Impacto do Tráfico Humano no Risco de Depressão e Ansiedade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/98487 |
Resumo: | Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina |
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Impacto do Tráfico Humano no Risco de Depressão e AnsiedadeHuman Trafficking's Impact on the Risk of Depression and AnxietyTráfico de seres humanosDepressãoAnsiedadeViolênciaMedicamentosHuman traffickingDepressionAnxietyViolenceMedicationTrabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de MedicinaIntrodução: O tráfico humano consiste no recrutamento, transporte, acolhimento e recolha de pessoas pela ameaça, uso da força ou de outras formas de coerção, rapto, fraude e engano, pelo uso do poder e à custa da vulnerabilidade da própria pessoa, com a finalidade da exploração. Durante a exploração, as vítimas são expostas a inúmeros riscos para a saúde, nomeadamente condições de trabalho, habitacionais, alimentares e de higiene muito precárias, e exposição a várias formas de violência.Objetivos: Este trabalho visou avaliar a forma como a experiência de tráfico humano pode influenciar o risco de desenvolver depressão e ansiedade, tendo em conta as características demográficas das vítimas e as condições que experienciaram antes, durante e após o tráfico humano.Métodos: Trabalho observacional transversal em amostra de conveniência, constituída por indivíduos com 18 ou mais anos, sinalizados como vítimas de tráfico humano em Portugal e a receber apoio de um dos quatro Centros de Acolhimento e Proteção a Vítimas de Tráfico Humano. Os dados foram recolhidos através de um questionário, que foi aplicado às vítimas que se encontravam nos centros, em autorresposta eventualmente com ajuda de um membro da instituição. Realizou-se estatística descritiva e inferencial adaptada.Resultados: Relativamente à experiência de violência durante o tráfico humano, todas as vítimas (n=17) referiram ter sofrido violência psicológica e 64,7% (n=11) experienciaram violência física. Das vítimas, 3 (17,6%) tiveram acesso a cuidados de saúde, durante o período da exploração. A relação consumo voluntário de medicamentos/depressão foi a única que se demonstrou estatisticamente significativa, com um valor p de 0,022, sendo que a chance de uma vítima apresentar um score de depressão borderline no período pós-exploração é 3 vezes maior se a vítima tiver consumido medicamentos voluntariamente durante o período de exploração.Discussão/Conclusões: Este trabalho vem acrescentar conhecimento sobre uma matéria que, até agora, foi muito pouco explorada em Portugal. A larga aceitação do estudo pelas vítimas foi compreensivelmente difícil pelo reviver das situações dramáticas vivenciadas que ainda constituem um problema, apesar da mais disponível resposta das instituições. Demonstrou-se que as más condições a que as vítimas de tráfico humano são sujeitas são impactantes. O consumo voluntário de medicamentos, durante a exploração, esteve associado ao desenvolvimento de depressão. É possível que outras variáveis estejam relacionadas com o risco de desenvolver ansiedade e depressão, o que o número reduzido de participantes e o facto de a amostra não ser representativa não permitiu perceber, num estudo exploratório.Introduction: Human trafficking consists on the recruitment, transportation, reception and collection of people through the threat, use of force or other forms of coercion, abduction, fraud and deception, under the use of power and at the expense of the person’s own vulnerability, with the purpose of exploitation. During exploitation, victims are exposed to numerous health risks, very precarious working, housing, food and hygiene conditions, as well as exposure to all forms of violence.Objectives: This work aimed to evaluate how the experience of human trafficking can influence the risk of developing depression and anxiety, taking in account the demographic characteristics of the victims and the conditions they experienced before, during and after human trafficking.Methods: Cross-sectional observational work in a convenience sample of individuals aged 18 years or over, identified as victims of human trafficking in Portugal and receiving support from one of the four “Centros de Acolhimento e Proteção a Vítimas de Tráfico Humano”. Data were collected through a self-fullfiling questionnaire, applied to the victims living in such centres, with a possible help of a institution staff member. Descriptive and inferential statistics were performed.Results: Regarding the experience of violence during human trafficking, all victims (n=17) reported having suffered psychological violence and 64,7% (n=11) experienced physical violence. Of such victims, 3 (17,6%) had access to health care during the exploitation period. The relationship between voluntary drug taking/depression was the only one that was shown to be statistically significant, with a p-value of 0,022. So the chance of a victim having a borderline depression score in the post-human trafficking period is 3 times greater if the victim had voluntarily taken medication during the exploitation period. Discussion/Conclusions: This work adds knowledge on the subject that until now had very few studies in Portugal. The wide acceptance of the study by the victims was understandably difficult by the reliving of dramatic situations experienced. This is still a problem, despite the institutions’ best available care. The bad conditions that human trafficking victims are subjected to are striking. Voluntary taking of medication during exploitation was associated with the development of depression. It is possible that other variables are related to the risk of developing anxiety and depression. However, the small number of participants and the no-representative sample didn’t allow us to understand, in an exploratory study.2021-05-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/98487http://hdl.handle.net/10316/98487TID:202924270porCâmara, Carolina Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-02-04T21:43:14Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/98487Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:16:18.368609Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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