Hipóxia tumoral: contribuição para a progressão do cancro e o papel terapêutico de pró-fármacos ativados pela hipóxia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sochirca, Elena
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/11373
Resumo: Introdução: O cancro apresenta uma elevada taxa de incidência e de mortalidade, existindo a necessidade de desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. O microambiente tumoral é muitas vezes caraterizado por uma baixa concentração de oxigénio, condição designada por hipóxia, que foi associada a um pior prognóstico e representa, desta forma, um importante alvo terapêutico. Objetivos: Elaborar uma revisão de literatura sobre a hipóxia tumoral, no que toca à definição do conceito da hipóxia tumoral e dos seus fatores etiológicos, mecanismos celulares induzidos pela hipóxia tumoral e ainda sobre os pró-fármacos ativados pela hipóxia. Materiais e métodos: Foi efetuada uma pesquisa de literatura referente ao tema utilizando as bases de dados PubMed e ClinicalTrials.gov. Resultados: Hipóxia é definida como redução da disponibilidade de oxigénio e resulta da proliferação celular excessiva e da presença de uma rede vascular anormal, caraterísticos de neoplasias malignas. Provoca a estabilização do fator de transcrição induzido pela hipóxia que, por sua vez, regula várias respostas celulares que permitem a adaptação e sobrevivência das células cancerígenas no microambiente hipóxico, entre as quais a glicólise e a metastização. É ainda responsável pela resistência à quimioterapia e radioterapia apresentada pelas células hipóxicas, o que motiva o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Os pró-fármacos ativados pela hipóxia são ativados e atuam preferencialmente em regiões hipóxicas dos tumores. Ao longo do tempo vários compostos foram sintetizados e alguns deles avaliados em ensaios clínicos. Discussão: A literatura existente aponta para o papel da hipóxia tumoral na regulação de mecanismos celulares necessários para a progressão do cancro. Ao longo do tempo foram verificadas tentativas de melhorar as propriedades farmacológicas dos prófármacos ativados pela hipóxia. As limitações verificadas nos ensaios clínicos prendem-se com a possibilidade de ativação dos fármacos em tecidos normais e com a falta de estratificação dos doentes de acordo com os níveis de hipóxia apresentados pelos seus tumores. É necessário aguardar pelos resultados dos ensaios clínicos atualmente em fase ativa. Conclusão e perspetivas futuras: Ainda nenhum pró-fármaco ativado pela hipóxia foi aprovado para uso clínico. É necessário otimizar as suas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas de modo a permitir uma melhor difusão para as regiões hipóxicas do tumor. Para além disso, é necessário estratificar os doentes de acordo com os seus níveis de hipóxia em futuros ensaios clínicos.
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Materiais e métodos: Foi efetuada uma pesquisa de literatura referente ao tema utilizando as bases de dados PubMed e ClinicalTrials.gov. Resultados: Hipóxia é definida como redução da disponibilidade de oxigénio e resulta da proliferação celular excessiva e da presença de uma rede vascular anormal, caraterísticos de neoplasias malignas. Provoca a estabilização do fator de transcrição induzido pela hipóxia que, por sua vez, regula várias respostas celulares que permitem a adaptação e sobrevivência das células cancerígenas no microambiente hipóxico, entre as quais a glicólise e a metastização. É ainda responsável pela resistência à quimioterapia e radioterapia apresentada pelas células hipóxicas, o que motiva o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Os pró-fármacos ativados pela hipóxia são ativados e atuam preferencialmente em regiões hipóxicas dos tumores. Ao longo do tempo vários compostos foram sintetizados e alguns deles avaliados em ensaios clínicos. Discussão: A literatura existente aponta para o papel da hipóxia tumoral na regulação de mecanismos celulares necessários para a progressão do cancro. Ao longo do tempo foram verificadas tentativas de melhorar as propriedades farmacológicas dos prófármacos ativados pela hipóxia. As limitações verificadas nos ensaios clínicos prendem-se com a possibilidade de ativação dos fármacos em tecidos normais e com a falta de estratificação dos doentes de acordo com os níveis de hipóxia apresentados pelos seus tumores. É necessário aguardar pelos resultados dos ensaios clínicos atualmente em fase ativa. Conclusão e perspetivas futuras: Ainda nenhum pró-fármaco ativado pela hipóxia foi aprovado para uso clínico. É necessário otimizar as suas propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas de modo a permitir uma melhor difusão para as regiões hipóxicas do tumor. Para além disso, é necessário estratificar os doentes de acordo com os seus níveis de hipóxia em futuros ensaios clínicos.Introduction: Cancer has a high incidence and mortality rates, which results in a need for new treatment approaches. The tumour microenvironment is often characterized by a low oxygen concentration, a condition called hypoxia, associated with worse outcome; therefore, it represents an important therapeutic target. Objectives: To elaborate a literature review regarding tumour hypoxia, specifically the definition of tumour hypoxia and its etiology, cellular mechanisms induced by hypoxia and regarding the hypoxia activated prodrugs. Materials and methods: A literature search was done, using PubMed and ClinicalTrials.gov databases. Results: Hypoxia is defined by reduced oxygen availability and is a result of excessive cellular proliferation and an abnormal vascular network often present in malignant tumours. It leads to the hypoxia inducible factor stabilization which, in turn, regulates cellular responses responsible for the adaptation and survival of cancer cells in the hypoxic microenvironment, such as glycolysis and metastasis. It is also responsible for the resistance to chemotherapy and radiotherapy of the hypoxic cells, which motivates the development of new therapeutic approaches. Hypoxia activated prodrugs are activated and act preferably in hypoxic regions of tumours. Over the time, multiple compounds were synthetized and evaluated in clinical trials. Discussion: The existent literature indicates the importance of tumour hypoxia for the regulation of cellular responses needed for cancer progression. Over the time, there was a positive evolution of the pharmacologic properties of hypoxia activated prodrugs. The limitations encountered in clinical trials are the possible activation of hypoxia activated prodrugs in normal tissues and the absence of patient stratification according to hypoxia levels of their tumours. Results of the active clinical trials are awaited. Conclusion and future perspectives: To this date, none of the hypoxia activated prodrugs has been approved for clinical use. It is necessary to optimize their pharmacokinetic and pharmacodynamic properties for a better diffusion to the hypoxic regions of a tumour. Also, it is necessary to stratify the patients according to their hypoxia levels in future clinical trials.Moutinho, José Alberto FonsecauBibliorumSochirca, Elena2021-12-02T14:32:47Z2021-07-142021-05-262021-07-14T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11373TID:202789160porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:49Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11373Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:10.969375Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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