A violência contra a mulher nos media em Portugal: A cobertura do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres no jornal Público

• Autor(a) principal: Reis, Beatriz Freitas dos
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/26728
• topic: Cobertura jornalística; Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres; Agendamento; Enquadramento; Feminismo; News coverage; International Day for the Elimination of Violence against Women; Agenda-setting; Framing; Feminism

Nas últimas décadas, sob o ímpeto do movimento feminista, a violência contra as mulheres (VCM) tem-se tornado uma preocupação global. Este problema é, atualmente, reconhecido como uma grave violação de direitos humanos e insere-se num quadro amplo de questões relacionadas com a igualdade de género. Os meios de comunicação social, que detêm o poder não só para colocar determinados assuntos na esfera pública como para moldar a perceção social acerca dos mesmos, destacam-se enquanto instituição-chave dotada de responsabilidade na prevenção e combate da violência contra as mulheres. A presente dissertação teve como objetivo perceber o papel dos media de informação em Portugal na mediação do fenómeno da VCM, a propósito da comemoração do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres instaurado pelas Nações Unidas. Seguindo as perspetivas teóricas do agenda-setting e do framing, foi averiguado se a efeméride serviu para que o fenómeno adquirisse visibilidade mediática, bem como os moldes em que o problema foi noticiado. Para tal, realizou-se uma análise de conteúdo à informação publicada online, de 2000 a 2021, pelo jornal Público, tratando-se este de um dos principais jornais de referência em Portugal. Concluiu-se que, embora o Dia Internacional tenha contribuído para colocar o fenómeno da violência contra as mulheres na agenda mediática, não se pode afirmar que a informação veiculada reflita totalmente a responsabilidade e compreensão que devem caber aos órgãos de comunicação perante este flagelo social.