Da faculdade ao consultório: determinantes da medicalização do sofrimento na prática médica.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alzamora, Cristiana Martins
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/31486
Resumo: Dissertação de mestrado em Antropologia Médica, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
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spelling Da faculdade ao consultório: determinantes da medicalização do sofrimento na prática médica.Antropologia médiaBiomedicinaMedicalização da sociedadeÉticaRelação médicopacienteDissertação de mestrado em Antropologia Médica, apresentada ao Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.A consulta clínica é marcada por uma tensão estruturante que surge das incertezas da prática médica, do conflito entre o saber e o fazer. A formação médica pautada no modelo biomédico determinaria uma dificuldade em lidar com os pacientes cujas queixas não possuem uma base biológica e refletem o sofrimento associado a vivências problemáticas, o que poderia determinar a medicalização do sofrimento. O estudo teve por objetivo analisar fatores que interferem na relação médico-paciente e de que forma participariam na medicalização do sofrimento, além de tentar propor atitudes por parte dos médicos que levem a uma melhor relação médico-paciente. Foram levantadas as hipóteses de que a formação médica influencia a conduta do médico no sentido da medicalização do sofrimento; a não concordância entre a percepção do paciente sobre seus sintomas e a interpretação do médico sobre esses contribui para a medicalização do sofrimento; e o contexto da consulta médica pode influenciar o processo de medicalização do sofrimento. O trabalho de campo foi realizado numa Unidade de Saúde Familiar na região do Ribatejo. Optou-se pela metodologia qualitativa por permitir observar, descrever e interpretar um fenômeno na forma como esse se apresenta, sem tentar controlá-lo, possibilitando obter informações sobre a interação médico e paciente e os conflitos e negociações presentes no momento da consulta. A medicalização do sofrimento pode resultar do despreparo médico em abordar questões que fogem da perspectiva biológica, conseqüência da formação que privilegia os aspectos técnicos e científicos, em detrimento da dimensão relacional e humana. O médico deve manter uma postura crítica e responsável, investindo na aquisição conhecimentos técnicos e, principalmente, em saberes que ampliem sua compreensão do homem e da sociedade. A troca de experiências e a discussão dos problemas corriqueiros são formas dos profissionais construírem um conhecimento fundamentado no contexto local e de encontrarem soluções para conflitos vividos tanto a nível individual, quanto coletivo. A antropologia, ao ser usada na negociação de conflitos que surgem na prática médica, permite a aplicação de preceitos éticos sem ignorar a realidade e perspectivas do pacienteThe clinic consultation marked by a structural tension arises from the uncertainties of medical practice, the conflict between knowing and doing. Medical education based on the biomedical model determines difficulties in dealing with patients and those complaints that do not have biological basis and reflect the suffering associated with problematic experiences. This study aimed to analyze factors that affect the doctor-patient relationship and how they participate in the medicalization of suffering, besides trying to propose actions by physicians that improve the doctor-patient relationship. We raised the hypothesis that medical education influences the performance of the physician towards the medicalization of suffering; the disagreement between the patients' perception of the symptoms and the doctor's interpretation of these symptoms contributes to the medicalization of suffering; and the context of medical consultation may influences the process of medicalization of suffering. The fieldwork was conducted in a Family Health Unit in the Ribatejo region. We opted for a qualitative methodology because it allows to observe, describe and interpret a phenomenon, without attempting to control it. The fieldwork provided information about the interaction between doctor and patient and the conflicts and negotiations found in medical practice. The medicalization of suffering may be a result of the unpreparedness of the physician in addressing issues that are beyond the biological perspective. It could be a result of education focuses on the technical and scientific to the detriment of human and relational dimension. The physician should maintain a critical and responsible attitude, acquiring not only technical knowledge but also knowledge that broadens the understanding of man and society. The exchange of experiences and discussion of the problems of everyday life are ways of professionals to build a knowledge based in the local context and find solutions for conflicts experienced both individually and collectively. Anthropology is used in negotiating conflicts arise in medical practice, allows the application of ethical principles without ignoring the reality and patient perspectives.2011info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31486http://hdl.handle.net/10316/31486porALZAMORA, Cristiana Martins - Da faculdade ao consultório: determinantes da medicalização do sofrimento na prática médica. Coimbra : [s.n.], 2011. 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