Relevância do metaboloma da urina para o diagnóstico e estudo etiológico do AVC

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Rita Gomes Cortez de
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13617
Resumo: O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte e incapacidade em Portugal. Este ocorre quando o fornecimento de oxigénio e nutrientes de uma parte do cérebro é bloqueado (AVC isquémico) ou quando existe rotura de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Além disso, o AVC isquémico pode ainda ser classificado com base no sistema de classificação TOAST (Trial of ORG 10,172 in Acute Stroke Treatment) em 5 etiologias diferentes: aterosclerose de grandes artérias, oclusão de vasos pequenos (lacunar), cardioembólico, AVC de outra etiologia determinada e AVC de etiologia indeterminada. O diagnóstico do AVC baseia-se na sintomatologia e exames imagiológicos, devendo ser efetuado o mais rapidamente possível, para que se consiga uma intervenção terapêutica mais rápida e eficaz. No entanto, a determinação da etiologia do AVC isquémico pode ser um processo complexo e moroso, e por vezes inconclusivo, sendo necessário exames complementares. Assim, surge a necessidade de desenvolver novas estratégias que auxiliem o diagnóstico e o estudo etiológico do AVC. A metabolómica é uma área que tem emergido nas últimas décadas, e pode ser utilizada na identificação de biomarcadores, auxiliando na melhor compreensão dos processos fisiopatológicos subjacentes aos diferentes tipos e etiologias do AVC. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o metaboloma da urina de doentes com AVC para averiguar se este pode ser usado para diferenciar os tipos de AVC e correlacionar com a etiologia do AVC isquémico. Posto isto, analisámos o metaboloma da urina de pacientes com AVC, internados na unidade de AVC do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB), através da espetroscopia de RMN, de maneira a distinguir o AVC isquémico do AVC hemorrágico, bem como diferenciar as diferentes etiologias do AVC isquémico. Foi realizada uma análise multivariada (PCA e PLS-DA) e univariada (ttest e ANOVA) para comparar o perfil metabolómico das amostras de urina de pacientes com AVC. Através da análise multivariada nos nossos resultados não foi possível estabelecer uma correlação entre o metaboloma da urina de pacientes com AVC e o tipo/etiologia do AVC isquémico. No entanto, através da análise univariada dos resultados, foi possível identificar o ácido hipúrico como um provável metabolito diferenciador na urina de indivíduos que sofreram um AVC isquémico de etiologia cardioembólica relativamente a outras etiologias, ou que sofreram um AVC lacunar versus outras etiologias do AVC, ou seja, o ácido hipúrico poderá discriminar um AVC isquémico de etiologia cardioembólica, ou lacunar, de um AVC isquémico de etiologia aterosclerótica. Em estudos futuros será importante aumentar o tamanho da amostra e ter em conta a medicação administrada aos pacientes, de forma a eliminar a contribuição dos seus produtos de metabolização no metaboloma da urina, podendo ‘’mascarar’’ outras alterações devidas à patologia. Com estas melhorias no estudo poderá ser possível a identificação de outros metabolitos diferenciadores do tipo de AVC e das etiologias do AVC isquémico.
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O diagnóstico do AVC baseia-se na sintomatologia e exames imagiológicos, devendo ser efetuado o mais rapidamente possível, para que se consiga uma intervenção terapêutica mais rápida e eficaz. No entanto, a determinação da etiologia do AVC isquémico pode ser um processo complexo e moroso, e por vezes inconclusivo, sendo necessário exames complementares. Assim, surge a necessidade de desenvolver novas estratégias que auxiliem o diagnóstico e o estudo etiológico do AVC. A metabolómica é uma área que tem emergido nas últimas décadas, e pode ser utilizada na identificação de biomarcadores, auxiliando na melhor compreensão dos processos fisiopatológicos subjacentes aos diferentes tipos e etiologias do AVC. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar o metaboloma da urina de doentes com AVC para averiguar se este pode ser usado para diferenciar os tipos de AVC e correlacionar com a etiologia do AVC isquémico. Posto isto, analisámos o metaboloma da urina de pacientes com AVC, internados na unidade de AVC do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB), através da espetroscopia de RMN, de maneira a distinguir o AVC isquémico do AVC hemorrágico, bem como diferenciar as diferentes etiologias do AVC isquémico. Foi realizada uma análise multivariada (PCA e PLS-DA) e univariada (ttest e ANOVA) para comparar o perfil metabolómico das amostras de urina de pacientes com AVC. Através da análise multivariada nos nossos resultados não foi possível estabelecer uma correlação entre o metaboloma da urina de pacientes com AVC e o tipo/etiologia do AVC isquémico. No entanto, através da análise univariada dos resultados, foi possível identificar o ácido hipúrico como um provável metabolito diferenciador na urina de indivíduos que sofreram um AVC isquémico de etiologia cardioembólica relativamente a outras etiologias, ou que sofreram um AVC lacunar versus outras etiologias do AVC, ou seja, o ácido hipúrico poderá discriminar um AVC isquémico de etiologia cardioembólica, ou lacunar, de um AVC isquémico de etiologia aterosclerótica. Em estudos futuros será importante aumentar o tamanho da amostra e ter em conta a medicação administrada aos pacientes, de forma a eliminar a contribuição dos seus produtos de metabolização no metaboloma da urina, podendo ‘’mascarar’’ outras alterações devidas à patologia. Com estas melhorias no estudo poderá ser possível a identificação de outros metabolitos diferenciadores do tipo de AVC e das etiologias do AVC isquémico.Stroke is the leading cause of death and disability in Portugal. It occurs when the supply of oxygen and nutrients to part of the brain is blocked (ischaemic stroke) or a blood vessel in the brain bursts (haemorrhagic stroke). Based on the TOAST (Trial of ORG 10,172 in Acute Stroke Treatment) classification system, ischaemic stroke can be further classified into five aetiologies: large-artery atherosclerosis, small vessel occlusion, cardioembolic, stroke of other determined aetiology, and stroke of undetermined aetiology. The diagnosis is based on symptomatology and imaging exams and should be performed as soon as possible to achieve faster therapeutic intervention. However, the aetiology determination of ischemic stroke may be a complex and lengthy process, sometimes inconclusive, requiring complementary exams. Therefore, it is necessary to develop new strategies that can assist the diagnosis and the aetiology study. Metabolomics is a field that has emerged in the last decades and can be used in the identification of biomarkers and help to better understand the pathophysiological processes underlying the different stroke types and aetiologies. Thus, our study aimed to analyse the metabolic profile of urine from stroke patients to infer whether it can be used to differentiate stroke types and correlate with ischemic stroke aetiology. Therefore, we analysed the metabolome of urine obtained from stroke patients, admitted to the Stroke Unit of Cova da Beira University Hospital Centre, using NMR spectroscopy to distinguish ischaemic stroke from haemorrhagic stroke, as well as to discriminate the different aetiologies of ischaemic stroke. Multivariate (PCA and PLS-DA) and univariate (t-test and ANOVA) analyses were performed to compare the metabolomic profile of urine samples from stroke patients. Through multivariate analysis, it was not possible to establish a correlation between the urine metabolome of stroke patients and the stroke type or aetiology of ischaemic stroke. However, through univariate analysis, it was possible to identify hippuric acid as a probable discriminating metabolite in the urine of people that suffered an ischaemic stroke of cardioembolic aetiology versus other aetiologies, or that suffered a lacunar stroke versus other aetiologies, i.e., we hypothesize that hippuric acid may discriminate ischaemic stroke of cardioembolic, or lacunar aetiology from atherothrombotic aetiology. In future studies it would be important to increase sample size and consider the medication taken by the patients, to prevent the contribution of its metabolization products in the urine metabolome, that might ‘’mask’’ other changes due to the pathology.Fonseca, Carla Sofia PaisPérez, Francisco José AlvarezuBibliorumSousa, Rita Gomes Cortez de2023-07-192023-06-122026-06-12T00:00:00Z2023-07-19T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/13617TID:203381831porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:57:16Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/13617Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:53:01.095278Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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