Estratégia para deteção oportunista de fibrilhação auricular em doentes internados em unidade hospitalar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/4947 |
Resumo: | Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a 2ª causa de morte na Europa sendo, em Portugal, a principal causa de morte acima dos 65 anos. A Fibrilhação Auricular (FA) é a causa mais frequente de Acidente Vascular Cerebral isquémico. A sua prevalência está associada à idade, quase duplicando por década depois dos 50 anos sendo, com o envelhecimento da população, as perspetivas alarmantes. Dos indivíduos com FA, 85% têm idade igual ou superior a 65 anos. Apesar do seu impacto, esta arritmia permanece subdiagnosticada por ser frequentemente assintomática ou intermitente na sua forma paroxística, podendo não ser detetada no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG), sendo mais provável a sua deteção com monitorização prolongada. Tanto os doentes com FA permanente como aqueles com a sua forma paroxística têm o mesmo risco de AVC isquémico e a terapêutica anticoagulante adequada beneficia ambos, reduzindo este risco. É, portanto, essencial detetar esta arritmia numa fase precoce para introduzir profilaxia antitrombótica que permita reduzir o número de AVC. O principal objetivo deste estudo é identificar FA na sua forma paroxística através de um rastreio oportunista com holter de 48 horas em doentes internados acima dos 65 anos sem diagnóstico prévio de FA e avaliar a sua relação custo-efetividade. Metodologia: Entre Janeiro e Abril de 2014 foram selecionados doentes internados no Serviço de Ortopedia do Hospital São Teotónio do Centro Hospitalar Tondela-Viseu para participar num estudo de rastreio oportunista de FA paroxística. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos acima dos 65 anos. Todos os doentes realizaram ECG à admissão, segundo o protocolo de avaliação pré-operatória. Foram analisados os registos clínicos e o ECG, não tendo sido incluídos no estudo indivíduos com FA conhecida ou história de AVC. Após consentimento informado e aplicação de inquérito foram realizados os holters de 48 horas cujo traçado foi interpretado de forma automatizada e por médico. Avaliou-se a presença da arritmia nos intervalos: até às 12 horas; entre as 12 e as 24 horas; e entre as 24 horas e o fim da monitorização Resultados: Foram realizados holters a 72 indivíduos dos quais 61.1% eram do sexo feminino. A idade média da população foi de 71.0 anos. Não foram detetados casos de Fibrilhação Auricular durante a monitorização eletrocardiográfica que teve duração média de 42.1 horas. Conclusão: Num estudo realizado em Portugal a prevalência de FA para a faixa etária dos 65 aos 75 anos foi estimada em 6%. A FA paroxística representa um terço das FA, pelo que a probabilidade de detetar uma FA paroxística numa população acima de 65 anos sem FA diagnosticada após realizar ECG é de 2%, pelo que seria expectável detetar pelo menos um caso de FA nesta população. Contudo, a exclusão dos doentes com FA e o reduzido tamanho da amostra pode ajudar a explicar a ausência de deteção de FA neste estudo. Também as 48 horas de monitorização podem não ser suficientes para deteção de paroxismos. São precisos mais estudos porque as estratégias diagnósticas atuais falham frequentemente a deteção de fibrilhação auricular paroxística, fator de risco modificável para AVC. É essencial melhorar os métodos de deteção de modo a introduzir terapêutica anticoagulante adequada o mais precocemente possível. |
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Estratégia para deteção oportunista de fibrilhação auricular em doentes internados em unidade hospitalarAcidente Vascular CerebralFibrilhação AuricularPrevenção de AvcRastreio de FaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a 2ª causa de morte na Europa sendo, em Portugal, a principal causa de morte acima dos 65 anos. A Fibrilhação Auricular (FA) é a causa mais frequente de Acidente Vascular Cerebral isquémico. A sua prevalência está associada à idade, quase duplicando por década depois dos 50 anos sendo, com o envelhecimento da população, as perspetivas alarmantes. Dos indivíduos com FA, 85% têm idade igual ou superior a 65 anos. Apesar do seu impacto, esta arritmia permanece subdiagnosticada por ser frequentemente assintomática ou intermitente na sua forma paroxística, podendo não ser detetada no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG), sendo mais provável a sua deteção com monitorização prolongada. Tanto os doentes com FA permanente como aqueles com a sua forma paroxística têm o mesmo risco de AVC isquémico e a terapêutica anticoagulante adequada beneficia ambos, reduzindo este risco. É, portanto, essencial detetar esta arritmia numa fase precoce para introduzir profilaxia antitrombótica que permita reduzir o número de AVC. O principal objetivo deste estudo é identificar FA na sua forma paroxística através de um rastreio oportunista com holter de 48 horas em doentes internados acima dos 65 anos sem diagnóstico prévio de FA e avaliar a sua relação custo-efetividade. Metodologia: Entre Janeiro e Abril de 2014 foram selecionados doentes internados no Serviço de Ortopedia do Hospital São Teotónio do Centro Hospitalar Tondela-Viseu para participar num estudo de rastreio oportunista de FA paroxística. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos acima dos 65 anos. Todos os doentes realizaram ECG à admissão, segundo o protocolo de avaliação pré-operatória. Foram analisados os registos clínicos e o ECG, não tendo sido incluídos no estudo indivíduos com FA conhecida ou história de AVC. Após consentimento informado e aplicação de inquérito foram realizados os holters de 48 horas cujo traçado foi interpretado de forma automatizada e por médico. Avaliou-se a presença da arritmia nos intervalos: até às 12 horas; entre as 12 e as 24 horas; e entre as 24 horas e o fim da monitorização Resultados: Foram realizados holters a 72 indivíduos dos quais 61.1% eram do sexo feminino. A idade média da população foi de 71.0 anos. Não foram detetados casos de Fibrilhação Auricular durante a monitorização eletrocardiográfica que teve duração média de 42.1 horas. Conclusão: Num estudo realizado em Portugal a prevalência de FA para a faixa etária dos 65 aos 75 anos foi estimada em 6%. A FA paroxística representa um terço das FA, pelo que a probabilidade de detetar uma FA paroxística numa população acima de 65 anos sem FA diagnosticada após realizar ECG é de 2%, pelo que seria expectável detetar pelo menos um caso de FA nesta população. Contudo, a exclusão dos doentes com FA e o reduzido tamanho da amostra pode ajudar a explicar a ausência de deteção de FA neste estudo. Também as 48 horas de monitorização podem não ser suficientes para deteção de paroxismos. São precisos mais estudos porque as estratégias diagnósticas atuais falham frequentemente a deteção de fibrilhação auricular paroxística, fator de risco modificável para AVC. É essencial melhorar os métodos de deteção de modo a introduzir terapêutica anticoagulante adequada o mais precocemente possível.Introduction: Stroke is the second leading cause of death in Europe. In Portugal, it is the leading cause of death among adults over the age of 65. Atrial Fibrillation (AF) is the most common cause of ischemic stroke. Its prevalence is associated to age, almost doubling each decade after the age of 50, and with the aging population the prospects are alarming. Among individuals with AF, 85% are aged 65 and over. Despite its impact, this arrhythmia remains underdiagnosed because it is often asymptomatic or intermittent in its paroxysmal form, and cannot be detected in the 12-lead electrocardiogram (ECG), being more likely to be detected with prolonged monitoring. Both patients with permanent and paroxysmal atrial fibrillation have the same risk of ischemic stroke and appropriate anticoagulant therapy benefits both by reducing this risk. It is essential to detect the arrhythmia at an early stage to introduce antithrombotic prophylaxis in order to reduce the number of strokes. The main goal of this study is to identify paroxysmal AF through opportunistic screening with 48 hours Holter in hospitalized patients over the age of 65 without previous diagnosis of AF and to assess its cost effectiveness. Methods: Between January and April 2014 hospitalized patients in the Department of Orthopaedics of São Teotónio Hospital – Viseu, were selected to participate in a study of opportunistic screening for paroxysmal AF. The sample included individuals of both genders over the age of 65. All patients underwent ECG on admission according to the preoperative evaluation protocol. Clinical records and ECG were analyzed and all patients with known history of stroke or AF were not included in the study. After informed consent and implementation of the survey, 48 hours holter monitoring were performed and its recording was automatically interpreted by an algorithm and by a physician. We evaluated the presence of arrhythmia in the ranges: up to 12 hours; between 12 and 24 hours; and between 24 hours and the end of monitoring. Results: Holters were performed in 72 individuals of whom 61.1% were female. The average age of the population was 71.0 years. No cases of atrial fibrillation were detected during monitoring which averaged a duration of 42.1 hours. Conclusion: FAMA study, conducted in Portugal, reported an estimated AF prevalence of 6% in people aged 65-75 years. Paroxysmal AF represents a third of all AF, which gives us an estimated probability of 2% in detecting one paroxysmal AF in a population over 65 without AF diagnosed after performing ECG, so it would be expected to detect at least one AF within this population. However, in this study no AF was detected. This may be explained by the exclusion of known AF patients and the small sample size. 48 hours monitoring may also have been insufficient for paroxysms detection. More studies are needed because current diagnostic strategies often fail in detecting paroxysmal atrial fibrillation, modifiable risk factor for stroke. It is essential to improve detection methods in order to introduce appropriate anticoagulant therapy as early as possible.Correia, EmanuelPatrão, Luis Manuel Ribau da CostauBibliorumPatrão, Pedro Miguel Ribau Costa2018-07-10T16:13:33Z2014-6-232014-07-182014-07-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/4947TID:201639076porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:25Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/4947Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:45:58.006400Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a 2ª causa de morte na Europa sendo, em Portugal, a principal causa de morte acima dos 65 anos. A Fibrilhação Auricular (FA) é a causa mais frequente de Acidente Vascular Cerebral isquémico. A sua prevalência está associada à idade, quase duplicando por década depois dos 50 anos sendo, com o envelhecimento da população, as perspetivas alarmantes. Dos indivíduos com FA, 85% têm idade igual ou superior a 65 anos. Apesar do seu impacto, esta arritmia permanece subdiagnosticada por ser frequentemente assintomática ou intermitente na sua forma paroxística, podendo não ser detetada no eletrocardiograma de 12 derivações (ECG), sendo mais provável a sua deteção com monitorização prolongada. Tanto os doentes com FA permanente como aqueles com a sua forma paroxística têm o mesmo risco de AVC isquémico e a terapêutica anticoagulante adequada beneficia ambos, reduzindo este risco. É, portanto, essencial detetar esta arritmia numa fase precoce para introduzir profilaxia antitrombótica que permita reduzir o número de AVC. O principal objetivo deste estudo é identificar FA na sua forma paroxística através de um rastreio oportunista com holter de 48 horas em doentes internados acima dos 65 anos sem diagnóstico prévio de FA e avaliar a sua relação custo-efetividade. Metodologia: Entre Janeiro e Abril de 2014 foram selecionados doentes internados no Serviço de Ortopedia do Hospital São Teotónio do Centro Hospitalar Tondela-Viseu para participar num estudo de rastreio oportunista de FA paroxística. A amostra incluiu indivíduos de ambos os sexos acima dos 65 anos. Todos os doentes realizaram ECG à admissão, segundo o protocolo de avaliação pré-operatória. Foram analisados os registos clínicos e o ECG, não tendo sido incluídos no estudo indivíduos com FA conhecida ou história de AVC. Após consentimento informado e aplicação de inquérito foram realizados os holters de 48 horas cujo traçado foi interpretado de forma automatizada e por médico. Avaliou-se a presença da arritmia nos intervalos: até às 12 horas; entre as 12 e as 24 horas; e entre as 24 horas e o fim da monitorização Resultados: Foram realizados holters a 72 indivíduos dos quais 61.1% eram do sexo feminino. A idade média da população foi de 71.0 anos. Não foram detetados casos de Fibrilhação Auricular durante a monitorização eletrocardiográfica que teve duração média de 42.1 horas. Conclusão: Num estudo realizado em Portugal a prevalência de FA para a faixa etária dos 65 aos 75 anos foi estimada em 6%. A FA paroxística representa um terço das FA, pelo que a probabilidade de detetar uma FA paroxística numa população acima de 65 anos sem FA diagnosticada após realizar ECG é de 2%, pelo que seria expectável detetar pelo menos um caso de FA nesta população. Contudo, a exclusão dos doentes com FA e o reduzido tamanho da amostra pode ajudar a explicar a ausência de deteção de FA neste estudo. Também as 48 horas de monitorização podem não ser suficientes para deteção de paroxismos. São precisos mais estudos porque as estratégias diagnósticas atuais falham frequentemente a deteção de fibrilhação auricular paroxística, fator de risco modificável para AVC. É essencial melhorar os métodos de deteção de modo a introduzir terapêutica anticoagulante adequada o mais precocemente possível. |
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