Acidentes de trabalho de enfermeiros em contexto hospitalar: estudo epidemiológico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/33582 |
Resumo: | Os Acidentes de Trabalho (AT) constituem um enorme problema, secundário a qualquer atividade profissional. As instituições de saúde não são exceção. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mencionados por Freitas (2011) todos os anos morrem cerca de dois milhões de pessoas como consequência de AT e de doenças profissionais. Estes valores são resultantes dos 270 milhões de AT e 160 milhões de doenças profissionais declaradas anualmente a nível mundial. Ainda de acordo com o mesmo autor estes números traduzem-se financeiramente em 4% do produto interno bruto, em custos diretos e indiretos como por exemplo horas de trabalho perdidas, custos com reabilitação, indeminizações entre outros. Segundo Martins (2014) relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 2010 ocorreram 11 906 acidentes de trabalho em instituições de saúde publicas dos quais 10 985 foram verificados em instituições hospitalares. Salienta-se as diferentes situações de risco a que os profissionais de saúde se encontram expostos em ambiente hospitalar, aliado aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que confirmam que no ano de 2014 metade dos hospitais eram tutelados pelo estado e que nos últimos 10 anos as consultas médicas e atos complementares de diagnóstico e terapêutica aumentaram. Em 2012 foram realizados mais de 1 milhão de internamentos e 16,5 milhões de consultas médicas externas. Deste modo impera a necessidade efetiva de compreender as circunstâncias em que estes acidentes de trabalho ocorrem. Acrescentando aos dados mencionados o facto de que o número de Enfermeiros a trabalhar em instituições hospitalares reduziu de 37 000 para 33 861 em 2015, resultado das políticas do SNS, tendo ainda assim, o número de hospitais sido mantido desde 2012. Tal poderá ter contribuído para o aumento do número da sinistralidade em contexto hospitalar, sinistralidade essa que se torna essencial estudar. Todos estes indicadores tornam relevante o estudo epidemiológico dos AT ocorridos, com a expectável eliminação ou mitigação dos riscos associados aos mesmos, resultando numa redução destes, com benefícios pessoais, profissionais, institucionais e económicos. Os resultados obtidos durante o período em estudo, entre 2010 e 2014, com 150 ocorrências, demostram que o grupo etário mais afetado foi entre os 22-31 anos (36,8%), o sexo feminino (85,9%), a maior ocorrência de AT foi entre profissionais com mais ou 10 anos de serviço (58,6%), a ocorrência mais verificada foi a picada com agulha (42,3%) e o local mais afetado foram as mãos (53,6%). |
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Segundo Martins (2014) relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 2010 ocorreram 11 906 acidentes de trabalho em instituições de saúde publicas dos quais 10 985 foram verificados em instituições hospitalares. Salienta-se as diferentes situações de risco a que os profissionais de saúde se encontram expostos em ambiente hospitalar, aliado aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que confirmam que no ano de 2014 metade dos hospitais eram tutelados pelo estado e que nos últimos 10 anos as consultas médicas e atos complementares de diagnóstico e terapêutica aumentaram. Em 2012 foram realizados mais de 1 milhão de internamentos e 16,5 milhões de consultas médicas externas. Deste modo impera a necessidade efetiva de compreender as circunstâncias em que estes acidentes de trabalho ocorrem. Acrescentando aos dados mencionados o facto de que o número de Enfermeiros a trabalhar em instituições hospitalares reduziu de 37 000 para 33 861 em 2015, resultado das políticas do SNS, tendo ainda assim, o número de hospitais sido mantido desde 2012. Tal poderá ter contribuído para o aumento do número da sinistralidade em contexto hospitalar, sinistralidade essa que se torna essencial estudar. Todos estes indicadores tornam relevante o estudo epidemiológico dos AT ocorridos, com a expectável eliminação ou mitigação dos riscos associados aos mesmos, resultando numa redução destes, com benefícios pessoais, profissionais, institucionais e económicos. Os resultados obtidos durante o período em estudo, entre 2010 e 2014, com 150 ocorrências, demostram que o grupo etário mais afetado foi entre os 22-31 anos (36,8%), o sexo feminino (85,9%), a maior ocorrência de AT foi entre profissionais com mais ou 10 anos de serviço (58,6%), a ocorrência mais verificada foi a picada com agulha (42,3%) e o local mais afetado foram as mãos (53,6%).Work-related accidents constitute a major unintended outcome to any labor activity. Healthcare institutions are no exception. According to information from the International Labor Organization quoted by FREITAS (2011:21), every year two million people die as a consequence of work-related accidents and professional illnesses. These numbers are the result of 270 million work-related accidents and professional illnesses declared annually. The financial impact represents 4% of the gross domestic product, with direct and indirect costs including lost working time, rehabilitation costs or given subsidies among other costs. According to MARTINS (2014), the National Healthcare System in 2010 tallied 11 906 work-related accidents in public healthcare facilities, of which 10,985 occurred in hospitals. Considering the different risk situations that healthcare providers are exposed to in hospitals, we can conclude the real need to comprehend the circumstances that lead to work-related accidents, especially in light of data demonstrating increasing exposure from the National Institute of Statistics for 2014: half of the hospitals were held by the government, in the last 10 years medical consultations and diagnostic and therapeutic acts have increased, in 2012 more than a million patients were admitted into a hospital, and finally 16,5 million ambulatory medical appointments were performed Adding to those figures is the fact that the number of nurses working in hospitals has been reduced from 37 000 to the current 33 861 in 2015, with the number of hospitals being kept equal. This decrease may have eventually contributed to the increase of accidents in hospital environment; accidents that are important to study. All these indicators bring to light the relevance of an epidemiologic study of work-related accidents, with the anticipation for elimination or mitigation of the associated risks, thus allowing the reduction of work-related accidents with personal, professional and economic benefits. The results obtained during the period in study (2010 to 2014), with 150 occurrences, show that the group most affected is between 22-31 years old (36,8%), female nurses (85,9%), with the highest occurrences shown within professionals with 10 or more years of active service (58,6%). The biggest cause is injury with needle (42,3%), and the body most affected local is the hands (53,6%).Pereira, MarianaRepositório ComumJorge, Gonçalo2020-10-15T10:05:53Z2020-092020-09-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/33582TID:202546250porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T09:55:51Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/33582Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:11:29.272687Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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