INJECÇÃO SUBTENON DE CORTICÓIDES

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Carla Sofia
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.48560/rspo.7546
Resumo: Introdução: As uveítes não tratadas de forma adequada podem cursar com perda visual. Apesar das novas terapêuticas, os corticoides (CCT) continuam a ser a principal arma terapêutica, apresentando contudo inúmeros efeitos laterais a nível sistémico ou local. Para controlar a actividade inflamatória, minimizando estes efeitos, a sua administração periocular, nomeadamente de triamcinolona subtenon, apresenta um interesse renovado. Existe pouca informação recente disponível na literatura, pelo que é nosso objectivo avaliar os efeitos funcionais e anatómicos deste tipo de terapia nas uveítes crónicas ou recorrentes, complicadas por vitrite grave ou edema macular, reportando a sua eficácia, duração de efeito, e efeitos laterais, propondo-a como uma alternativa válida Material e Métodos: Estudo retrospectivo de todos os casos de uveíte não infeciosa que receberam pelo menos uma injecção subtenon de CCT, entre Setembro 2013 e Maio 2015, estendendo-se o follow-up até Setembro de 2015. A indicação para a injecção de triamcinolona foi edema macular, vitrite ou necessidade de titular CCT sistémicos. Foram analisados os eventos favoráveis (melhoria da acuidade visual (AV), edema macular ou vitrite) e adversos (catarata, hipertensão ocular, necessidade de cirurgia). Resultados: Nos 48 olhos estudados, 44.7% foram classificados como tendo uma uveíte anterior, 4.3% intermédia, 31.9% posterior e 19.19% como uma panuveíte. O follow-up mediano foi de 14 meses [5; 15]. No grupo injectado por edema macular, a espessura diminuiu 75.00 µm [23.50; 104.75], tendo 83.3% dos doentes ficado melhor. No subgrupo de doentes com vitrite, 53.8% melhorou muito, 23.1% melhorou pouco e 23.1% não obtiveram melhorias; a resposta foi melhor no grupo etiológico por tuberculose e melhor em casos idiopáticos e por artrite/espondiloartrite (p=0.049). No subgrupo injectado para poupar CCT sistémica o objectivo foi conseguido em todos os casos. Como grupo, existiu uma tendência para melhor AV (p=0.103). A pressão intra-ocular foi significativamente mais elevada no pós injecção (p<0.001), com 12.8% dos doentes acima dos 22 mmHg, mas sem alterar significativamente o número de fármacos para o controlar (p=0.467). Nenhum doente necessitou de cirurgia ao glaucoma ou catarata. Uma segunda injecção foi necessária em 29.8%, numa mediana de 305 dias [227.50; 331]. Conclusões: As injecções de CCT subTenon apresentaram bons resultados anatómicos nas uveítes não infeciosas complicadas com edema macular ou vitrite, auxiliando a poupar CCT sistémica. Estes resultados são sustentados, com um longo tempo de acção. Contudo, os resultados funcionais continuam a necessitar de melhorar. Os efeitos laterais desta terapia são mínimos, apresentando-se portanto como uma opção válida, segura e eficaz no controlo da inflamação intraocular activa.
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