O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11144/5732 |
Resumo: | Trata-se de uma revisão de literatura sobre o acesso às pessoas com deficiência aos serviços de saúde como uma questão de cidadania, com enfoque no Brasil e Portugal. Para a análise desta temática buscamos abordar a história das pessoas com deficiência, aspectos conceituais de cidadania, princípio da igualdade, dignidade da pessoa humana, deficiência, sistema de saúde do Brasil e de Portugal, princípio da reserva do possível, do mínimo existencial, judicialização da saúde, com posicionamentos legais, doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema. A falta de respeito às pessoas com deficiência tem acompanhado toda humanidade, porém, nos dias atuais, manifesta-se inadmissível, dado aos avanços no campo pedagógico, tecnológico, e, principalmente por ser, infelizmente, um problema crescente em nossa sociedade. Observa-se um descompasso entre o compromisso dos países em garantir a saúde das pessoas com deficiências e o que é ofertado na prática a esses cidadãos, pois, tanto no Brasil, como em Portugal, o direito das pessoas com deficiência aos serviços de saúde está plenamente garantido na legislação, porém falta a efectivação desses direitos, através de acções positivas concretas do Estado que levem à sua materialização. Essa dificuldade de acesso tem levando a uma crescente judicialização da saúde no Brasil. Concluímos que é necessário desconstruir a ideia da deficiência como uma doença, mas construí-la em uma dimensão social, através da mudança nos processos culturais de aceitação e de valorização das pessoas com deficiência; que a busca do judiciário para a efetivação do direito das pessoas com deficiência demonstra a fragilidade do sistema de saúde, refém da inércia do legislativo e executivo que usa o princípio da reserva do possível como escudo para justificar sua omissão no seu dever constitucional de garantir às PCD o mínimo necessário à saúde; observamos também que o acesso aos serviços de saúde, mesmo com a vasta legislação nos dois países, ainda encontra obstáculos visíveis: estruturais (falta de rampas, corrimões, banheiros adaptados, caminhos com marcação, entre outros) e invisíveis (discriminação, desrespeito, falta de amor e atitudes), constituindo uma afronta à legislação destes países cujos sistemas de saúde são fundamentados nos princípios da cidadania, universalidade e igualdade e que sustentam a posição de Estados Democráticos de Direito. |
id |
RCAP_77cff1a289d8277129aa720b7109477c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ual.pt:11144/5732 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadaniaAcesso aos serviços de saúdePessoas com deficiênciaCidadaniaTrata-se de uma revisão de literatura sobre o acesso às pessoas com deficiência aos serviços de saúde como uma questão de cidadania, com enfoque no Brasil e Portugal. Para a análise desta temática buscamos abordar a história das pessoas com deficiência, aspectos conceituais de cidadania, princípio da igualdade, dignidade da pessoa humana, deficiência, sistema de saúde do Brasil e de Portugal, princípio da reserva do possível, do mínimo existencial, judicialização da saúde, com posicionamentos legais, doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema. A falta de respeito às pessoas com deficiência tem acompanhado toda humanidade, porém, nos dias atuais, manifesta-se inadmissível, dado aos avanços no campo pedagógico, tecnológico, e, principalmente por ser, infelizmente, um problema crescente em nossa sociedade. Observa-se um descompasso entre o compromisso dos países em garantir a saúde das pessoas com deficiências e o que é ofertado na prática a esses cidadãos, pois, tanto no Brasil, como em Portugal, o direito das pessoas com deficiência aos serviços de saúde está plenamente garantido na legislação, porém falta a efectivação desses direitos, através de acções positivas concretas do Estado que levem à sua materialização. Essa dificuldade de acesso tem levando a uma crescente judicialização da saúde no Brasil. Concluímos que é necessário desconstruir a ideia da deficiência como uma doença, mas construí-la em uma dimensão social, através da mudança nos processos culturais de aceitação e de valorização das pessoas com deficiência; que a busca do judiciário para a efetivação do direito das pessoas com deficiência demonstra a fragilidade do sistema de saúde, refém da inércia do legislativo e executivo que usa o princípio da reserva do possível como escudo para justificar sua omissão no seu dever constitucional de garantir às PCD o mínimo necessário à saúde; observamos também que o acesso aos serviços de saúde, mesmo com a vasta legislação nos dois países, ainda encontra obstáculos visíveis: estruturais (falta de rampas, corrimões, banheiros adaptados, caminhos com marcação, entre outros) e invisíveis (discriminação, desrespeito, falta de amor e atitudes), constituindo uma afronta à legislação destes países cujos sistemas de saúde são fundamentados nos princípios da cidadania, universalidade e igualdade e que sustentam a posição de Estados Democráticos de Direito.2023-01-17T11:46:23Z2022-11-11T00:00:00Z2022-11-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/11144/5732TID:203122623porGomes, Antonildes Medeiros Motainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-11T02:27:21Zoai:repositorio.ual.pt:11144/5732Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:35:34.887104Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
title |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
spellingShingle |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania Gomes, Antonildes Medeiros Mota Acesso aos serviços de saúde Pessoas com deficiência Cidadania |
title_short |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
title_full |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
title_fullStr |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
title_full_unstemmed |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
title_sort |
O acesso aos serviços de saúde às pessoas com deficiência: uma questão de cidadania |
author |
Gomes, Antonildes Medeiros Mota |
author_facet |
Gomes, Antonildes Medeiros Mota |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gomes, Antonildes Medeiros Mota |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Acesso aos serviços de saúde Pessoas com deficiência Cidadania |
topic |
Acesso aos serviços de saúde Pessoas com deficiência Cidadania |
description |
Trata-se de uma revisão de literatura sobre o acesso às pessoas com deficiência aos serviços de saúde como uma questão de cidadania, com enfoque no Brasil e Portugal. Para a análise desta temática buscamos abordar a história das pessoas com deficiência, aspectos conceituais de cidadania, princípio da igualdade, dignidade da pessoa humana, deficiência, sistema de saúde do Brasil e de Portugal, princípio da reserva do possível, do mínimo existencial, judicialização da saúde, com posicionamentos legais, doutrinários e jurisprudenciais sobre o tema. A falta de respeito às pessoas com deficiência tem acompanhado toda humanidade, porém, nos dias atuais, manifesta-se inadmissível, dado aos avanços no campo pedagógico, tecnológico, e, principalmente por ser, infelizmente, um problema crescente em nossa sociedade. Observa-se um descompasso entre o compromisso dos países em garantir a saúde das pessoas com deficiências e o que é ofertado na prática a esses cidadãos, pois, tanto no Brasil, como em Portugal, o direito das pessoas com deficiência aos serviços de saúde está plenamente garantido na legislação, porém falta a efectivação desses direitos, através de acções positivas concretas do Estado que levem à sua materialização. Essa dificuldade de acesso tem levando a uma crescente judicialização da saúde no Brasil. Concluímos que é necessário desconstruir a ideia da deficiência como uma doença, mas construí-la em uma dimensão social, através da mudança nos processos culturais de aceitação e de valorização das pessoas com deficiência; que a busca do judiciário para a efetivação do direito das pessoas com deficiência demonstra a fragilidade do sistema de saúde, refém da inércia do legislativo e executivo que usa o princípio da reserva do possível como escudo para justificar sua omissão no seu dever constitucional de garantir às PCD o mínimo necessário à saúde; observamos também que o acesso aos serviços de saúde, mesmo com a vasta legislação nos dois países, ainda encontra obstáculos visíveis: estruturais (falta de rampas, corrimões, banheiros adaptados, caminhos com marcação, entre outros) e invisíveis (discriminação, desrespeito, falta de amor e atitudes), constituindo uma afronta à legislação destes países cujos sistemas de saúde são fundamentados nos princípios da cidadania, universalidade e igualdade e que sustentam a posição de Estados Democráticos de Direito. |
publishDate |
2022 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2022-11-11T00:00:00Z 2022-11-11 2023-01-17T11:46:23Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/11144/5732 TID:203122623 |
url |
http://hdl.handle.net/11144/5732 |
identifier_str_mv |
TID:203122623 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799136831806111744 |