Guiné-Bissau: a causa do nacionalismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/3125 |
Resumo: | No pós-guerra, uma linha reformista liderada pelo Governador Sarmento Rodrigues tentou fazer da Guiné uma “colónia-modelo”, assente na autonomia, no desenvolvimento económico-social e na aliança com os indígenas muçulmanos. Foi um período de consolidação do aparelho colonial e de coesão social. No início dos anos cinquenta o Governo português começou a prevenir-se contra a descolonização, revogando o Acto Colonial, instalando a polícia política e investigando os movimentos associativos. Na Guiné, revelaram-se as primeiras perspectivas de independência política, mas a subversão não veio do exterior nem foi desencadeada por associações influenciadas pelo Islão; começou em Bissau, liderada por uma elite política urbana e crioula, enquanto, na Europa, se tentava um movimento Unitário de libertação das colónias portuguesas. Em 1959, dois acontecimentos históricos vão levar à passagem da agitação nacionalista para uma luta de libertação nacional. Por um lado, o “massacre do Pindjiguiti”, de que se faz aqui uma investigação sistemática, assente em documentos e depoimentos inéditos ou pouco divulgados; por outro, a reunião alargada de 19 de Setembro, “a mais decisiva” (Amílcar Cabral) da história do PAIGC. Considerando a formação do movimento de libertação nacional como um processo, vê-se, por fim, como só em 1960, após a II Conferência Pan-Africana, de Tunes, e a “Conferência de quadros das Organizações Nacionalistas”, de Dacar, se pode considerar concluída a fundação do PAIGC. |
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Guiné-Bissau: a causa do nacionalismoNacionalismoPAIGCMovimento de libertaçãoGuiné-BissauNo pós-guerra, uma linha reformista liderada pelo Governador Sarmento Rodrigues tentou fazer da Guiné uma “colónia-modelo”, assente na autonomia, no desenvolvimento económico-social e na aliança com os indígenas muçulmanos. Foi um período de consolidação do aparelho colonial e de coesão social. No início dos anos cinquenta o Governo português começou a prevenir-se contra a descolonização, revogando o Acto Colonial, instalando a polícia política e investigando os movimentos associativos. Na Guiné, revelaram-se as primeiras perspectivas de independência política, mas a subversão não veio do exterior nem foi desencadeada por associações influenciadas pelo Islão; começou em Bissau, liderada por uma elite política urbana e crioula, enquanto, na Europa, se tentava um movimento Unitário de libertação das colónias portuguesas. Em 1959, dois acontecimentos históricos vão levar à passagem da agitação nacionalista para uma luta de libertação nacional. Por um lado, o “massacre do Pindjiguiti”, de que se faz aqui uma investigação sistemática, assente em documentos e depoimentos inéditos ou pouco divulgados; por outro, a reunião alargada de 19 de Setembro, “a mais decisiva” (Amílcar Cabral) da história do PAIGC. Considerando a formação do movimento de libertação nacional como um processo, vê-se, por fim, como só em 1960, após a II Conferência Pan-Africana, de Tunes, e a “Conferência de quadros das Organizações Nacionalistas”, de Dacar, se pode considerar concluída a fundação do PAIGC.In the aftermath of the Second World War, some reformist elements of the Portuguese regime, led by Governor Sarmento Rodrigues, tried to convert Guinea-Bissau in a “model-colony”, based on administrative autonomy, social and economic development and an alliance with the native Muslims. It was a period marked by the consolidation of the colonial apparatus and a reasonable degree of social cohesion. In the early 50’s, the Portuguese government began to take steps to prevent being harassed by the anti-colonial movement, such as the revocation of the Colonial Act, the opening of branches of the Political Police (PIDE) in the colonies, and more thorough inquiries into the activities of the civic associations. Guinea was one of the first overseas territories where the independentist aspirations emerged, but the seditious acts were not inspired by exterior movements or by Islamic groups or individuals. They were led by a urban and “creole” political elite with strong connections to other disaffected nationalists from the Portuguese overseas territories. In 1959, two dramatic events contributed to the escalation of this political unrest. One was the “Pindjiguiti massacre”, which is the object of a systematic research in this article based on new materials; the other is the “decisive” (in the words of Amílcar Cabral) PAIGC meeting of 19 September 1959. If we adopt the perspective that the formation of the PAIGC resulted not from a single event, but from a process, then we will have to consider that only after the Tunes Pan-African Conference of 1960 and the Dacar Conference of Cadres from the Nationalist Organisations was the PAIGC foundation Completed.Centro de Estudos Africanos do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa2011-12-31T22:47:10Z2006-06-01T00:00:00Z2006-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/3125por1645-3794Silva, Antónioinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:27:51Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/3125Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:12:26.069989Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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