Terapêutica do cancro e princípios da bioética

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Peralta, Tatiana Oliveira
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31987
Resumo: As doenças do foro oncológico estão cada vez mais presentes na sociedade e afetam cada vez mais portugueses. Por este motivo, é necessário analisar os contornos desta doença bem como a forma como está a ser gerida por profissionais de saúde e doentes. Assim, este trabalho pretende analisar de que forma devem ser ajustados os princípios da bioética à terapêutica do cancro, clarificar questões relacionadas com a transmissão de informação e a sua relação com a tomada de decisões em doentes oncológicos. Procurou-se ainda avaliar a qualidade de vida de doentes oncológicos e a sua satisfação com os cuidados recebidos. Para atingir estes objetivos, realizaram-se entrevistas a uma amostra de 20 doentes que se encontravam em remissão da sua doença oncológica e em seguimento na Consulta Externa do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. O instrumento de colheita de dados utilizado consistiu num questionário composto por questões relativas às variáveis sociodemográficas e clínicas, pela escala de avaliação da qualidade de vida do doente oncológico (QLQ-C30, versão 3.0, da EORTC) e por um inquérito destinado à avaliação da satisfação de conhecimentos sobre a doença. A individualidade e complexidade de cada individuo não permite criar um protocolo de atuação médica com benefícios absolutos para o doente. Assim, na procura de um equilíbrio entre beneficência e não maleficência mantém-se a necessidade de ver o doente como um ser biopsicossocial e avaliar não só a vertente clínica (biológica) mas também o impacto da doença, a qualidade de vida e expectativas. Este estudo mostrou que os doentes inquiridos apresentam níveis de qualidade de vida razoáveis. O respeito da autonomia encontra-se cada vez mais relacionado com o ato de informar. Verificou-se que este constitui um relevante mecanismo na melhoria da qualidade de vida. A maioria dos doentes não está satisfeito com a qualidade da informação recebida. Com o contexto socioeconómico vivido em Portugal, o princípio da justiça, nomeadamente na distribuição de recursos, é cada vez mais pertinente e a prova disso está patente nas alterações que têm vindo a ocorrer no SNS e no debate público. Verificaram-se algumas assimetrias na distribuição de recursos, nomeadamente a nível dos rastreios populacionais. Este estudo permitiu realçar a importância de fornecer a informação adequada ao doente oncológico com relevância no seu prognóstico e com isso pretende-se disponibilizar uma melhor informação aos médicos, de forma a melhorar os cuidados clínicos.
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O instrumento de colheita de dados utilizado consistiu num questionário composto por questões relativas às variáveis sociodemográficas e clínicas, pela escala de avaliação da qualidade de vida do doente oncológico (QLQ-C30, versão 3.0, da EORTC) e por um inquérito destinado à avaliação da satisfação de conhecimentos sobre a doença. A individualidade e complexidade de cada individuo não permite criar um protocolo de atuação médica com benefícios absolutos para o doente. Assim, na procura de um equilíbrio entre beneficência e não maleficência mantém-se a necessidade de ver o doente como um ser biopsicossocial e avaliar não só a vertente clínica (biológica) mas também o impacto da doença, a qualidade de vida e expectativas. Este estudo mostrou que os doentes inquiridos apresentam níveis de qualidade de vida razoáveis. O respeito da autonomia encontra-se cada vez mais relacionado com o ato de informar. Verificou-se que este constitui um relevante mecanismo na melhoria da qualidade de vida. A maioria dos doentes não está satisfeito com a qualidade da informação recebida. Com o contexto socioeconómico vivido em Portugal, o princípio da justiça, nomeadamente na distribuição de recursos, é cada vez mais pertinente e a prova disso está patente nas alterações que têm vindo a ocorrer no SNS e no debate público. Verificaram-se algumas assimetrias na distribuição de recursos, nomeadamente a nível dos rastreios populacionais. Este estudo permitiu realçar a importância de fornecer a informação adequada ao doente oncológico com relevância no seu prognóstico e com isso pretende-se disponibilizar uma melhor informação aos médicos, de forma a melhorar os cuidados clínicos.Cancer diseases are more prevalent in society and affect more families and homes every day. For this reason, it is necessary to analyze the dimension of this disease as well as how it is dealt by health professionals and patients. The objectives of this study were to analyze how principles of bioethics must be adapted to cancer treatments, clarify any questions related to the process of informing the patient and how it is related with the decisions making regarding oncologic patients. It also was to assess the quality of life of cancer patients and their satisfaction with the care received. In order to achieve this goals, 20 interviews were carried out to patient followed at the Department of Medical Oncology of the Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. The instruments of data collection used consisted in a questionnaire for clinical and sociodemographic samples, the scale of assessment of the current state of disease (QLQ-C30, version 3.0, the EORTC), and evaluation of satisfaction of knowledge about the disease. The individuality and complexity of each person does not allow to create a general protocol of the medical action with absolute benefits for the patient. Therefore, in order to find the balance between beneficence and non-malificience it is important to approach the patient from a biopsychosocial model and evaluate not only the clinical part (biologic) but also the impact of the disease, the patient quality of life and expectations. This study showed that the inquiries had reasonable levels of quality of life. The respect of autonomy is related to the act of informing. This can improve the quality of life. Is was found that moajority of patients were not satisfied with the level of information received. The crisis lived in Portugal, made the principle of justice, particularly the distribution of resources, a key problem with public debate which is proven by the changes seen in the National Health Service. This study highlights some asymmetric distributions of resources specially in population screenings. The results highlight the importance of information for the oncologic patient and the impact on prognosis which is hoped to improve the quality of information given by doctors and therefore the health care.2015-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31987http://hdl.handle.net/10316/31987TID:201631610porPeralta, Tatiana Oliveirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:46Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31987Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:47.627061Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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