Avaliação dos níveis aéreos de contaminação fúngica e da respetiva biodiversidade nas instalações do serviço de patologia forense associada à delegação centro do Instituto Nacional de Medicina-Legal e Ciências Forenses, I.P..

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, João Carlos Peixoto
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/346
http://hdl.handle.net/20.500.11816/346
Resumo: A Micologia Forense é uma orientação das Ciências Forenses que tem vindo a ser mais esporadicamente considerada no âmbito da investigação criminal e forense, através do estudo dos fungos associados a locais de crime. De modo a que a sua mais-valia se evidencie, vários autores enaltecem o papel dos agentes fúngicos no ambiente e da sua potencial valência para os propósitos forenses. Assim sendo, será vantajoso fomentar o conhecimento dos fungos já existente e o desenvolvimento de novas linhas de investigação que se comprometam a levar em linha de conta o potencial que aqueles possuem para auxiliar no papel das Ciências Forenses na investigação criminal. Nomeadamente na linha do tracing evidence, da decomposição cadavérica e da caracterização de locais através da carga fúngica presente. Por este motivo se compreende que se torna pertinente o estudo dos fungos em contextos intrinsecamente associados à prática de investigação forense. A avaliação dos bioaerossóis fúngicos em infraestruturas de âmbito associado ao tratamento autopsial de cadáveres significa um potencial ponto de partida para os estudos referentes à prevalência, biodiversidade e dos níveis específicos de contaminação fúngica nas situações de contexto forense. Dada a escassez de informação referenciada sobre a prevalência de fungos no ar em ambientes associados a elementos cadavéricos, estes locais tornam-se um objeto de estudo interessante para aferir a presença micológica. Logo, haverá a necessidade de se estabelecerem previamente valores “normais” para as concentrações e diversidade fúngicas nas diversas situações. Assim, realizou-se o presente estudo em locais associados com o momento da autópsia e da preparação dos cadáveres instalações do INMLCF,I.P., nomeadamente as instalações de Coimbra e os gabinetes médico-legais de Viseu, Tomar e Castelo Branco, com a ideia de se realizar um estudo base para futura investigação focada no contexto da contaminação aérea fúngica em ambientes associados à presença cadavérica. Em termos de contaminação no interior dos diversos locais e nas diversas áreas amostradas em cada local (sala de autópsias, sala de preparação de cadáveres, câmaras frigoríficas e, em Coimbra apenas, elevador) os níveis detetados, em termos CFU/m3, não excederam os limites estipulados para as contaminações fúngicas aéreas. Obtiveram-se 32 géneros de organismos fúngicos, com predominância de Penicillium e Cladosporium. As espécies mais comuns em número de colónias foram Penicillium brevicompactum, Hyphodermella sp., Aspergillus versicolor e Botrytis cinerea. De modo a avaliar diferenças de CFU/m3 entre locais e áreas amostradas em todos os locais e entre períodos de colheita entre as amostragens em Coimbra foi realizada a análise de Avaliação dos níveis aéreos de contaminação fúngica e da respetiva biodiversidade nas instalações do Serviço de Patologia Forense associadas à Delegação Centro do Instituto Nacional de Medicina-Legal e Ciências Forenses, I.P.. variância por meio de ANOVA de uma-via e posteriormente do teste de Tukey. Observam-se diferenças estatisticamente significativas entre as diversas áreas interiores em cada local. A sala de processamento de cadáveres onde se dispunham as câmaras frigoríficas foi a mais contaminada em todos os locais exceto no Gabinete Médico-Legal de Tomar, onde se observou essa situação nas câmaras frigoríficas. Entre todos os locais amostrados observaram-se diferenças entre a contaminação em Viseu e as restantes instalações amostradas. A nível de sazonalidade não foram detetadas diferenças estatisticamente significativas entre os períodos de amostragem. Após determinação das espécies presentes nas colónias obtidas, realizou-se a análise estatística de diversidade específica utilizando-se para esse fim o índice de Shannon-Wiener e a equitabilidade de espécies para cada área e para cada local geográfico. Deste modo, observaram-se, por fim, níveis de biodiversidade específica diferentes entre locais, e dentro de cada local, sendo Coimbra o local de amostragem com maior diversidade.
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Assim sendo, será vantajoso fomentar o conhecimento dos fungos já existente e o desenvolvimento de novas linhas de investigação que se comprometam a levar em linha de conta o potencial que aqueles possuem para auxiliar no papel das Ciências Forenses na investigação criminal. Nomeadamente na linha do tracing evidence, da decomposição cadavérica e da caracterização de locais através da carga fúngica presente. Por este motivo se compreende que se torna pertinente o estudo dos fungos em contextos intrinsecamente associados à prática de investigação forense. A avaliação dos bioaerossóis fúngicos em infraestruturas de âmbito associado ao tratamento autopsial de cadáveres significa um potencial ponto de partida para os estudos referentes à prevalência, biodiversidade e dos níveis específicos de contaminação fúngica nas situações de contexto forense. Dada a escassez de informação referenciada sobre a prevalência de fungos no ar em ambientes associados a elementos cadavéricos, estes locais tornam-se um objeto de estudo interessante para aferir a presença micológica. Logo, haverá a necessidade de se estabelecerem previamente valores “normais” para as concentrações e diversidade fúngicas nas diversas situações. Assim, realizou-se o presente estudo em locais associados com o momento da autópsia e da preparação dos cadáveres instalações do INMLCF,I.P., nomeadamente as instalações de Coimbra e os gabinetes médico-legais de Viseu, Tomar e Castelo Branco, com a ideia de se realizar um estudo base para futura investigação focada no contexto da contaminação aérea fúngica em ambientes associados à presença cadavérica. Em termos de contaminação no interior dos diversos locais e nas diversas áreas amostradas em cada local (sala de autópsias, sala de preparação de cadáveres, câmaras frigoríficas e, em Coimbra apenas, elevador) os níveis detetados, em termos CFU/m3, não excederam os limites estipulados para as contaminações fúngicas aéreas. Obtiveram-se 32 géneros de organismos fúngicos, com predominância de Penicillium e Cladosporium. As espécies mais comuns em número de colónias foram Penicillium brevicompactum, Hyphodermella sp., Aspergillus versicolor e Botrytis cinerea. De modo a avaliar diferenças de CFU/m3 entre locais e áreas amostradas em todos os locais e entre períodos de colheita entre as amostragens em Coimbra foi realizada a análise de Avaliação dos níveis aéreos de contaminação fúngica e da respetiva biodiversidade nas instalações do Serviço de Patologia Forense associadas à Delegação Centro do Instituto Nacional de Medicina-Legal e Ciências Forenses, I.P.. variância por meio de ANOVA de uma-via e posteriormente do teste de Tukey. Observam-se diferenças estatisticamente significativas entre as diversas áreas interiores em cada local. A sala de processamento de cadáveres onde se dispunham as câmaras frigoríficas foi a mais contaminada em todos os locais exceto no Gabinete Médico-Legal de Tomar, onde se observou essa situação nas câmaras frigoríficas. Entre todos os locais amostrados observaram-se diferenças entre a contaminação em Viseu e as restantes instalações amostradas. A nível de sazonalidade não foram detetadas diferenças estatisticamente significativas entre os períodos de amostragem. Após determinação das espécies presentes nas colónias obtidas, realizou-se a análise estatística de diversidade específica utilizando-se para esse fim o índice de Shannon-Wiener e a equitabilidade de espécies para cada área e para cada local geográfico. 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