Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/11540
Resumo: A inteligência emocional e a autoeficácia afirmam-se como construtos relevantes na estruturação de um indivíduo, principalmente com um quadro de dor latente. A literatura demonstra uma relação entre os níveis de inteligência emocional e a perceção da intensidade do quadro de dor, onde a componente sociodemográfica e clínica tem interferência. Paralelamente, a investigação científica também relaciona a autoeficácia com a inteligência emocional e a dor. Deste modo, foram desenvolvidos dois estudos quantitativos, com os seguintes objetivos: caracterizar a inteligência emocional de indivíduos com dor crónica; explorar a relação entre inteligência emocional e variáveis sociodemográficas e clínicas (Estudo 1); caracterizar a autoeficácia destes indivíduos, explorar a relação entre inteligência emocional e autoeficácia em função da dor crónica e analisar a relação entre a inteligência emocional e a autoeficácia (geral e para a dor crónica) (Estudo 2). Para operacionalizar estes objetivos, este estudo teve o contributo de 120 pacientes, com maior prevalência do sexo feminino (n = 92; 76,7 %), com idades compreendidas entre os 22 e os 82 anos (M = 54,42; DP = 13,43). A maioria dos inquiridos era casada (n = 94; 78,3%) e a maior parte tinha um nível de habilitações literárias correspondente ao 3º Ciclo (n = 32; 26,7%). Com vista a recolher dados sociodemográficos e clínicos, foram utilizados questionários desenvolvidos para o efeito. Para a inteligência emocional, foi aplicado o Questionário de Regulação Emocional e para a autoeficácia, de forma global, a General Self-Efficacy Scale. O instrumento que avalia a autoeficácia para o contexto da dor foi desenvolvido para o presente estudo, intitulando-se Módulo de Autoeficácia para a Dor. Os dados foram recolhidos no Centro Hospitalar Universitário de São João, na consulta de Psicologia-Dor. Globalmente, no domínio da inteligência emocional, a reavaliação cognitiva e a supressão emocional apresentaram valores médios superiores aos descritos na literatura. Além disso, este construto mostrou estar significativamente relacionado com o sexo na dimensão da reavaliação cognitiva, não tendo sido encontradas relações estatisticamente significativas entre a inteligência emocional e as restantes variáveis sociodemográficas e clínicas analisadas. A autoeficácia deste estudo encontra-se em níveis abaixo do estado da arte, bem como da média da população portuguesa. A intensidade de dor demonstrou uma relação estatisticamente significativa com as três dimensões em simultâneo (inteligência emocional, autoeficácia e autoeficácia para a dor). Em indivíduos com dor leve a reavaliação cognitiva mostrou estar associada à supressão emocional e a autoeficácia demonstrou uma relação com a supressão emocional em indivíduos com dor moderada e com a reavaliação cognitiva na dor intensa. As implicações práticas dos resultados e o facto de haver construtos que necessitam uma maior atenção justificam a relevância de aprofundar a investigação nesta área.
id RCAP_75ff37c5b2af21c74b43bb12c95fe01e
oai_identifier_str oai:bdigital.ufp.pt:10284/11540
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónicaInteligência emocionalDorAutoeficáciaEmotional intelligencePainSelf-efficacyDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaA inteligência emocional e a autoeficácia afirmam-se como construtos relevantes na estruturação de um indivíduo, principalmente com um quadro de dor latente. A literatura demonstra uma relação entre os níveis de inteligência emocional e a perceção da intensidade do quadro de dor, onde a componente sociodemográfica e clínica tem interferência. Paralelamente, a investigação científica também relaciona a autoeficácia com a inteligência emocional e a dor. Deste modo, foram desenvolvidos dois estudos quantitativos, com os seguintes objetivos: caracterizar a inteligência emocional de indivíduos com dor crónica; explorar a relação entre inteligência emocional e variáveis sociodemográficas e clínicas (Estudo 1); caracterizar a autoeficácia destes indivíduos, explorar a relação entre inteligência emocional e autoeficácia em função da dor crónica e analisar a relação entre a inteligência emocional e a autoeficácia (geral e para a dor crónica) (Estudo 2). Para operacionalizar estes objetivos, este estudo teve o contributo de 120 pacientes, com maior prevalência do sexo feminino (n = 92; 76,7 %), com idades compreendidas entre os 22 e os 82 anos (M = 54,42; DP = 13,43). A maioria dos inquiridos era casada (n = 94; 78,3%) e a maior parte tinha um nível de habilitações literárias correspondente ao 3º Ciclo (n = 32; 26,7%). Com vista a recolher dados sociodemográficos e clínicos, foram utilizados questionários desenvolvidos para o efeito. Para a inteligência emocional, foi aplicado o Questionário de Regulação Emocional e para a autoeficácia, de forma global, a General Self-Efficacy Scale. O instrumento que avalia a autoeficácia para o contexto da dor foi desenvolvido para o presente estudo, intitulando-se Módulo de Autoeficácia para a Dor. Os dados foram recolhidos no Centro Hospitalar Universitário de São João, na consulta de Psicologia-Dor. Globalmente, no domínio da inteligência emocional, a reavaliação cognitiva e a supressão emocional apresentaram valores médios superiores aos descritos na literatura. Além disso, este construto mostrou estar significativamente relacionado com o sexo na dimensão da reavaliação cognitiva, não tendo sido encontradas relações estatisticamente significativas entre a inteligência emocional e as restantes variáveis sociodemográficas e clínicas analisadas. A autoeficácia deste estudo encontra-se em níveis abaixo do estado da arte, bem como da média da população portuguesa. A intensidade de dor demonstrou uma relação estatisticamente significativa com as três dimensões em simultâneo (inteligência emocional, autoeficácia e autoeficácia para a dor). Em indivíduos com dor leve a reavaliação cognitiva mostrou estar associada à supressão emocional e a autoeficácia demonstrou uma relação com a supressão emocional em indivíduos com dor moderada e com a reavaliação cognitiva na dor intensa. As implicações práticas dos resultados e o facto de haver construtos que necessitam uma maior atenção justificam a relevância de aprofundar a investigação nesta área.Emotional intelligence and self-efficacy are relevant constructs in structuring an individual, especially with a latent pain condition. The literature shows a relationship between the levels of emotional intelligence and the perceived intensity of pain, where the socio-demographic and clinical components interfere. In parallel, scientific research also relates self-efficacy with emotional intelligence and pain. Thus, two quantitative studies were developed with the following objectives: to characterise the emotional intelligence of individuals with chronic pain; to explore the relationship between emotional intelligence and socio-demographic and clinical variables (Study 1); to characterise the self-efficacy of these individuals, explore the relationship between emotional intelligence and self-efficacy according to chronic pain and analyse the relationship between emotional intelligence and self-efficacy (general and for chronic pain) (Study 2). To operationalize these objectives, this study had the contribution of 120 patients, with a higher prevalence of females (n = 92; 76.7%), aged between 22 and 82 years (M = 54.42; SD = 13.43). Most of the respondents were married (n = 94; 78.3%) and most of them had a high school education (n = 32; 26.7%). In order to collect socio-demographic and clinical data, questionnaires developed for this purpose were used. For emotional intelligence, the Emotion Regulation Question-naire was applied and for self-efficacy, in a global way, the General Self-Efficacy Scale was applied. The instrument that assesses self-efficacy for pain was developed for this study and is called Pain Self-Efficacy Module. Data were collected at the Centro Hospitalar Universitário de São João, in the Psychology-Pain consultation.. Overall, in the emotional intelligence domain, cognitive reappraisal and emotional suppression had higher mean values than those described in the literature. Moreover, this construct showed to be significantly related to gender in the cognitive reappraisal dimension, and no statistically significant relationships were found between emotional intelligence and the remaining socio-demographic and clinical variables analyzed. Self-efficacy in this study is at levels below the state of the art, as well as below the average of the portuguese population. Pain intensity showed a statistically significant relationship with the three dimensions simultaneously (emotional intelligence, self-efficacy and self-efficacy for pain). In individuals with mild pain, cognitive reappraisal was associated with emotional suppression and self-efficacy showed a relationship with emotional suppression in individuals with moderate pain and with cognitive reappraisal in severe pain. The practical implications of the results and the fact that there are constructs that need further attention justify the relevance of further re-search in this area.Meneses, RuteRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaDamas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva2023-01-302025-01-30T00:00:00Z2023-01-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/11540porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-02-07T02:02:52Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/11540Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:46:15.233530Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
title Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
spellingShingle Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva
Inteligência emocional
Dor
Autoeficácia
Emotional intelligence
Pain
Self-efficacy
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
title_short Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
title_full Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
title_fullStr Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
title_full_unstemmed Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
title_sort Relação entre inteligência emocional e autoeficácia na dor crónica
author Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva
author_facet Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Meneses, Rute
Repositório Institucional da Universidade Fernando Pessoa
dc.contributor.author.fl_str_mv Damas, Joana Luís Oliveira Martins da Silva
dc.subject.por.fl_str_mv Inteligência emocional
Dor
Autoeficácia
Emotional intelligence
Pain
Self-efficacy
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
topic Inteligência emocional
Dor
Autoeficácia
Emotional intelligence
Pain
Self-efficacy
Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia
description A inteligência emocional e a autoeficácia afirmam-se como construtos relevantes na estruturação de um indivíduo, principalmente com um quadro de dor latente. A literatura demonstra uma relação entre os níveis de inteligência emocional e a perceção da intensidade do quadro de dor, onde a componente sociodemográfica e clínica tem interferência. Paralelamente, a investigação científica também relaciona a autoeficácia com a inteligência emocional e a dor. Deste modo, foram desenvolvidos dois estudos quantitativos, com os seguintes objetivos: caracterizar a inteligência emocional de indivíduos com dor crónica; explorar a relação entre inteligência emocional e variáveis sociodemográficas e clínicas (Estudo 1); caracterizar a autoeficácia destes indivíduos, explorar a relação entre inteligência emocional e autoeficácia em função da dor crónica e analisar a relação entre a inteligência emocional e a autoeficácia (geral e para a dor crónica) (Estudo 2). Para operacionalizar estes objetivos, este estudo teve o contributo de 120 pacientes, com maior prevalência do sexo feminino (n = 92; 76,7 %), com idades compreendidas entre os 22 e os 82 anos (M = 54,42; DP = 13,43). A maioria dos inquiridos era casada (n = 94; 78,3%) e a maior parte tinha um nível de habilitações literárias correspondente ao 3º Ciclo (n = 32; 26,7%). Com vista a recolher dados sociodemográficos e clínicos, foram utilizados questionários desenvolvidos para o efeito. Para a inteligência emocional, foi aplicado o Questionário de Regulação Emocional e para a autoeficácia, de forma global, a General Self-Efficacy Scale. O instrumento que avalia a autoeficácia para o contexto da dor foi desenvolvido para o presente estudo, intitulando-se Módulo de Autoeficácia para a Dor. Os dados foram recolhidos no Centro Hospitalar Universitário de São João, na consulta de Psicologia-Dor. Globalmente, no domínio da inteligência emocional, a reavaliação cognitiva e a supressão emocional apresentaram valores médios superiores aos descritos na literatura. Além disso, este construto mostrou estar significativamente relacionado com o sexo na dimensão da reavaliação cognitiva, não tendo sido encontradas relações estatisticamente significativas entre a inteligência emocional e as restantes variáveis sociodemográficas e clínicas analisadas. A autoeficácia deste estudo encontra-se em níveis abaixo do estado da arte, bem como da média da população portuguesa. A intensidade de dor demonstrou uma relação estatisticamente significativa com as três dimensões em simultâneo (inteligência emocional, autoeficácia e autoeficácia para a dor). Em indivíduos com dor leve a reavaliação cognitiva mostrou estar associada à supressão emocional e a autoeficácia demonstrou uma relação com a supressão emocional em indivíduos com dor moderada e com a reavaliação cognitiva na dor intensa. As implicações práticas dos resultados e o facto de haver construtos que necessitam uma maior atenção justificam a relevância de aprofundar a investigação nesta área.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-01-30
2023-01-30T00:00:00Z
2025-01-30T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10284/11540
url http://hdl.handle.net/10284/11540
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/embargoedAccess
eu_rights_str_mv embargoedAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130934385049600