Efeitos histopatológicos em fígado de pregado (Scophthalmus maximus) exposto cronicamente a concentrações ambientalmente realísticas de metais pesados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Susana Cristina da Rocha
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10284/9327
Resumo: Os metais pesados, embora existam naturalmente no ecossistema aquático em níveis vestigiais, podem tornar-se preocupantes por via da sua libertação, fruto das diversas atividades antropogénicas. Estes elementos podem ser essenciais, como o zinco, ou não essenciais, como o chumbo. Estes metais, quando excedem certas concentrações, tornam-se prejudiciais para a saúde dos organismos aquáticos, pois não são biodegradáveis, são potencialmente tóxicos, ambientalmente persistentes, bioacumuláveis e biomagnificáveis. O presente estudo visou a avaliação dos efeitos histopatológicos provocados pela exposição crónica (28 dias), em condições ambientais controladas, a concentrações subletais e ecologicamente relevantes de contaminantes metálicos comuns (zinco: 0, 30, 90 e 270 μg/L; e chumbo: 0, 300, 900 e 2700 μg/L) em fígados de pregados (Scophthalmus maximus). Na avaliação histopatológica, após exposição ao zinco e ao chumbo, observaram-se, no geral, distúrbios circulatórios (e.g. hemorragia, hiperemia/congestão e dilatação dos capilares sinusóides), regressivos (e.g. vacuolização citoplasmática e núcleos picnóticos), progressivos (e.g. hipertrofia dos hepatócitos) e inflamatórios (e.g. centros de melanomacrófagos), embora com diferentes prevalências e severidades. As alterações mais observadas no parênquima hepático foram as circulatórias, seguindo-se as regressivas, em ambas as exposições, nomeadamente para as doses mais altas testadas. Contudo, em tecidos de animais previamente expostos ao chumbo, não foram observadas alterações inflamatórias e progressivas. Este trabalho demonstrou os efeitos tecidulares perniciosos que os metais pesados podem ter em organismos aquáticos, em particular nos peixes, quando sujeitos a concentrações subletais e ecologicamente relevantes de elementos metálicos a longo prazo.
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spelling Efeitos histopatológicos em fígado de pregado (Scophthalmus maximus) exposto cronicamente a concentrações ambientalmente realísticas de metais pesadosEnsaio ecotoxicológicoBiomarcador tecidularPeixesZincoChumboEcotoxicological testTissue biomarkerFishZincLeadDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Medicina BásicaOs metais pesados, embora existam naturalmente no ecossistema aquático em níveis vestigiais, podem tornar-se preocupantes por via da sua libertação, fruto das diversas atividades antropogénicas. Estes elementos podem ser essenciais, como o zinco, ou não essenciais, como o chumbo. Estes metais, quando excedem certas concentrações, tornam-se prejudiciais para a saúde dos organismos aquáticos, pois não são biodegradáveis, são potencialmente tóxicos, ambientalmente persistentes, bioacumuláveis e biomagnificáveis. O presente estudo visou a avaliação dos efeitos histopatológicos provocados pela exposição crónica (28 dias), em condições ambientais controladas, a concentrações subletais e ecologicamente relevantes de contaminantes metálicos comuns (zinco: 0, 30, 90 e 270 μg/L; e chumbo: 0, 300, 900 e 2700 μg/L) em fígados de pregados (Scophthalmus maximus). Na avaliação histopatológica, após exposição ao zinco e ao chumbo, observaram-se, no geral, distúrbios circulatórios (e.g. hemorragia, hiperemia/congestão e dilatação dos capilares sinusóides), regressivos (e.g. vacuolização citoplasmática e núcleos picnóticos), progressivos (e.g. hipertrofia dos hepatócitos) e inflamatórios (e.g. centros de melanomacrófagos), embora com diferentes prevalências e severidades. As alterações mais observadas no parênquima hepático foram as circulatórias, seguindo-se as regressivas, em ambas as exposições, nomeadamente para as doses mais altas testadas. Contudo, em tecidos de animais previamente expostos ao chumbo, não foram observadas alterações inflamatórias e progressivas. Este trabalho demonstrou os efeitos tecidulares perniciosos que os metais pesados podem ter em organismos aquáticos, em particular nos peixes, quando sujeitos a concentrações subletais e ecologicamente relevantes de elementos metálicos a longo prazo.Heavy metals, although naturally occurring in the aquatic ecosystems in trace levels, may become of concern due to their release as a result of various anthropogenic activities. These elements can be essential like zinc, or non-essential like lead. When these metals exceed certain concentrations, they are harmful to the health of aquatic organisms because they are not biodegradable, are potentially toxic, environmentally persistent, bioaccumulative and biomagnifiable. The present study aimed to evaluate the histopathological effects caused by a chronic exposure to sub-lethal and ecologically relevant concentrations of metallic contaminants (zinc: 0, 30, 90 and 270 μg/L; and lead: 0, 300, 900 and 2700 μg/L) in turbot (Scophthalmus maximus) livers, in a controlled environment. In the histopathological evaluation, after exposure to zinc and lead, circulatory (e.g. hemorrhage, hyperemia/congestion and dilation of sinusoidal capillaries), regressive (e.g. cytoplasmic vacuolization and pycnotic nuclei), progressive (e.g. hepatocyte hypertrophy) and inflammatory disorders (e.g. melanomacrophage centers) were observed, although with different prevalence and severity levels. The most visualized alterations in the liver parenchyma were circulatory ones, followed by the regressive ones, in both assays, namely for the highest doses tested. However, no inflammatory nor progressive changes were observed in previously exposed animal tissues to lead. This study demonstrated the harmful effects of heavy metals on aquatic organism’s tissues, particularly on fish, when long-term exposed to sublethal and ecologically relevant concentrations of metallic elements.Correia, Alberto TeodoricoNunes, BrunoRepositório Institucional da Universidade Fernando PessoaFerreira, Susana Cristina da Rocha2021-02-02T11:59:43Z2020-12-18T00:00:00Z2020-12-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10284/9327porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T02:08:42Zoai:bdigital.ufp.pt:10284/9327Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:46:13.709996Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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