Eu, tu, nós

• Autor(a) principal: Ferreira, João Tiago Louro Silva
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/38208
• topic: Documentário; Fluxo de consciência; Planos fixos; Formato 4:3; Contemplação; Sonho; Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes

O Relatório de Projeto Final que aqui se apresenta é indissociável do filme que realizei intitulado “Eu, Tu, Nós”, filme documentário, no qual foi utilizada a estrutura de montagem fluxo de consciência. A opção por planos fixos acompanhados pelo som ambiente e, aqui e ali, por uma atmosfera sonora onde a música foi alterada relativamente à sua velocidade de reprodução original, remete o espetador para o fascínio, a exploração do olhar, as sensações e a contemplação, envolvimento onde a dialética entre o objetivo-subjetivo depende da valoração individual dada por quem vê e observa o referido produto audiovisual. O formato 4:3 ajuda a evitar a dispersão do espetador, o qual acompanhado por uma baixa resolução de imagem, acaba por contribuir para a contaminação do que é observado ao exigir a interpretação das imagens. Rodagem efetuada nas ruínas de uma fábrica de tijolo abandonada, não faz dele um documentário sobre ruínas, mas sim sobre as emoções que são despertadas no espetador, desde os sonhos, a vida, o amor, permitindo a sua imersão contemplativa e reflexiva. Para chegar a este produto audiovisual procurei suporte em vários autores e nas respetivas obras, como Werner Herzog, Chris Marker, Bill Viola, Marcel Duchamp, Robert Eggers, Jóhann Jóhannsson, Ricardo Moreira, Terense Malik, Damien Manivel, João Pedro Rodrigues, Joaquim Pinto, Derek Jarman, Christophe Honoré, Lyotard, e, Andy Wharhol, entre outros. Assim, o resultado obtido em suporte audiovisual mais do que um documento do real, um documento de representação do passado, um documento que faz uso dessas imagens para representar o presente, e até o futuro, tem como foco a construção-destruição-construção do sonho constituindo-se como um objeto audiovisual contemplativo com forte carácter íntimo e pessoal.