Jardim de Pedra das Maltezas: da interpretação de afloramentos à cartografia geológica e… à história geológica de Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Dias, Rui
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Moreira, Noel, Leal Machado, Isabel, Garcias, Karina
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/22894
Resumo: A cartografia geológica é, sem dúvida, a ferramenta base em qualquer estudo de Geologia. É, por isso, fundamental que qualquer curso na área das geociências prepare os seus alunos para a elaboração de mapas geológicos, o que implica a realização de diversas saídas de campo. Com efeito, embora os fundamentos da elaboração e interpretação das cartas geológicas possam ser ensinados em ambiente de sala de aula, a sua construção requer a aprendizagem de uma série de técnicas só possíveis de aprender pela prática. A enorme diversidade de aspectos que têm que ser considerados para a marcação de limites geológicos torna imprescindível a realização de saídas de campo com os alunos. Por isto, durante os cursos, as instituições de ensino tentam proporcionar aos seus estudantes a possibilidade de realização de actividades de campo, em diferentes ambientes geológicos, de modo a que eles se familiarizem com diversas técnicas cartográficas. Com efeito, a elaboração de mapas geológicos de regiões metamórficas requer o recurso a técnicas substancialmente diferentes das que se utilizam para cartografar regiões onde as rochas sedimentares são predominantes. A selecção de regiões com características didáticas para o ensino da cartografia geológica, não é um processo fácil e, muitas vezes, as melhores regiões encontram-se distantes das instituições. Estes constrangimentos tornam o ensino da cartografia geológica dispendioso, o que é pouco compatível com os fortes constrangimentos orçamentais existentes actualmente, na generalidade dos estabelecimentos de ensino superior. Ciente destas dificuldades, o Centro Ciência Viva de Estremoz, em colaboração com a Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade, implementou anexo ao espaço museológico um campo de treino de cartografia com afloramentos reais. Inspirado nos Jardins de Pedra orientais, o Jardim de Pedra das Maltezas permite, apesar da sua pequena dimensão (cerca de 70 m2), a prática das principais técnicas cartográficas. Com efeito, há mais de mil anos que chineses e japoneses procuram os pequenos jardins de pedra Zen para meditarem no verdadeiro sentido da Vida, enquanto observam a beleza das linhas traçadas na gravilha ou na areia que envolve as rochas espalhadas no jardim. O Jardim de Pedra das Maltezas tem os afloramentos, mas… não tem as linhas! O desafio aqui é, precisamente, construir as linhas. Ao interpretar os afloramentos existentes, torna-se possível ir marcando num mapa as linhas que representam os limites dos afloramentos geológicos, construindo o seu mapa geológico. Mas, o desafio não acaba aqui… a interpretação dos mapas geológicos é o meio para penetrar no passado geológico mais longínquo e o Jardim de Pedra das Maltezas não é excepção. Os afloramentos existentes foram recolhidos, ao longo dos anos, por diversos locais do país e colocados de acordo com o passado geológico de Portugal. Afinal, o mapa do Jardim de Pedra das Maltezas é a chave para começar a perceber o passado mais remoto de Portugal. Deste modo, o novo espaço do Centro Ciência Viva de Estremoz permite: • Perceber como são construídos os mapas geológicos; • Perceber os fundamentos da interpretação de mapas geológicos; • Conectar os dados obtidos com as interpretações geológicas realizadas; • Construir histórias geológicas e integrá-las no contexto da evolução geodinâmica de Portugal.
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