'Nós representa a favela mano': B-boys da Maré superando estereótipos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://ciencia.iscte-iul.pt/public/pub/id/22365 http://hdl.handle.net/10071/9695 |
Resumo: | Um dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente. Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de favelado”. |
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'Nós representa a favela mano': B-boys da Maré superando estereótiposJuventudeSegregaçãoFavelasIdentidadePerformanceYouthSegregationShanty townIdentityUm dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente. Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de favelado”.One of the strongest groups of breakdancers in Rio de Janeiro was located in Mare, a neighborhood composed of sixteen favelas (shanty towns), home to around 130.000 people. Breakdance first appeared when local Non-Governmental Organizations started running sessions in schools. The number of dancers began to grow and found new practitioners that started to belong to a breakdance circuit in town. To become a b-boy or a b-girl (breakdancer) had a special meaning for these young peoples´ lives because it was an effective way to conquer respect and visibility. By using their b-boy identity they were looking for a singularity that rejected stigmatizing representations they were usually associated with, just for living in a favela and belonging to a disadvantaged social class. Their will to participate in events and competitions urged their circulation through urban space, allowing them to interact with several lifestyles. Impeccable shows on breakdance events were their moments of glory; unforgettable moments that made them feel loved and admired, part of an internationally respected culture. By winning dance competitions, they were projecting their visibility, representing themselves as power instead of weakness, jumping symbolic barriers that want them confined to a label of “favelado”.Universidade Federal Fluminense2015-09-09T16:22:43Z2014-01-01T00:00:00Z20142015-09-09T16:20:46Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://ciencia.iscte-iul.pt/public/pub/id/22365http://hdl.handle.net/10071/9695por2179-7331Raposo, Otávio Ribeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:29:08Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/9695Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:13:03.074044Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Um dos mais importantes grupos de dançarinos de break dance do Rio de Janeiro atuava e residia na Maré, um conjunto de dezesseis favelas com aproximadamente 130 mil habitantes. Dinamizado, inicialmente, por ONG locais em escolas da região, este estilo de dança se expandiu e ganhou novos adeptos no bairro, que passaram a participar ativamente no circuito break dance da cidade. Tornar-se um b-boy ou uma b-girl (dançarino de break dance) tinha um significado especial na vida desses jovens, pois era um eficiente meio para conquistar respeito e visibilidade. Ao recorrer à identidade b-boy, buscavam uma singularidade capaz de contrariar as imagens estigmatizantes a que eram frequentemente associados por viverem em favelas e pertencerem a uma classe social desfavorecida. A participação em eventos e campeonatos do estilo estimulava a circulação dos jovens no espaço urbano e a sua interação com múltiplos repertórios e estilos de vida. Apresentações irrepreensíveis em eventos de break dance eram razão de glória para eles, momentos inesquecíveis a lhes proporcionar a sensação de serem queridos e admirados no âmbito de uma cultura prestigiada internacionalmente. Ao vencerem campeonatos de dança projetavam uma imagem que os representava como potência e não mais numa situação de carência, saltando as barreiras simbólicas que os mantinham circunscritos ao rótulo de favelado”. |
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