Hepatite autoimune: os critérios simplificados são menos sensíveis?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Correia,Lurdes
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Monteiro,Rita, Simão,Adélia, Louro,Emília, Santos,Arsénio, Carvalho,Armando
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782013000400003
Resumo: Introdução: A hepatite autoimune (HAI) tem apresentação clínica variável e o seu reconhecimento pode ser difícil. Os critérios de diagnóstico do Grupo Internacional de HAI, inicialmente propostos com fins científicos, são complexos na prática clínica. Em 2008, Henes et al. Propuseram critérios de diagnóstico simplificados (CDS), com valores preditivos positivos e negativos na ordem dos 90%, mas necessitando de confirmação. Objetivo: Comparação entre os critérios de diagnóstico clássicos e os simplificados, em doentes com HAI. Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos e aplicação dos critérios. Resultados: Incluídos 42 doentes (40 mulheres/2 homens), com idade média de 38 anos (9-78). Apresentação como hepatite crónica em 66,7%, aguda em 23,8% e fulminante em 9,5%; a maioria (91%) tinha HAI tipo i e 24% eram assintomáticos; astenia (64%), icterícia (50%), anorexia (47%), emagrecimento (31%), artralgias (29%), hepatomegalia (24%), náuseas e vómitos (24%) foram os achados mais frequentes; havia outra doença autoimune em 21%. Fizeram tratamento com prednisolona e azatioprina 45,2%, prednisolona 35,7% e deflazacort 2,4%; houve evolução favorável em 86% dos doentes, tendo falecido 14%. Em pré-tratamento, os critérios de diagnóstico clássicos classificaram 25 doentes (60%) como HAI definitiva e 17 (40%) como provável; aplicando os CDS, só houve concordância com os clássicos em 19 doentes (45%); a HAI passou de definitiva a provável em 14 (33%) e de provável a definitiva em 3 (7%); em 14% a pontuação foi inferior a 6 (nos critérios clássicos, HAI definitiva em 3 e provável em 3). Conclusões: Nos nossos doentes, foram mais frequentes a HAI tipo i (91%) e a forma de apresentação crónica (66,7%). A maioria teve remissão sob tratamento. Comparando os critérios de diagnóstico, houve concordância em 45% dos doentes; em 14% os CDS não permitiram a classificação como HAI. Na prática, perante suspeita de HAI, os CDS poderão ser uma opção inicial, mas deverão usar-se também os critérios clássicos, sobretudo nos casos atípicos.
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