Efeito da mobilização do solo nas micorrizas arbusculares de cereais de Inverno

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito,I.
Data de Publicação: 2007
Outros Autores: Carvalho,M. de, van Tuinen,D., Goss,M. J.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2007000100005
Resumo: A mobilização do solo reduz a taxa de colonização por micorrizas arbusculares (MA) uma vez que ao provocar a disrupção do micélio extraradicular, faz com que a colonização seja preferencialmente iniciada por fontes de inoculo de crescimento mais lento. Em solos pouco perturbados, o aumento da taxa de colonização micorrízica é normalmente associado, embora nem sempre, a uma vantagem comparativa destas plantas numa fase inicial do crescimento. No sentido de potenciar os benefícios proporcionados pela micorrização e numa óptica de sustentabilidade dos sistemas agrícolas, é fundamental o desenvolvimento de conhecimentos que elucidem sobre a ecologia funcional das MA nestes sistemas. O trabalho desenvolvido em condições de campo no Alentejo permitiu confirmar de forma clara que raízes de trigo e de triticale cultivados em sistema de sementeira directa (SD) apresentaram uma taxa de colonização micorrízica superior, em cerca de 6 vezes, quando comparadas com raízes de plantas das mesmas espécies cultivadas em sistema de mobilização tradicional (MT). Os resultados obtidos indicam também que o triticale parece ser mais micotrófico que o trigo. Para uma melhor compreensão das implicações desta situação nas plantas desenvolveram-se ensaios em vasos. A perturbação do solo induzida pela mobilização foi reproduzida através da crivagem do solo por um crivo de 4mm. Vários parâmetros de crescimento da planta e de colonização micorrízica foram avaliados. Após 4 ciclos de 3 semanas de cultura de trigo com indução diferencial de estrutura ao nível do solo, todos os parâmetros de colonização micorrízica foram significativamente afectados. A colonização arbuscular, vesicular e por hifas foi maior em solo não perturbado. Presentemente esta metodologia de ciclos de perturbação do solo está a ser usada para avaliar diferentes aspectos da micorrização como sejam a sobrevivência de inoculo ao longo do Verão e a sua capacidade para gerar novas colonizações no período cultural. Com o objectivo de avaliar a diversidade dos Glomeromycota presentes no campo de ensaios em estudo, sujeito aos dois tipos de mobilização do solo (SD e MT), foi usada a técnica de amplificação de sequências de rDNA destes fungos a partir de DNA total do solo. Esta técnica permite uma avaliação abrangente, evitando a morosidade e complexidade da abordagem clássica através de culturas armadilha. No total foram analisadas 87 sequencias, provenientes de solo perturbado e não perturbado, e encontrados 11 tipos ribosomais. Considerando as diferenças de frequência dos tipos ribosomais presentes em cada tipo de solo, os resultados parecem confirmar que os fungos micorrízicos arbusculares são diferencialmente susceptíveis à perturbação do solo, não só em termos de diversidade como ao nível da estrutura da comunidade.
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