta terapia, faltam ainda algumas evidências que permitam a sua aprovação em humanos (29). Apesar das controvérsias e ainda vastas pesquisas necessárias nesta área, é certo que, futuramente, o tratamento da doença glaucomatosa passa pela neuroprotecção. |
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