O contexto judaico da ‘Identidade cristã’ proposta no Novo Testamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lourenço, João
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/8776
Resumo: A identidade judaica do período intertestamentário, mormente conotada com os fariseus, assentava naquilo a que podemos dar o nome de ‘privilégio da separação’ – ser judeu é ser separado, ser eleito e retirado do comum dos demais povos, especialmente separado dos gentios e dos idólatras. Uma tal identidade tinha por base um conjunto de doutrinas e de práticas que se consubstanciavam na chamada ‘tradição sinaítica ou exodal’, compendiada na teologia da Aliança e que fora transformada numa espécie de código normativo e jurídico que era a ‘Lei’ ou ‘Torah’ como forma de vida e manifestação de uma identidade própria e singular. Um dos elementos fundamentais que conferia a Israel a certeza de uma identidade específica que o separava dos demais povos era a sua convicção de que tinha recebido como missão santificar entre eles o ‘grande Nome de Deus’, o que constituía, ao mesmo tempo, uma tarefa sua e o fundamento da sua própria identidade. Desde a sua libertação e caminhada no Sinai Israel foi fazendo a experiência da santidade de Yahwé. Desde a revelação do Sinai que Deus foi manifestando a Sua santidade e isso constituirá um dos fundamentos essenciais da identidade bíblica e do judaísmo. A ruptura levada a cabo por Jesus com o judaísmo do seu tempo, mormente com os códigos do legalismo farisaico, é certamente o acto e o princípio fundador de uma identidade cristã ou, se quisermos, de uma identidade neotestamentária.
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