A metáfora do olhar em Nicolau de Cusa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ojs.letras.up.pt/index.php/mediaevalia/article/view/1138 |
Resumo: | Dentre todos os sentidos, o olhar, ao longo da História da Filosofia, talvez tenha sido o mais discutido, o mais estudado, o mais condenado, o mais exaltado, o mais privilegiado. Desde a origem da Filosofia até os nossos dias, a questão do olhar tem sido uma questão primeira e importante. Por isso, permitimo-nos fazer uma breve digressão sobre o olhar, antes de mirarmos a Filosofia cusana. Platão, na conhecida alegoria da caverna, expõe a operação do olhar, como afastamento necessário do sensível e aproximação mediatizada das idéias. Em o Timeu — cujas partes chegaram à Idade Média na versão de Calcídio — no que toca a formação do homem, está posto em 45b «Os primeiros órgãos que eles (deuses) fabricaram, foram os olhos portadores de luz»1. Num outro diálogo (considerado apócrifo por alguns estudiosos) — Primeiro Alcibíades — quando Sócrates discute com Alcibíades sobre o cuidado com a alma que significa o aperfeiçoamento de si mesmo, utiliza a metáfora do olhar. Em 133a-c Sócrates pergunta: «Que coisa haveremos de olhar para que vejamos a nós mesmos?»2. A resposta de Alcibíades é o espelho, a de Sócrates, os olhos; e remetendo à visão, conclui: «Essa parte é realmente divina e quem a olha descobre o sobrehumano, o divino, e, assim conhece melhor a si mesmo (...) Olhando a divindade, nos servimos do melhor e nele nos vendo, conhecemo-nos melhor(…)». |
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