Distribution patterns and habitat use of the smooth hammerhead shark (sphyrna zygaena) in the Atlantic Ocean

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Catarina Casaca Neves dos
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/30605
Resumo: Tese de mestrado, Ecologia Marinha, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017
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spelling Distribution patterns and habitat use of the smooth hammerhead shark (sphyrna zygaena) in the Atlantic OceanTubarão-martelo-lisoEspécie acessóriaPadrões de distribuiçãoUtilização do habitatTelemetria de satéliteTeses de mestrado - 2017Departamento de Biologia AnimalTese de mestrado, Ecologia Marinha, Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2017The smooth hammerhead shark, Sphyrna zygaena, is a cosmopolitan pelagic shark mostly captured as bycatch by industrial longline fleets targeting swordfish in the inter-tropical Atlantic Ocean. Listed by the IUCN as “Vulnerable”, S. zygaena is currently under international protection. Nevertheless, the current information on life history, movement patterns, essential habitat and population dynamics is still scarce over most of its range. This study aimed to improve the knowledge on distribution patterns and habitat use of this species in the Atlantic Ocean. To this end, fishery observer data, collected between 2003 and 2016 from the Portuguese pelagic longline fishery in the Atlantic Ocean were analyzed. Datasets included information on the catch and effort (used to calculate CPUEs, catch per unit of effort), size and sex of the smooth hammerhead shark. A total effort of 2 523 288 hooks yielded 638 sharks, ranging in size from 123 cm to 275 cm fork length (FL). Results confirmed the wide latitudinal range of distribution of this species in the Atlantic Ocean, with higher CPUEs found closer inshore within the Tropical North and Equatorial regions. The larger sharks seemed to occur in the open ocean habitat and the smaller specimens in more coastal areas, while the sex ratio distribution showed a predominance of males in the sampled area of the Atlantic Ocean (overall sex ratio of 1.4 males for each female). Differences in CPUE and size distributions were also detected spatially and temporally. We highlight the increasing trend in the mean CPUE along with a decrease in the mean specimen size in the Equatorial region from 2012 onwards. Furthermore, eight smooth hammerheads were tagged with Pop-up Satellite Archival Tags (PSATs) in the inter-tropical region of the Northeast Atlantic Ocean, between 2012 and 2016, with successful transmissions received from seven tags (total of 319 tracking days). The findings of this work confirmed the ability of the species to travel significant distances, as the longest migration ever documented for the smooth hammerhead shark (> 6600 km) was recorded. The smooth hammerhead did not exhibit a diel vertical movement behavior, swimming mostly at surface waters (0-50 m) above 23 °C. However, differences in the vertical habitat utilization were found when comparing adults and juveniles, with the juveniles staying in deeper colder waters during nighttime. To assess the overlap between the species vertical distribution and the fishing depth of the Portuguese pelagic longline fishery, Minilog Temperature and Depth Recorders (TDRs) were deployed on 60 fishing sets. The overlap between species habitat and fishing gear deployment is taking place mainly during the night and is higher for juveniles. The results presented in this work provide a better understanding of the smooth hammerhead shark spatio-temporal dynamics, population structure, habitat use, and habitat overlap and potential impacts with pelagic longline fishing gear in the Atlantic Ocean. These results can now be used to provide better scientific advice and further improve the current species conservation measures.Nos últimos anos, os peixes cartilagíneos (elasmobrânquios) têm ganho importância acrescida enquanto recursos pesqueiros face ao aumento das suas capturas. Este aumento deve-se à existência de pesca dirigida a algumas espécies de elasmobrânquios face à crescente procura de produtos derivados, como é o caso das barbatanas de tubarão muito procuradas nos mercados asiáticos. Por outro lado, a expansão de outras pescarias em que os elasmobrânquios são capturados de forma acessória e involuntária tem igualmente contribuído para o aumento das capturas destes peixes. O tubarão-martelo-liso, Sphyrna zygaena, é uma espécie pelágica e cosmopolita, que habita tanto áreas costeiras como águas oceânicas, sobretudo da zona intertropical do Oceano Atlântico. Ocasionalmente, o tubarão-martelo-liso é capturado como espécie acessória nas pescarias industriais de palangre de superfície, que dirigem maioritariamente a sua atividade para a captura do espadarte (Xiphias gladius) e atuns (Thunnus spp). Porém, é provável que os dados de capturas reportados sejam subestimativas da realidade, uma vez que as estatísticas de pesca dos tubarões-martelo são frequentemente agrupadas numa categorial geral - Sphyrna spp., devido à dificuldade de identificação ao nível de espécie dos exemplares capturados. Dados de capturas reportados à Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico (ICCAT) indicam que no período entre 1987 e 2010 Portugal capturou cerca de 3,4 toneladas de tubarão-martelo-liso, revelando-se o quarto país com maiores capturas reportadas desta espécie no Oceano Atlântico. Dada a sua natureza altamente migratória, a gestão e conservação do tubarão-martelo-liso reveste-se de particular dificuldade. Por outro lado, tal como a maioria dos elasmobrânquios, o ciclo de vida desta espécie caracteriza-se por crescimento lento e relativamente baixo potencial reprodutivo, o que o torna particularmente vulnerável à pressão pesqueira. O tubarão-martelo-liso está incluído na categoria “Vulnerável” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), encontrando-se atualmente sob proteção internacional. Em 2010, a ICCAT implementou medidas de gestão que proíbem a retenção e comercialização do tubarão martelo liso, declarando ainda a necessidade de aprofundar o conhecimento científico sobre a espécie. Ainda assim, a informação sobre o tubarão-martelo-liso continua escassa, designadamente no que respeita a diferentes aspetos do ciclo de vida da espécie, padrões de migração, habitats essenciais e dinâmica de populações. Este estudo tem como objetivo aprofundar o conhecimento acerca dos padrões de distribuição e utilização do habitat do tubarão-martelo-liso no Oceano Atlântico. Para tal, foram analisados dados de capturas por unidade de esforço (CPUE), tamanho e sexo dos tubarões-martelo-liso capturados como espécie acessória pela frota Portuguesa de palangre de superfície. Estes dados foram recolhidos por observadores de pesca do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA, I.P.), entre 2003 e 2016, contabilizando um total de 638 exemplares capturados em 2 523 288 anzóis. O tamanho dos exemplares capturados variou entre 123 cm e 275 cm de comprimento furcal. Os resultados confirmaram que o tubarão-martelo-liso apresenta uma ampla distribuição latitudinal (~ 45°N-35°S) no Oceano Atlântico. Os valores de CPUE foram mais elevados na zona Tropical Norte e Equatorial, junto ao continente africano, apesar do esforço de pesca amostrado ter sido superior na região Nordeste temperada e Equatorial, em zonas de oceano aberto. Os tubarões com maior comprimento furcal foram encontrados em zonas de oceano aberto, enquanto os exemplares de menores dimensões se concentraram maioritariamente em zonas costeiras. A análise da distribuição da proporção dos sexos revelou uma predominância de machos na população amostrada, tanto em zonas costeiras como em oceano aberto, resultando numa proporção de sexos global de 1,4 machos por cada fêmea. Foram ainda detetadas diferenças estatisticamente significativas nas distribuições espácio-temporais de CPUE e tamanhos. Destacou-se particularmente a evolução crescente no valor médio de CPUE, acompanhada por uma tendência decrescente do tamanho médio dos tubarões-martelo-liso, na região Equatorial do Atlântico a partir de 2012. Na última década tem-se assistido à crescente utilização de marcas eletrónicas de arquivo de dados e transmissão via satélite (PSAT - Pop-up Satellite Archival Tags) para estudar os movimentos e comportamento de diferentes espécies de tubarões pelágicos oceânicos. Estas marcas são programadas para recolher dados de pressão (profundidade), temperatura e níveis de luminosidade durante um determinado período de tempo, após o qual a marca se solta automaticamente do peixe e fica a flutuar à superfície, possibilitando a transmissão dos dados acumulados através do sistema de satélites ARGOS. Uma vez recolhidos, os dados armazenados nas PSAT permitem estimar a geolocalização dos peixes e a sobreposição do seu habitat com as zonas de pesca. Ao longo dos últimos anos foram desenvolvidos estudos acerca de tubarões-martelo marcados com PSAT que descreveram os seus padrões de movimento, no entanto referem-se a exemplares marcados no Oceano Pacífico. Neste estudo foram marcados oito tubarões-martelo-liso de modo a conhecer os padrões de migração da espécie no Oceano Atlântico, nomeadamente em termos de movimentos horizontais e verticais, bem como a avaliar a sobreposição entre o habitat da espécie e a zona de colocação dos anzóis dos palangres (em termos verticais) utilizados na pescaria de espadarte. As marcações decorreram entre 2012 e 2016 nas zonas equatorial e tropical nordeste do Atlântico, no âmbito do Programa de observadores do IPMA, I.P. e com financiamento de um projeto do Oceanário de Lisboa, e com a colaboração de navios da frota Portuguesa de palangre de superfície. Sete das marcas colocadas produziram dados e uma falhou a transmissão, obtendo-se um total de 319 dias de dados de telemetria. Os resultados confirmaram a natureza altamente migratória do tubarão-martelo-liso, destacando-se o registo da mais longa migração já documentada para esta espécie (> 6600 km). Verificou-se que o tubarão-martelo-liso não possui um padrão de movimento vertical nictemeral e utiliza sobretudo as águas mais superficiais e quentes da coluna de água, passando a maioria do tempo entre os 0 m e 50 m de profundidade e em águas com temperatura acima dos 23 °C. Ocasionalmente, foram registados alguns mergulhos para águas mais profundas e frias, a que se sucederam subidas rápidas. Apesar de ténues, a comparação entre tubarões adultos e juvenis detetou diferenças estatisticamente significativas na utilização vertical do habitat, sendo que os tubarões juvenis permaneceram mais tempo em águas mais frias e profundas durante o período noturno. Para calcular a sobreposição entre o habitat vertical da espécie e a profundidade dos anzóis dos palangres de superfície da frota Portuguesa, foram colocados Minilog Temperature and Depth Recorders (TDR) em 60 lances de pesca. Os TDR são colocados junto aos anzóis e registam dados de profundidade através dos quais é possível caracterizar a profundidade da zona de operação dos palangres. Os dados de profundidade recolhidos pelas PSAT e pelos TDR foram então sobrepostos de modo a obter a percentagem de sobreposição entre o habitat vertical do tubarão-martelo-liso e a profundidade dos anzóis dos palangres. Os resultados mostraram que os tubarões se encontram mais suscetíveis à interação com os anzóis dos palangres durante o período noturno. Além disso, os tubarões juvenis apresentaram valores de sobreposição mais elevados em comparação com os tubarões adultos. Esta dissertação de Mestrado apresenta o estudo mais abrangente já efetuado acerca do tubarão-martelo-liso no Oceano Atlântico. A informação compilada neste estudo contribui significativamente para melhorar a qualidade da informação disponível acerca das dinâmicas espácio-temporais, estrutura populacional, utilização do habitat e sobreposição do habitat da espécie e potenciais interações com a pescaria de palangre de superfície. Apesar das limitações inerentes ao tipo de dados, os resultados apresentados podem agora ser utilizados como linha de orientação para os gestores, tendo em vista a implementação de medidas mais eficazes de gestão pesqueira e conservação do tubarão-martelo-liso.Coelho, RuiAssis, Carlos António da Silva, 1961-Repositório da Universidade de LisboaSantos, Catarina Casaca Neves dos2018-01-15T16:27:48Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/30605TID:201880954enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:23:27Zoai:repositorio.ul.pt:10451/30605Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:46:15.709347Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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