Seroprevalência de infeção por Toxoplasma gondii em primatas neotropicais do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moura, Hélène Joaquina Suzanne Martin de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/9046
Resumo: A toxoplasmose é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, sendo uma das zoonoses mais disseminadas no mundo e amplamente estudada. Os felinos são os únicos hospedeiros definitivos conhecidos deste protozoário, que possui como hospedeiros intermediários os animais homeotérmicos, incluindo os próprios felinos. No caso dos primatas neotropicais esta parasitose não parece afetar de igual modo os animais. Estes podem apresentar uma sintomatologia leve, com baixa taxa de mortalidade no género Sapajus, a sintomatologia mais grave com taxas de mortalidade entre 20 a 80% na família Atelidae, ou mesmo de 100% na subfamília Callitrichinae. Porém, em grande parte dos primatas neotropicais, a toxoplasmose é fatal sem sintomatologia prévia aparente, o que dificulta o diagnóstico e a aplicação atempada de um tratamento. Assim, o objetivo do presente estudo foi determinar os valores de seroprevalência de infeção por T. gondii, através do teste de aglutinação modificado (“modified agglutination test” – MAT), em 49 primatas neotropicais do Brasil que deram entrada na Associação Mata Ciliar (AMC). Os resultados obtidos revelaram uma seroprevalência geral de 16,33% (8/49). No presente estudo todos os primatas seropositivos para T. gondii dos géneros Allouata e Callithrix acabaram por morrer. Por outro lado, verificou-se uma sobrevida de 100% no género Sapajus. Neste trabalho, embora não se tenha obtido diferença estatisticamente significativa na prevalência de infeção por T. gondii de acordo com o género (taxonomia) dos animais estudados, este pode ser um fator determinante na infeção por este protozoário devido aos diferentes estilos de vida entre primatas. Como os estudos neste grupo de animais são escassos e difíceis de realizar, mas relevantes para a compreensão da epidemiologia da infeção por T. gondii e para o controlo da disseminação da doença, é importante insistir na necessidade de mais trabalhos científicos sobre a infeção por este protozoário em primatas neotropicais de cativeiro e de vida livre.
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