Analgesia de parto: Abordagem do neuroeixo e satisfação materna

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Sofia Gonçalves
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Santos, Alice
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25751/rspa.8337
Resumo: Introdução: O trabalho de parto pode causar dor intensa e sofrimento materno, pelo que o pedido da grávida é indicação suficiente para iniciar a analgesia do neuroeixo. Tem surgido novas tecnologias para administração dos fármacos epidurais durante a manutenção da analgesia. Esta pode ser efetuada através de continuous epidural infusion (CEI), bolus intermitentes manuais, programmed intermitente epidural bolus (PIEB), patient-controlled epidural analgesia (PCEA) ou computer-integrater PCEA (CI-PCEA). É importante comparar as várias opções e perceber quais as vantagens de cada uma. A satisfação materna é multifatorial e difícil de avaliar. A qualidade da analgesia é um dos fatores envolvidos e para melhorar os serviços prestados será necessário tornar claro o seu contributo e conhecer os outros fatores. Objetivo: Com este artigo pretende-se rever a literatura recente sobre a analgesia do neuroeixo no trabalho de parto, com especial enfase nas técnicas de manutenção da analgesia e na satisfação materna. Material e métodos: Esta revisão baseou-se na bibliografia que abordava este tema, publicada nos últimos 5 anos nas bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus. Resultados: Para iniciar a analgesia do neuroeixo, parece não haver vantagem em usar por rotina a técnica combinada em relação à epidural em baixa dose. A PIEB permite uma melhor difusão da solução analgésica no espaço epidural do que a CEI, resultando em menor consumo de fármacos e menos episódios de dor. A PCEA proporciona autonomia à grávida e pode ser usada com ou sem uma perfusão basal ou ainda associada a PIEB. Esta última combinação apresenta melhores resultados, com menores scores de dor e menor carga de trabalho para o anestesiologista. O envolvimento materno na tomada de decisões, a relação da grávida com os cuidadores, o apoio dos profissionais de saúde e as expectativas pessoais são fatores importantes para a satisfação materna. A analgesia epidural de baixa dose associa-se a maior satisfação. A técnica PIEB ao diminuir os episódios de dor e a PCEA ao proporcionar autonomia estão igualmente associados a maior satisfação. Conclusões: Nos últimos anos têm surgido desenvolvimentos tecnológicos na manutenção da analgesia de parto, por via epidural, com preocupação crescente com o bem-estar e a satisfação materna. No entanto, são necessários estudos prospetivos, bem formulados, para concluir qual o esquema que proporciona melhor analgesia, bem como para avaliar de forma eficaz a satisfação materna com a experiência do parto. Palavras-chave: Analgesia de parto, parturiente e satisfação materna.
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spelling Analgesia de parto: Abordagem do neuroeixo e satisfação maternaAnalgesia de parto: Abordagem do neuroeixo e satisfação maternaArtigo de Revisão NarrativaIntrodução: O trabalho de parto pode causar dor intensa e sofrimento materno, pelo que o pedido da grávida é indicação suficiente para iniciar a analgesia do neuroeixo. Tem surgido novas tecnologias para administração dos fármacos epidurais durante a manutenção da analgesia. Esta pode ser efetuada através de continuous epidural infusion (CEI), bolus intermitentes manuais, programmed intermitente epidural bolus (PIEB), patient-controlled epidural analgesia (PCEA) ou computer-integrater PCEA (CI-PCEA). É importante comparar as várias opções e perceber quais as vantagens de cada uma. A satisfação materna é multifatorial e difícil de avaliar. A qualidade da analgesia é um dos fatores envolvidos e para melhorar os serviços prestados será necessário tornar claro o seu contributo e conhecer os outros fatores. Objetivo: Com este artigo pretende-se rever a literatura recente sobre a analgesia do neuroeixo no trabalho de parto, com especial enfase nas técnicas de manutenção da analgesia e na satisfação materna. Material e métodos: Esta revisão baseou-se na bibliografia que abordava este tema, publicada nos últimos 5 anos nas bases de dados PubMed, Web of Science e Scopus. Resultados: Para iniciar a analgesia do neuroeixo, parece não haver vantagem em usar por rotina a técnica combinada em relação à epidural em baixa dose. A PIEB permite uma melhor difusão da solução analgésica no espaço epidural do que a CEI, resultando em menor consumo de fármacos e menos episódios de dor. A PCEA proporciona autonomia à grávida e pode ser usada com ou sem uma perfusão basal ou ainda associada a PIEB. Esta última combinação apresenta melhores resultados, com menores scores de dor e menor carga de trabalho para o anestesiologista. O envolvimento materno na tomada de decisões, a relação da grávida com os cuidadores, o apoio dos profissionais de saúde e as expectativas pessoais são fatores importantes para a satisfação materna. A analgesia epidural de baixa dose associa-se a maior satisfação. A técnica PIEB ao diminuir os episódios de dor e a PCEA ao proporcionar autonomia estão igualmente associados a maior satisfação. Conclusões: Nos últimos anos têm surgido desenvolvimentos tecnológicos na manutenção da analgesia de parto, por via epidural, com preocupação crescente com o bem-estar e a satisfação materna. No entanto, são necessários estudos prospetivos, bem formulados, para concluir qual o esquema que proporciona melhor analgesia, bem como para avaliar de forma eficaz a satisfação materna com a experiência do parto. Palavras-chave: Analgesia de parto, parturiente e satisfação materna.Introduction: The labor causes severe pain and maternal suffering, therefore the pregnant request is enough for neuroaxial analgesia initiation. There have been new technologies to administrate the epidural drugs during the analgesia maintenance. This can be performed by continuous epidural infusion (CEI), manuals intermittent bolus, programmed intermittent epidural bolus (PIEB), patient-controlled epidural analgesia (PCEA) or computer-integrated PCEA (CI-PCEA). The comparison of the several options as well as understand of their advantages seems of major importance. The maternal satisfaction is multifactorial and its evaluation reveals a hard task. One of the evolved factors is analgesic quality and for improve the provided services it is necessary to clarify its contribution and know other factors. Aim: This article intended to be a revision of the recent literature of neuroaxial analgesia in labor, namely analgesia maintenance and maternal satisfaction. Material and Methods: This review was based in bibliography which addresses this theme, published in the last 5 years in the databases PubMed, Web of Science and Scopus. Results: It is thought that there is no advantage in regularly use of the combined technique in relation to epidural at low dose, in regard to labor analgesia initiation. The PIEB allows a better diffusion of analgesic solution in the epidural space than CEI, resulting in less drugs consumption and pain events. The PCEA provides autonomy to the pregnant and can be used with or without a basal infusion or even associated with PIEB. This last combination presents better results, with lower pain scores and less workload to the anesthesiologist. The maternal involvement in the decision process, the relation of the pregnant with the caregivers, support from health professionals and personal expectations are important factors to the maternal satisfaction. The PIEB technique decreases the pain events and the PCEA provides autonomy, and both are associated to more satisfaction. Discussion and Conclusion: In recent years, there have been technological developments in analgesia maintenance of labor analgesia, by epidural, taking into account the maternal comfort and satisfaction. However, prospective well formulated studies are needed to conclude which scheme provides better analgesia, as well as to evaluate the maternal satisfaction with the labor experience.Sociedade Portuguesa de Anestesiologia2017-01-17T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25751/rspa.8337por0871-6099Teixeira, Sofia GonçalvesSantos, Aliceinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T15:34:40Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/8337Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:04:09.661866Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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