Potencial de dispersão de sementes por mamíferos carnívoros e sua contribuição para a gestão de ecossistemas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/13979 |
Resumo: | Os mamíferos carnívoros são potenciais dispersores de sementes, uma vez que espécies como a fuinha (Martes foina) e a raposa (Vulpes vulpes) ingerem frutos carnudos e são capazes de transportar sementes viáveis a longas distâncias, depositando-as em locais propícios à sua germinação, resultando este processo numa das principais interações entre a fauna e a flora. Com este estudo pretendeu avaliar-se o papel dispersor dos carnívoros na Mata Nacional do Buçaco, verificando se estes promovem a dispersão e germinação de sementes autóctones e exóticas, ou se pelo contrário impedem a sua germinação. Para tal, mensalmente ao longo de um ano, procedeu-se à recolha de frutos e de excrementos na Mata, estes últimos essencialmente de fuinha e raposa, à triagem das sementes presentes nos frutos e excrementos, à sua sementeira e à comparação da capacidade germinativa de ambas. De grosso modo, verificou-se que, conforme a espécie de planta, a digestão das sementes por fuinha pode aumentar a capacidade germinativa das sementes e em alguns casos promover a sua germinação antecipada, ou não ter qualquer efeito sobre a sua germinação. Em concreto, a digestão da fuinha aumentou a capacidade germinativa das sementes de duas espécies autóctones, Arbutus unedo e Rubus sp., sendo que no caso de Rubus sp. para além das sementes digeridas germinarem em maior proporção relativamente às sementes não digeridas, também estas germinam significativamente mais cedo. Por outro lado, a digestão da fuinha não teve qualquer efeito sobre a capacidade germinativa das sementes de Celtis australis (espécie autóctone) e Prunus laurocerasus (espécie exótica com potencial invasor). Pode-se assim concluir que tanto a fuinha como a raposa são eficazes dispersores de sementes de frutos carnudos de espécies autóctones e de uma espécie exótica com potencial invasor. Assim sendo, a fuinha contribui largamente para a regeneração natural da Mata Nacional do Buçaco, uma vez que para além de dispersar as sementes de espécies autóctones também promove a sua germinação. Por outro lado, a sua preferência por frutos de Prunus laurocerasus vai fazer com que estes carnívoros dispersem as suas sementes e possam contribuir para o aumento da abundância de plântulas desta espécie ou provocar a instalação de novos focos de invasão, sendo necessário portanto proceder à aplicação de medidas de gestão que minimizem os riscos e potenciar os benefícios decorrentes das preferências alimentares destes carnívoros. |
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Potencial de dispersão de sementes por mamíferos carnívoros e sua contribuição para a gestão de ecossistemasEcologiaGestão de ecossistemasSementes - Dispersão - Mata do Buçaco (Portugal)GerminaçãoMamíferos - Mata do Buçaco (Portugal)Fruta - SementesOs mamíferos carnívoros são potenciais dispersores de sementes, uma vez que espécies como a fuinha (Martes foina) e a raposa (Vulpes vulpes) ingerem frutos carnudos e são capazes de transportar sementes viáveis a longas distâncias, depositando-as em locais propícios à sua germinação, resultando este processo numa das principais interações entre a fauna e a flora. Com este estudo pretendeu avaliar-se o papel dispersor dos carnívoros na Mata Nacional do Buçaco, verificando se estes promovem a dispersão e germinação de sementes autóctones e exóticas, ou se pelo contrário impedem a sua germinação. Para tal, mensalmente ao longo de um ano, procedeu-se à recolha de frutos e de excrementos na Mata, estes últimos essencialmente de fuinha e raposa, à triagem das sementes presentes nos frutos e excrementos, à sua sementeira e à comparação da capacidade germinativa de ambas. De grosso modo, verificou-se que, conforme a espécie de planta, a digestão das sementes por fuinha pode aumentar a capacidade germinativa das sementes e em alguns casos promover a sua germinação antecipada, ou não ter qualquer efeito sobre a sua germinação. Em concreto, a digestão da fuinha aumentou a capacidade germinativa das sementes de duas espécies autóctones, Arbutus unedo e Rubus sp., sendo que no caso de Rubus sp. para além das sementes digeridas germinarem em maior proporção relativamente às sementes não digeridas, também estas germinam significativamente mais cedo. Por outro lado, a digestão da fuinha não teve qualquer efeito sobre a capacidade germinativa das sementes de Celtis australis (espécie autóctone) e Prunus laurocerasus (espécie exótica com potencial invasor). Pode-se assim concluir que tanto a fuinha como a raposa são eficazes dispersores de sementes de frutos carnudos de espécies autóctones e de uma espécie exótica com potencial invasor. Assim sendo, a fuinha contribui largamente para a regeneração natural da Mata Nacional do Buçaco, uma vez que para além de dispersar as sementes de espécies autóctones também promove a sua germinação. Por outro lado, a sua preferência por frutos de Prunus laurocerasus vai fazer com que estes carnívoros dispersem as suas sementes e possam contribuir para o aumento da abundância de plântulas desta espécie ou provocar a instalação de novos focos de invasão, sendo necessário portanto proceder à aplicação de medidas de gestão que minimizem os riscos e potenciar os benefícios decorrentes das preferências alimentares destes carnívoros.Carnivorous mammals are potential seed dispersers, since species such as stone marten (Martes foina) and red fox (Vulpes vulpes) eat fleshy fruits and are capable of carrying viable seeds over long distances, depositing them on sites favorable to their germination, with this process resulting in one of the main interactions between fauna and flora. This study aimed at assessing the role of carnivores as seed dispersers in a highly biodiverse forest, Bussaco National Forest, verifying if they promote the dispersal and germination of native and exotic seeds, or whether they prevent germination. Thus, monthly and for over a year, we have collected fruits and scats - essentially from stone marten and red fox – in Bussaco. Seeds from both fresh fruits and scats were sorted, sowed and their germination were assessed and compared. We found that the digestion of seeds by the stone marten presented several outcomes, depending on plant species: it can enhance the germination of seeds, and in some cases also promote early germination, or have not any effect on the germination. In fact, the digestion of seed by the stone marten had increased the germination rate of seeds of two indigenous species, Arbutus unedo and Rubus sp.. Rubus sp. digested seeds have germinated significantly earlier than non-digested seeds. On the other hand, the digestion by stone marten had no effect on the germination of Celtis australis (native species) and Prunus laurocerasus (exotic species with invasive potential) seeds. We concluded that both stone marten and red fox are effective dispersers of fleshy seeds from native and exotic species with invasive potential. Thus, they largely contribute to the natural regeneration of Bussaco National Forest, since they disperse the seeds of native species and also promote their germination. On the other hand, their preference for Prunus laurocerasus fruits leads to seeds dispersal and contributes to the increased abundance of seedlings and the installation of new invasion foci. Therefore, it is necessary to apply management measures that will minimize the risks and maximize the benefits associated to the fruit preferences showed by these carnivores.Universidade de Aveiro2015-04-30T14:13:02Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/13979TID:201582970porPereira, Lúcia Jacinta Matosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:25:28Zoai:ria.ua.pt:10773/13979Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:49:40.520616Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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