Casamentos arranjados e trajectos (in)coerentes ("Estrelas Funestas")

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Sérgio Guimarães de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/1822/85250
Resumo: Em 1862, Camilo Castelo Branco publica Estrelas Funestas. A novela retoma a questão central da ficção camiliana: os casamentos forçados por conveniências sócio-familiares, a despeito da afinidade electiva. A particularidade desta novela reside no facto de a acção abarcar duas gerações, o que põe em destaque a reprodução social dos matrimónios arranjados deste modo: outrora vítima de um arranjo matrimonial, causador de enorme infelicidade, o pai, em nome da tradição (que recobre genealogia e património), volve-se. afinal, num patriarca autoritário e desapiedado em relação às pretensões sentimentais da filha (e deste modo contribui decisivamente para a reprodução das simetrias sociais). O percurso da mãe não é menos surpreendente: pouco romântica, até boçal e rústica à partida, anos mais tarde, no papel de mãe defende inabalavelmente as pretensões sentimentais da filha. Procuraremos reflectir sobre estes trajectos psicológicos e neles detectar, apesar da (aparente) descontinuidade, uma certa coerência.
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