Consumos e Riscos em Territórios Psicotrópicos nas cidades do Rio de Janeiro e Lisboa: Um estudo comparativo sobre Redução de Danos em Centros de Convivência

• Autor(a) principal: Salvador, Juliana Ribeiro
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/141085
• topic: Redução de Danos; Consumo de Substâncias Psicoativas; Territórios Psicotrópicos; Centro de Convivência; Ecologia Urbana; Harm Reduction; Consumption of Psychoactive Substances; Psychotropic Territories; Community Center; Urban ecology; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Sociologia

O presente trabalho procura questionar as estratégias utilizadas de redução de danos em dois centros de convivência, analisando as práticas profissionais desenvolvidas, e a relação entre trabalhadores e frequentadores nos respectivos espaços, dando ênfase ao contexto territorial no qual estão inseridos. São estudados o IN-Mouraria, na cidade de Lisboa, Portugal, e o Espaço Normal, no Rio de Janeiro, Brasil, por seguirem um modelo de proximidade, trabalharem sob a orientação da redução de danos e serem um serviço de base comunitária voltado para pessoas que consomem substâncias psicoativas e estão em situação de vulnerabilidade social. Quais as possíveis aproximações e distanciamentos entre as ações em redução de danos nesses dois centros de convivência? Para responder essa pergunta, recorreu-se a uma metodologia qualitativa, cujas técnicas de recolha de dados utilizadas foram as entrevistas exploratórias a especialistas da política de saúde e política de drogas e entrevistas compreensivas, que contaram com profissionais e frequentadores dos centros de convivência do Brasil e de Portugal. Os dados do material de campo foram tratados com a análise de conteúdo temática. A partir dos resultados dessa investigação, concluiu-se que não são as pessoas que têm que se adequar às respostas já existentes, mas as respostas é que têm de se adequar e atender as necessidades das pessoas. O desenvolvimento de estratégias de redução de danos em saúde mental constitui uma área prioritária a fim de construir respostas integradas mais adequadas a essa população, além da necessidade de se pensar as intervenções em redução de danos a partir do território ao qual se está inserida. Foi possível concluir ainda que as ações em redução de danos promovem a garantia dos direitos e acesso aos serviços de saúde mais tradicionais, mediante a mediação realizada pelos profissionais dos centros. E estas intervenções promovem a cidadania e a dignidade humana das pessoas que consomem substâncias psicoativas. É importante entender que a redução de danos não consiste apenas em reduzir os riscos decorrentes dos consumos de substâncias psicoativas ou a proliferação de ISTs, mas entendê-la em seu sentido mais amplo, onde sua abordagem abarca a multidimensionalidade das necessidades humanas.