Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/23358 |
Resumo: | As sociedades do Antigo Regime, herdeiras da sociedade “trinitária” medieval, conheceram, todavia, uma situação de maior flexibilidade ou mobilidade social, proporcionada pelas novas realidades económicas que foram surgindo e pelos diferentes atores sociais que foram emergindo. O desenvolvimento do comércio internacional, a mercantilização da economia ou a reestruturação da máquina administrativa das monarquias modernas permitiram que as situações de mobilidade social ascendente se tornassem bastante mais frequentes na Europa, em geral, e no espaço português, em concreto, ao mesmo tempo que a ocupação e conquista de novos espaços geográficos, como as ilhas atlânticas ou o Brasil – nos séculos XV e XVI –, abriu igualmente amplas perspetivas de ascensão ou promoção social. No território brasileiro, o modelo societal reinol constituiu a matriz referencial original, ainda que os contextos locais específicos e diversificados tivessem condicionado o modo como este modelo se configurou, originando dinâmicas sociais distintas. Nas regiões de economia mineradora, como foi o caso de Goiás no século XVIII, as próprias especificidades económicas propiciaram trajetórias sociais ascensionais, nomeadamente pelo enriquecimento que, em teoria, o ouro proporcionava, percursos esses que foram fomentados e, por vezes, legitimados pela política de mercês da Coroa, pela concessão do hábito da Ordem de Cristo aos que honrasse determinados compromissos fiscais decorrentes da própria mineração. Uma abordagem analítica desses percursos permite, todavia, perceber o caráter seletivo e restritivo dessa política de mercês, condicionando as trajetórias ascensionais e contribuindo para uma mobilidade social controlada. O objetivo desta dissertação consiste em identificar o que pode ter sido específico ao contexto de Goiás no âmbito das dinâmicas sociais das capitanias do ouro e das sociedades de fronteira da América portuguesa. |
id |
RCAP_732835841977c30bb102ca3c2e937a42 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/23358 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800Mobilidade social - Goiás (Brasil) - 1750-1800Minas de ouro - Goiás (Brasil) - séc.18Minas e extracção - Goiás (Brasil) - séc.18Goiás (Brasil) - Condições sociais - séc.18Portugal - Colónias - Brasil - Administração - séc.18Teses de mestrado - 2015História do BrasilAs sociedades do Antigo Regime, herdeiras da sociedade “trinitária” medieval, conheceram, todavia, uma situação de maior flexibilidade ou mobilidade social, proporcionada pelas novas realidades económicas que foram surgindo e pelos diferentes atores sociais que foram emergindo. O desenvolvimento do comércio internacional, a mercantilização da economia ou a reestruturação da máquina administrativa das monarquias modernas permitiram que as situações de mobilidade social ascendente se tornassem bastante mais frequentes na Europa, em geral, e no espaço português, em concreto, ao mesmo tempo que a ocupação e conquista de novos espaços geográficos, como as ilhas atlânticas ou o Brasil – nos séculos XV e XVI –, abriu igualmente amplas perspetivas de ascensão ou promoção social. No território brasileiro, o modelo societal reinol constituiu a matriz referencial original, ainda que os contextos locais específicos e diversificados tivessem condicionado o modo como este modelo se configurou, originando dinâmicas sociais distintas. Nas regiões de economia mineradora, como foi o caso de Goiás no século XVIII, as próprias especificidades económicas propiciaram trajetórias sociais ascensionais, nomeadamente pelo enriquecimento que, em teoria, o ouro proporcionava, percursos esses que foram fomentados e, por vezes, legitimados pela política de mercês da Coroa, pela concessão do hábito da Ordem de Cristo aos que honrasse determinados compromissos fiscais decorrentes da própria mineração. Uma abordagem analítica desses percursos permite, todavia, perceber o caráter seletivo e restritivo dessa política de mercês, condicionando as trajetórias ascensionais e contribuindo para uma mobilidade social controlada. O objetivo desta dissertação consiste em identificar o que pode ter sido específico ao contexto de Goiás no âmbito das dinâmicas sociais das capitanias do ouro e das sociedades de fronteira da América portuguesa.The Old Regime (Ancien Régime) societies, heirs of the medieval “trinitarian” society, have passed, however, through a situation of greater flexibility or social mobility, offered by the new economic realities and raised by different emerging social actors. The international trading development, the commodification of the economy or the restructuring of the administrative procedures of modern monarchies, allowed situations of upward social mobility became much more frequent in Europe, in general, and specifically in Portuguese territory, at the same time the occupation and conquest of new geographical areas such as the Atlantic islands and Brazil – in the fifteenth and sixteenth centuries – opened broad prospects for rising or social advancement. In Brazil, although the original social reference was the Reinol society model, the specific and diverse local contexts conditioned the way this model is configured, thus creating distinct social dynamics. In mining economy regions, as Goiás in the XVIII century, the very economic specificities have led social ascension trajectories, including the enrichment, in theory provided by gold, routes encouraged and sometimes legitimized by Crown favours policy such as granting the habit of the Order of Christ to those that honoured certain tax liabilities arising from their own mining. An analytical approach allows these pathways, however, realize the selective and restrictive nature of this policy favours, conditioning ascension paths and contributing to a controlled social mobility. The goal of this dissertation is to identify what may have been specific to the context of Goiás in the social dynamics of gold captaincies and societies of the Portuguese American border.Rodrigues, DamiãoRepositório da Universidade de LisboaMendonça, Luís Alberto Teixeira2016-04-11T14:08:55Z200520052005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/23358TID:201976340porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:11:18Zoai:repositorio.ul.pt:10451/23358Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:40:43.760334Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
title |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
spellingShingle |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 Mendonça, Luís Alberto Teixeira Mobilidade social - Goiás (Brasil) - 1750-1800 Minas de ouro - Goiás (Brasil) - séc.18 Minas e extracção - Goiás (Brasil) - séc.18 Goiás (Brasil) - Condições sociais - séc.18 Portugal - Colónias - Brasil - Administração - séc.18 Teses de mestrado - 2015 História do Brasil |
title_short |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
title_full |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
title_fullStr |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
title_full_unstemmed |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
title_sort |
Viver à lei da nobreza: trajetórias sociais dos Cavaleiros do Ouro numa capitania de mineração: Goiás entre 1750 1800 |
author |
Mendonça, Luís Alberto Teixeira |
author_facet |
Mendonça, Luís Alberto Teixeira |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Rodrigues, Damião Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Mendonça, Luís Alberto Teixeira |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mobilidade social - Goiás (Brasil) - 1750-1800 Minas de ouro - Goiás (Brasil) - séc.18 Minas e extracção - Goiás (Brasil) - séc.18 Goiás (Brasil) - Condições sociais - séc.18 Portugal - Colónias - Brasil - Administração - séc.18 Teses de mestrado - 2015 História do Brasil |
topic |
Mobilidade social - Goiás (Brasil) - 1750-1800 Minas de ouro - Goiás (Brasil) - séc.18 Minas e extracção - Goiás (Brasil) - séc.18 Goiás (Brasil) - Condições sociais - séc.18 Portugal - Colónias - Brasil - Administração - séc.18 Teses de mestrado - 2015 História do Brasil |
description |
As sociedades do Antigo Regime, herdeiras da sociedade “trinitária” medieval, conheceram, todavia, uma situação de maior flexibilidade ou mobilidade social, proporcionada pelas novas realidades económicas que foram surgindo e pelos diferentes atores sociais que foram emergindo. O desenvolvimento do comércio internacional, a mercantilização da economia ou a reestruturação da máquina administrativa das monarquias modernas permitiram que as situações de mobilidade social ascendente se tornassem bastante mais frequentes na Europa, em geral, e no espaço português, em concreto, ao mesmo tempo que a ocupação e conquista de novos espaços geográficos, como as ilhas atlânticas ou o Brasil – nos séculos XV e XVI –, abriu igualmente amplas perspetivas de ascensão ou promoção social. No território brasileiro, o modelo societal reinol constituiu a matriz referencial original, ainda que os contextos locais específicos e diversificados tivessem condicionado o modo como este modelo se configurou, originando dinâmicas sociais distintas. Nas regiões de economia mineradora, como foi o caso de Goiás no século XVIII, as próprias especificidades económicas propiciaram trajetórias sociais ascensionais, nomeadamente pelo enriquecimento que, em teoria, o ouro proporcionava, percursos esses que foram fomentados e, por vezes, legitimados pela política de mercês da Coroa, pela concessão do hábito da Ordem de Cristo aos que honrasse determinados compromissos fiscais decorrentes da própria mineração. Uma abordagem analítica desses percursos permite, todavia, perceber o caráter seletivo e restritivo dessa política de mercês, condicionando as trajetórias ascensionais e contribuindo para uma mobilidade social controlada. O objetivo desta dissertação consiste em identificar o que pode ter sido específico ao contexto de Goiás no âmbito das dinâmicas sociais das capitanias do ouro e das sociedades de fronteira da América portuguesa. |
publishDate |
2005 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2005 2005 2005-01-01T00:00:00Z 2016-04-11T14:08:55Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/23358 TID:201976340 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/23358 |
identifier_str_mv |
TID:201976340 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134317216006144 |