Peut-on trouver trace de la Loi islamique dans les documents arabes chrétiens de Tolède des XIIe et XIIIe siècles?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | fra |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2016000200003 |
Resumo: | Durante os séculos XII e XII, os diplomas notariais de Toledo atestam a arabização persistente dos moradores cristãos da cidade tradicionalmente designados como "moçárabes". Não só a grafia e a língua desses diplomas são efectivamente árabes, mas também as fórmulas usadas, a começar pela basmala inicial (a invocação de Deus), têm origem na prática notarial muçulmana. As testemunhas que neles figuram são "testemunhas profissionais", entre as quais se encontram alguns dos notáveis da cidade e que atestam ter visto e ouvido as partes realizar o contrato em questão, sendo assim a celebração do contrato situada num passado próximo, e não no presente, tal como ocorre nos actos notariais da população cristã não-arabizada desse mesmo período. Mas, para lá das questões formais, não é fácil encontrar nesses diplomas uma influência directa do direito islâmico. Até mesmo uma expressão de origem árabe tão evidente como "marjadraque" (marǧi‘al-darak) não remete necessariamente para uma regra do direito islâmico, uma vez que essa garantia já estava prevista no direito dos Visigodos. Também as cláusulas dos contratos matrimoniais, ou das partilhas familiares, se conformam mais facilmente ao Fuero Juzgo que à lei Islâmica. Apesar da enorme influência árabe nos "moçárabes" de Toledo, que durou mais de dois séculos após a conquista cristã da cidade, não é possível encontrar testemunhos que provem o impacto que sobre eles tiveram os preceitos da Lei islâmica |
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